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O governo de São Paulo vem sendo muito criticado em função do formato de gestão do Sistema Cantareira, em fase final de uso do Volume Morto, mas dá passos largos para uma cooperação com o Reino Unido em “economia circular” e “ecodesign”. Esses dois conceitos, muito recentes, serão temas de um workshop pioneiro nessas abordagens no Brasil, no próximo dia 5 de novembro, quarta-feira, no anfiteatro da Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo.
O workshop será realizado em parceria entre a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SMA), Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Consulado Geral do Reino Unido em São Paulo e United Kingdom Trade & Investment (UKTI). Segundo a própria SMA, o evento será o “primeiro passo dado no âmbito de um acordo firmado entre o Governo Britânico e o Estado de São Paulo, por meio de um memorando de entendimento que visa à cooperação das duas partes em diversas áreas, inclusive nas políticas públicas para a gestão de recursos naturais”.
No workshop, ainda de acordo com a SMA, será apresentada e discutida a experiência do Reino Unido “na transição de uma economia linear para uma economia circular, discutindo as perspectivas do Estado de São Paulo e formas como o Reino Unido pode apoiá-lo na implementação de políticas públicas nessa área”. Os participantes do workshop conhecerão então cases britânicos em economia circular e boas práticas de empresas em ecodesign.
Economia circular seria o processo econômico em que há um sólido programa de reuso, reciclagem e reutilização de resíduos e em que ocorre um uso cada vez mais eficiente de recursos naturais. Ecodesign é o conceito que contempla o respeito a critérios de sustentabilidade no desenho de produtos.de recursos e produtos sustentáveis.
Um dos expoentes do workshop será Dan Epstein, que foi o chefe de Desenvolvimento Sustentável e de Regeneração da Autoridade Olímpica de Londres 2012, que tratará da aplicação do Ecodesign no Reino Unido. Ele é o fundador da Useful Simple Projects, empresa que concebeu o projeto “The Great Recovery”, em parceria com a Royal Society of Arts. “A iniciativa visa promover o entendimento do papel do design na economia circular, criando redes entres designers, cientistas, especialistas em materiais, fabricantes e recicladoras, e incuba novas parcerias para desenvolver ações inovadoras nesse campo”, explica a SMA.
Recentemente a SMA apresentou o Plano de Resíduos Sólidos do Estado de São Paulo, que contempla a gestão e gerenciamento de resíduos sólidos em território paulista, e também o Estudo de Regionalização e Proposição de Arranjos Intermunicipais, que objetiva “fomentar a descentralização das políticas públicas voltadas à gestão dos resíduos sólidos e o compartilhamento de serviços e atividades de interesse comum aos municípios, a fim de permitir a otimização dos recursos – financeiros, materiais e humanos – e a geração de economia de escala”.
O Plano também inclui a Proposição de Cenários, objetivando a visualização “de possíveis configurações futuras para os resíduos sólidos, a partir de projeções de geração”, e um conjunto de Diretrizes, Metas e Ações, que tratam “de estratégias a serem adotadas ao longo de dez anos para assegurar a implementação do Plano Estadual, norteadas pela obrigatoriedade de adoção da hierarquização na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos – não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição final adequada dos rejeitos”.
