“Seria irresponsabilidade no quadro que a gente está hoje, 9 de janeiro, olhar para frente com otimismo. Temos que estar preparados para o pior”, afirmou hoje, sexta-feira, em sua posse, o novo presidente da Sabesp, Jerson Kelman. O dirigente usou termos duros para reconhecer a gravidade da crise hídrica no estado de São Paulo, particularmente em relação aos reservatórios do Sistema Cantareira, que abastecem metade da Grande São Paulo e que estão em 6,7% de sua capacidade. “Inescapavelmente, teremos algum tipo de sofrimento pela população”, disse Kelman.
Ele estava se referindo à falta de água para moradores de regiões mais altas da Grande São Paulo, em função das operações de redução da pressão e do volume, executadas devido ao baixíssimo volume dos reservatórios. Kelman revelou que já determinou a retirada de água do Cantareira, para evitar o completo desabastecimento.
O pronunciamento e as ações de Kelman já demonstram uma completa mudança de postura em relação à anterior cúpula dos recursos hídricos em São Paulo, trocada na posse do novo mandato pelo governador Geraldo Alckmin. O novo presidente da Sabesp lembrou que a última situação mais dramática enfrentada pela Grande São Paulo, em termos de abastecimento, foi em 1953, quando a região era muito menos populosa.
Nesta quinta-feira, dia 8, a Sabesp comunicou que vai cobrar uma sobretaxa de 40% a 100% para os consumidores que extrapolarem a média de gasto de água entre fevereiro de 2013 e janeiro de 2014.