O governo municipal de Campinas quer o diálogo com a sociedade civil sobre ações para o Centro de Campinas. A afirmação foi feita pelo secretário municipal da Cultura, Ney Carrasco, na noite da última quarta-feira, 23 de julho, no lançamento do Movimento Vida no Centro de Campinas, ocorrido na Associação Campineira de Imprensa (ACI). O secretário anunciou que nos próximos dias a Prefeitura irá apresentar algumas de suas ideias e propostas para o Centro.
“O povo deve ir para a rua, porque isso é bom, na rua encontramos os amigos, ir para a rua é saudável”, afirmou o secretário municipal, sobre uma das motivações centrais das ações idealizadas pela Prefeitura para o Centro de Campinas. “O morador de Campinas, por várias razões, infelizmente passou a viver uma neurose urbana, traduzida no medo de ir para a rua. Precisamos superar isso”, afirmou.
Ney Carrasco lembrou que o prefeito municipal, Jonas Donizette, instituiu uma comissão com representantes de diversas secretarias municipais, para pensar ações destinadas a propiciar maior qualidade de vida no Centro de Campinas. A comissão é coordenada pela Secretaria Municipal de Cultura, “porque a Cultura tem interface com todas as áreas”, acentuou o secretário.
O propósito da comissão, destacou, é construir propostas para o médio e longo prazos. “É importante fazer direito, sem tempo definido. Não adianta fazer algo imediato, na pressa, que depois deve ser refeito. E fazer direito demanda muito estudo”, observou Ney Carrasco, citando o caso do Centro de Convivência Cultural.
Reiterando a disposição para o diálogo com a sociedade civil, o secretário revelou que a Prefeitura está determinando um perímetro na região central, onde serão realizadas ações que expressem a visão do atual governo municipal. “Será uma espécie de modelo sobre o que imaginamos para o Centro”, informou.
Uma das ideias em estudo, revelou, seria com relação à poluição visual. A tendência, informou, não é a postura radical que foi observada em São Paulo, com a proibição total de propaganda. “Mas alguma coisa para a região central pode ser pensado”, disse. Outro ponto em discussão, segundo o secretário, é um conjunto de diretrizes para a edificação na região central. “Às vezes uma construção está totalmente dentro da lei, mas acaba faltando sintonia com o entorno, com o sítio histórico onde está instalada”, comentou.
Vida no Centro – O Movimento Vida no Centro de Campinas pretende reunir apoios crescentes, entre a comunidade em geral, objetivando um Centro cada vez mais ativo, que expresse a valorização da cultura e do patrimônio histórico, um espaço para atividades econômicas sempre mais dinâmicas e geradoras de riqueza e renda, um território de respeito integral à vida, aos recursos naturais e aos direitos básicos de cidadania. Para isso, será um Movimento intersetorial, envolvendo diferentes áreas e parceiros.
O Movimento terá reflexões e ações norteadas por documentos e conceitos que expressam importantes avanços civilizatórios, como os das Cidades Educadoras, da Agenda 21, da Carta da Terra, da Declaração Universal dos Direitos Humanos, da Convenção sobre a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural (Carta de Paris), dos conceitos de Cultura Viva e Economia Criativa.
Já manifestaram apoio ao Movimento Vida no Centro de Campinas, além da própria ACI, a Associação Comercial e Industrial de Campinas (ACIC), Clube de Diretores Lojistas (CDL), Conseg-Centro e Centro de Ciências, Letras e Artes (CCLA), DNA Social/Girasonhos, AEDHA-Guardinha, Campinas que Queremos – Observatório Cidadão e coletivos de cultura Nina, Moinho, UniCult, Rede Usina Geradora, Rede Mercados do Futuro, Iniciativa das Religiões Unidas e Associação Reconvivência.