No português, a expressão ‘Take your time’ é o equivalente a “Não tenha pressa” ou “Faça no seu tempo”. Mas eu gosto mesmo do que poderia ser a tradução literal: Pegue o seu tempo. A materialização disso me faz viajar. Como fazer a representação destas palavras? Pegar o tempo com as mãos é fisicamente impossível. Mas pegar o tempo é, efetivamente, pegar a vida. Tempo é vida.
E quem pega a sua própria vida? Não estamos nós sempre a correr no tempo que nos impõem e nos cobram? O rush, a pressa, o ‘time’. É o ritmo de uma sociedade que não respeita o tempo de cada um. Não respeita a vida de cada um.
A intolerância está nas ruas. Quem cresce em ambientes apressados, sem tempo nem tolerância, dificilmente vai se desprender disso nas ruas. A intolerância anda de mãos dadas com a arrogância. Não respeitar o tempo das coisas e das pessoas é um desrespeito à vida.
Tenho voltado à minha infância para recuperar o meu tempo. Cá estou eu a remexer na memória para pegar o meu tempo; pegar minha vida nas mãos. E já bem disse Gabriel García Márquez: “A partir de certa idade, qualquer coisa que a gente escreve já faz parte das nossas memórias.” O tempo, por fim, que é vida, é também a persistência da memória.
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