Muitos moradores e, sobretudo, motoristas de Campinas viveram momentos de pânico na tarde desta quarta-feira, 2 de março, quando choveu 72,8 milímetros em apenas 110 minutos na cidade, segundo o Cepagri da Unicamp. A forte chuva confirmou que o Verão de 2015-2016 pode registrar números históricos de precipitação, demonstrou mais uma vez que em diversos pontos Campinas continua vulnerável a enchentes e inundações e ratificou a tendência de ocorrência em maior número de eventos extremos.
Dirigir era um grande risco em grande parte das ruas e avenidas na tarde de hoje. Em pontos de grande fluxo, como as ruas Delfino Cinta, entre Guanabara e região central, e Coronel Quirino, no Cambuí, estavam completamente alagadas. Outra via em que era arriscado dirigir era a avenida Lix da Cunha, desde o Balão da Bosch ate a região da nova rodoviária. A Estrada da Rhodia, como é conhecida a avenida Albino José Barbosa de Oliveira, no distrito de Barão Geraldo, teve longos trechos com fortes enchentes. Bolsões de estacionamento na Unicamp foram atingidos pela força das águas, e vários veículos ficaram submersos.
A previsão do Cepagri/Unicamp é que o tempo continuará instável nesta quinta-feira, com o céu nublado com períodos de parcialmente nublado com chuvas ocasionais, que podem ser de forte intensidade. Na sexta-feira, o sol aparecerá por maiores períodos e diminuem as chances de chuvas intensas, mas poderão ocorrer pancadas de chuvas. Temperatura máxima de 25C à tarde e mínima de 17C na madrugada. O Índice Ultravioleta será máximo, sendo recomendado evitar a exposição ao sol entre 11h da manhã e 16h da tarde. Ventos de norte, fracos a moderados.
De acordo com o Cepagri/Unicamp, o total acumulado de chuvas em fevereiro foi de 271,3 mm em Campinas, 34% acima da média esperada, de 202,3 mm. Em fevereiro de 2015 o total foi de 215,1 mm e, em fevereiro de 2014, de 48,8m, apontando para a grande estiagem daquele ano. As tardes de fevereiro de 2016 foram mais quentes e a temperatura máxima ficou 1,8C acima da média (31,8C, contra a media de 30,0C). As temperaturas mínimas se mantiveram dentro da média esperada.
Pela amostra deste dia 2, o mês de março também poderá registrar chuvas acima da média em Campinas, exigindo grande atenção nos pontos de risco. Um levantamento do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) concluiu que 84,7 quilômetros quadrados, correspondendo a mais de 10% do território municipal total, de 794,43 km2, são sujeitos a inundações. Esta e outras informações, sobre Campinas e os demais municípios paulistas, estão no Portal DataGeo, disponibilizado no último dia 18 de janeiro pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado, com dados sobre as Unidades de Conservação paulistas, como informou a Agência Social de Noticias (ver aqui).