Em tempos de hegemonia das redes sociais, das relações instantâneas, virtuais e geralmente superficiais, da “Modernidade Líquida” no termo popularizado por Zygmunt Bauman, a identificação com o Outro que é igual a nós mesmos representa um enorme desafio. Estamos em tempos da humanidade desenraizada, com vínculos cortados. Neste contexto, o resgate do sentido do pertencimento é tarefa urgente. Pois esta é a proposta central do livro “A Arte de Pertencer – Os invisíveis do nosso século” (Editora Novas Ideias), de Fernando Moraes, que tem lançamento nacional nesta quinta-feira em São Paulo e na sexta, dia 6, em Campinas, na Livraria da Vila do Galleria Campinas, a partir das 19 horas.
Moraes tem uma rica trajetória de empreendedorismo social, de criação e participação em programas e projetos direcionados para a inclusão. A inclusão do Outro que é como nós mas que às vezes se torna invisível, por uma série de armadilhas, de véus que encobrem a realidade contemporânea. O autor nos apresenta então suas ideias sobre “A Arte de Pertencer”, um dilema e um imperativo no mundo atual.
“O simples fato de ser parte de um lugar “humano” desperta a sensação de viver em uma comunidade, com o poder de interferir e participar ativamente na construção de um Novo Estado de Convivência Social”, diz o autor. “O grande problema é que, quando transformamos esse próximo em um outro distante, em um estranho, substituímos a responsabilidade pelo ressentimento, e assim passamos a suportar a situação, sem nos sentirmos moralmente atingidos ou imorais”, ele adverte.
Com base em suas experiências de ativismo social, Moraes elenca, então, uma série de ideias, de propostas, de relatos, apontando para a urgência e a possibilidade do estabelecimento de pontes concretas, de ligações reais, reforçando o sentido do pertencer e de construir.
Fernando Moraes foi Consultor Social da Oficina de Ideiais, Coordenador Geral da Fundação Educar, Gerente Regional de Campinas da Funap, Secretário Municipal de Desenvolvimento Social de Hortolândia, Consultor Social da OIKOS Portugal (Lisboa) em Angola para o Projecto Jango nos anos de 2007 e 2008, Consultor Social da Adra Bahia, Amazonas e Pernambuco, atuando em missões sociais no Sertão da Bahia e do Piauí e Comunidades Ribeirinhas do Amazonas.
Também é membro na Confereny Societycivil do projeto que já tem 10 anos de existência (2004-2014), o projecto de Pesquisa-Acção sobre “Processos de Democratização e Desenvolvimento em Angola e na África Austral”, uma parceria académica entre a Universidade Católica de Angola e o Instituto Universitário de Lisboa – ISCTE. É membro da Comissão para Assuntos sobre África Austral do Parlamento Europeu – Bruxellas – Belgica e atualmente é Diretor de Atendimento e Promoção Humana(Funap -Fundação Dr. Manoel Pedro Pimentel) do Governo do Estado de São Paulo. E é professor universitário e palestrante.