A soprano coloratura Niza de Castro Tank chega aos 90 anos, nesta segunda-feira, dia 1º de março de 2021. Sua história, repleta de consagrações nos palcos do Brasil e no mundo, tem estreitas ligações com a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, com a qual a cantora mais de uma vez dividiu a cena.
Nascida em Limeira, Niza Tank tem uma trajetória muito ligada a Campinas, onde iniciou seus estudos. A carreira artística teve início em São Paulo, em função de um contrato com a Rádio Gazeta.
Em sua longa e rica carreira, cantou em óperas como A Flauta Mágica, A Noite do Castelo, La Bohème, La Traviatta, Rigoletto e O Barbeiro de Sevilha. Também em O Messias, de Handel; Nona Sinfonia e O Cristo no Monte das Oliveiras, de Beethoven; Carmina Burana, de Carl Orff; e na Missa Em Dó Menor, de Mozart, entre tantas outras peças que compõem a história da música clássica.
Entre outros regentes, atuou com Diogo Pacheco, Eleazar de Carvalho, Isaac Karabitchevsky, Aylton Escobar, Ernst Mahle e, claro, Benito Juarez, sendo muito sólida e diversificada a sua colaboração com a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas.
A secretária municipal de Cultura de Campinas, Sandra Ciocci, evidencia a importância da soprano: “Niza é uma profissional de qualidade indiscutível, com seu virtuosismo e interpretação única. Posso afirmar que como professora é inspiradora e inesquecível.”
Na avaliação do maestro Victor Hugo Toro, regente e diretor artístico da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, “Niza Tank é a história viva da ópera no Brasil. Se Maria Callas é associada historicamente a famosos personagens de ópera como Tosca de Puccini ou Norma de Bellini, Niza será sempre associada a Ceci, o maior personagem feminino da maior e mais famosa ópera brasileira, Il Guarany, de Carlos Gomes. Ela nasceu apenas dois anos após a Sinfônica de Campinas e em todos estes anos escreveu belas páginas musicais junto a OSMC, sendo uma das artistas mais queridas pelo público e pela nossa sinfônica.”
Niza Tank compartilhou com a Sinfônica momentos marcantes, como a reabertura do Teatro Castro Mendes, em 2012, a sessão solene na Câmara Municipal em celebração do aniversário de Campinas, em 2008. A vida da cantora já rendeu um livro, “Niza, Apesar das Outras” (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo : Cultura – Fundação Padre Anchieta, 2004, 266 páginas), uma autobiografia co-assinada por Sara Lopes, no qual a soprano narra momentos de sua vida artística.