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A beira dos rios Atibaia e Piracicaba virou areia de praia neste abril de calor sufocante. A onda da surf music, que evoluiu a partir do Sul da Califórnia na década de 1960 e hoje está presente em todo mundo, é responsável por intensa programação na região, com lançamento de disco novo e shows de um dos grandes expoentes do estilo, o italiano Lorenzo Valdambrini, o Mr.Surfer Joe, que já se apresentou no SESC-Piracicaba no último dia 14 e chega ao SESC-Campinas no dia 23, sábado, às 16h30.
Nesta quinta-feira, 21 de abril, no SESC-Piracicaba, a banda piracicabana de surf music The Mullet Monster Mafia lança o seu novo vinil, “To Mega Surf”, em show às 16 horas no teatro. A banda é formada por Ed Lobo Lopez (guitarra), Emiliano Ramirez (bateria) e Marcondez Verniz (baixo). Seu álbum de estreia foi lançado em 2009 e desde então apresenta uma surf music diferenciada. Entre 10 e 17 horas, no mesmo dia, a unidade piracicabana do SESC sedia mais uma Feira de Vinil, com a participação de expositores e amantes da bolacha de várias cidades.
Mas o SESC-Piracicaba já vive, de fato, o clima da surf music desde o dia 14 de abril, com o show de Lorenzo Mr.Surfer Joe, um italiano apaixonado pelo estilo. Lorenzo é o organizador, inclusive, do principal festival internacional de surf music, em sua cidade, Livorno, e que chegou à décima edição no ano passado.
Lorenzo Surfer Joe passa o som com a The Dead Rocks no SESC-Piracicaba (Foto Adriano Rosa)
A onda da surf music começou na década de 1960, no Sul da Califórnia, com grupos como The Beach Boys e Dick Dale & his Del-Tones. A batida acelerada, com predomínio da guitarra, mas com forte presença da bateria, encantou os jovens surfistas e, logo, público em geral, em momento de crescimento concomitante do rock and roll.
Na década de 1990 a surf music vivenciou um revigoramento e foi neste momento que o jovem Lorenzo mergulhou no ritmo, tocando na Itália e vários países europeus. Em 2003 lançou o festival que, agora, leva o seu nome, Surfer Joe Summer Festival, na sua Livorno, na Toscana.
Entre 2004 e 2011, Lorenzo viveu em Antigua, onde formou a Wadadli Riders, considerada a primeira banda de surf music da região. O artista voltou à Itália, continua se apresentando em vários países e organiza o famoso festival, que em 2016 será realizado entre os dias 16 e 19 de junho.
Até o dia 24 de abril ele está no Brasil, para uma série de shows, acompanhado da banda The Dead Rocks de São Carlos, um dos principais grupos nacionais de surf music. Os próximos shows serão dias 21 em Ilha Comprida, 22 em São Carlos, 23 em Campinas e Poços de Caldas e 24 em São Paulo, no TBC.
“A surf music hoje conversa com vários estilos”, disse Lorenzo Surfer Joe para a Agência Social de Notícias, após a passagem de som com os brasileiros do The Dead Rocks no SESC-Piracicaba. “A surf music forma uma comunidade muito ativa e intensa, nos Estados Unidos e Europa mas também em várias outras regiões”, completa.
Pela primeira vez no Brasil, ele se disse muito feliz com o dinamismo da cena surf music que encontrou no país. Ele lembrou que bandas brasileiras, como a própria The Dead Rocks, já se apresentaram no festival de Livorno. “Sinto uma energia musical imensa no Brasil”, resumiu Lorenzo, pouco depois de deixar “tinindo” a sua Fender, a preferida dos músicos surf.
Com mais de 13 anos de carreira, e apresentações em todo Brasil e vários países, The Dead Rocks é composta pelo baterista Marky Wildstone, o guitarrista Johnny Crash e o baixista Paul Punk. Em 2014, como parte do lançamento do álbum “Surf Explosão”, a banda se apresentou em um palco de uma Kombi, como parte da estratégia de divulgação. Em junho de 2015, esteve no badalado Surfer Joe Summer Festival, em Livorno. Do litoral italiano às margens da rua do Porto de Piracicaba e ao SESC-Campinas. Não importa o local, a surf music continua vigorosa e arrebanhando fãs em todo planeta, adeptos ou não da prancha e do bronzeado. (Por José Pedro Martins).
Lorenzo Surfer Joe e The Dead Rocks: turnê brasileira da surf music (Foto Adriano Rosa)
