A Escola Municipal de Ensino Fundamental “Padre Emílio Miotti”, do Jardim Santa Lúcia, e a Escola Curumim, nas Mansões Santo Antônio, ambas de Campinas, são duas das 178 instituições educacionais que integram a primeira edição do Mapa da Inovação e Criatividade na Educação Básica, que acaba de ser divulgado pelo Ministério da Educação. O Mapa resulta de um edital lançado pelo MEC, justamente para mapear as experiências inovadoras e criativas na educação básica. Agora o Ministério vai acompanhar a evolução das iniciativas dessas instituições.
Foram inscritas 683 organizações. Uma comissão avaliadora fez uma primeira triagem. Na segunda fase, as instituições escolhidas foram avaliadas a partir de entrevistas e de acordo com seus resultados nos indicadores nacionais de qualidade, como IDEB, ENEM e ANA. Foram então identificadas as 178 instituições, 138 das quais com uma prática já enraizada de inovação e criatividade e 40 com plano de ação apontando grande potencial nessas áreas.
Segundo o Mapa, o processo de inovação na EMEF “Padre Emílio Miotti” teve início em 2013 e constitui um esforço que se tornou permanente. “Conselho escolar, pais e funcionários são atuantes e auxiliam na gestão escolar e outros eventos. As assembleias são mensais e têm como pauta a alimentação dos alunos, o uso dos computadores e outros assuntos do cotidiano da escola”, destaca o Mapa.
O currículo da escola é desenhado com base em ateliês oficinas. “Professores se unem para organizar os ateliês, de acordo com os interesses dos alunos, que escolhem um ateliê a cada três meses. Nos ateliês, eles são organizados por interesse e formados grupos que podem agrupar estudante de até quatro séries. A escola tem autonomia para organizar o currículo e valoriza a participação dos alunos, funcionários e familiares. Usa espaços fora da escola para passeios agendados a partir dos projetos, e não por turma”, complementa o Mapas da Inovação e Criatividade na Educação Básica.
Já a Escola Curumim, que é particular, tem um projeto pedagógico inspirado na obra do educador francês Célestin Freinet (1896-1966). Freinet foi pioneiro em ações pedagógicas que hoje são comuns, como o jornal escolar, a troca de correspondência entre escolas e a aula-passeio. Ele chegou a ser preso durante a Segunda Guerra Mundial e ficou preso em campo de concentração. Libertado depois de um ano, passou a militar na resistência ao nazismo.
“A organização do espaço físico é propícia às trocas entre os estudantes das várias idades: há espaços ao ar livre, salas que possibilitam outra organização além dos lugares fixos, permite-se o trânsito e o uso de espaços fora da sala de aula, as árvores devem ser tocadas, amadas e até escaladas. Os alunos também tem como tarefa importante cultivar plantas e alimentar animais. O contato com a natureza é, para a escola, condição imprescindível para propiciar às crianças uma formação que as sensibilize para a beleza e para a vida, na sua riqueza e diversidade”, afirma o Mapa divulgado pelo Ministério da Educação.