Documentário ‘Um Dia Eu Voltaria’ traz a Campinas o relato de uma jovem sobre seu projeto pessoal e social

O novo sempre vem. E quando vem é preciso lhe dar passagem.

Letícia Mello traz o novo com o documentário “Um Dia Eu Voltaria”, que será exibido neste domingo (29/10), no Cineflix Galleria Shopping, em Campinas, às 19h30. Baseado em seu livro “DoForLove”, que também dá nome ao que Letícia tomou como projeto de vida, o filme mostra o percurso que ela fez pelo Sudeste Asiático com trabalhos voluntários e projetos sociais, desde 2013. Hoje com 29 anos, ela quer espalhar sua proposta de promover o amor, ajudar o próximo e contribuir para um mundo melhor, sem pressão ou motivação religiosa nem político-partidária. “Somente fazendo por amor podemos impactar o mundo”, diz Letícia na narrativa do trailer do documentário.

Como não se encantar com uma ideia tão simples e tão nova (paradoxalmente, ao mesmo tempo antiga) trazida por uma jovem cheia de experiências e vivências?

Ela é “de lugar nenhum e de todos os lugares”, como se auto define. Nasceu no Rio Grande do Sul, cresceu no Paraná (Curitiba), fez faculdade de Hotelaria em Santa Catarina, viveu em Nova York, trabalhou em países do Sudeste Asiático, seus pais moram em Brasília, e há dois anos não tem endereço fixo. “Vivo com o mochilão, nas casas de amigos e de seguidores.”

O gosto pela vida nômade Letícia atribui aos pais. “Sempre fui um pouco viajante, porque logo que meus pais se casaram eles se mudavam de acordo com a oferta de trabalho. Aos 10 anos eu tinha estudado em oito escolas e morado em dez casas diferentes. Então a vida já me foi apresentada desta forma”, conta a escritora, que saiu de casa aos 17 anos.

Depois de viajar por diversos países como turista, no período da faculdade, Letícia sentiu que precisava dar um propósito maior às suas viagens. Em 2013, começou a fazer trabalho voluntário. “Eu queria me conectar com as pessoas, aprender sobre suas vidas e não apenas ser alguém de passagem.”

Nos trabalhos voluntários, ela dava aula de inglês. Começou na Tailândia, em uma comunidade com menos de 200 pessoas. Depois, foi para o Camboja, em outro trabalho social. Em seguida, para o Vietnã. Em sua página no Facebook, contava aos amigos sobre suas experiências. Logo sugeriram que ela escrevesse um livro. No final de 2015, Letícia começou o “DoForLove”.

Em 2016, voltou para o Brasil e decidiu transformar o Projeto DoForLove em seu projeto de vida. Começou uma campanha de financiamento coletivo, na qual 400 pessoas contribuíram e ela arrecadou R$ 35 mil (R$ 10 mil a mais que sua meta). O livro foi publicado em junho de 2016. Com o diretor Lucas Bogo surgiu a ideia do documentário, quando ele topou retornar com ela a todos os lugares por onde Letícia havia passado para recontar a sua trajetória. “Foram 40 dias, quando pude rever as pessoas e ter mais uma experiência incrível.”

Desde que finalizou o documentário, em junho de 2017, Letícia já exibiu em São Paulo e Rio de Janeiro, onde fez lançamentos simultâneos, em seguida em Curitiba, Florianópolis, Camboriú, Porto Alegre, Belo Horizonte, Campinas, Santos, e novas cidades na espera. O documentário foi pago com o dinheiro das vendas de camisetas e livros do projeto DoForLove. “Isso vai se multiplicando. E tudo acontece pela ajuda das pessoas”, diz Letícia.

“Sinto as pessoas muito curiosas sobre como fazer de forma independente, sem muito dinheiro. Também querem saber sobre minha relação com a família. E perguntam sobre personagens do livro”, responde Letícia quando perguntada sobre o que mais querem saber após a exibição do documentário.

Data para acabar? Não existe, ela garante. “Vai continuar enquanto houver viagens, histórias, livros… Não é um projeto para acabar.”

O ingresso para a exibição do documentário custa R$ 34,00 e pode ser comprado pelo site (https://www.sympla.com.br/doforlove). (Por Adriana Menezes)