Três mulheres disputaram a Presidência da República, uma foi para o segundo turno, mas a representação feminina continuará muito baixa no Congresso Nacional, como resultado das eleições de domingo, 5 de outubro. Foram eleitas 51 deputadas, entre 513 no total, e cinco senadoras, entre 27 no total. Com isso continuará a sub-representação feminina no Congresso, confirmando as projeções de um estudo divulgado dias antes das eleições pelo Instituto de Estudos Sócio-Econômicos (Inesc).
O estudo mostrou que, no geral, eram 25.919 candidatos, dos quais 17.911 homens (69,10%) e somente 8.008 mulheres (30,90%), dado que já mostrava a sub-representação feminina, apesar do crescente número de candidaturas de mulheres. Em 2010 foram 22,4% de candidatas mulheres e 77,6% de candidatos homens.
O relatório “Perfil dos Candidatos às Eleições 2014 – Sub-representação de negros, indígenas e mulheres: desafio à democracia” observou que, no conjunto de 25.919 candidaturas, 38,6% eram de homens brancos, 30,0% de homens pretos ou pardos, 16,5% de mulheres brancas e 14,2% de mulheres negras e indígenas, ratificando a sub-representação dos grupos populacionais majoritários no Brasil.
“Atualmente, o Sistema Político Brasileiro promove desigualdades no acesso aos cargos eletivos: embora as pessoas possam exercer sua cidadania por meio do voto, a forma como as eleições estão estruturadas impede que a disputa seja justa”, afirma o Inesc, na avaliação geral dos números. “Democracia é muito mais do que apenas um sistema político formal e a relação entre Estado e a sociedade, é também a forma como as pessoas se relacionam e se organizam”, concluía o relatório.