O que é o pertencimento? Qual a sua relevância em tempos de relações voláteis, de valores invertidos? Essa reflexão marcou o lançamento na sexta-feira, 6 de fevereiro, à noite, na Livraria da Vila do Galleria Campinas, do livro “A Arte de Pertencer – Os invisíveis do nosso século” (Editora Novas Ideias), de Fernando Moraes.
O lançamento reuniu ativistas e empreendedores sociais, gestores e profissionais de instituições sociais, jornalistas e políticos de Campinas e região, onde Fernando Moraes escreveu parte de sua trajetória. Entre outros, estiveram presentes o ex-prefeito de Hortolândia, Ângelo Perugini, o educador José Ildefonso Martins e o gerente regional do Senac em Campinas, João Henrique de Freitas Alves.
“Inclino-me a pensar que a Arte de Pertencer de Fernando Moraes absorveu muita da sua sensibilidade nas suas passagens pelas nossas terras vermelhas de Angola, vermelhas de sofrimento, mas também de força, de amor e vontade de fazer um mundo melhor”, escreveu, na nota de abertura do livro, Nuno Fragoso Vidal, coordenador do Projeto “Processos de democratização e desenvolvimento na Angola e na África Austral”, na Universidade de Angola e no Centro de Estudos Internacionais do Instituto Universitário de Lisboa.
De fato, o livro se baseia muito na prática, nas experiências de ativismo social de Moraes, que elenca, então, uma série de ideias, de propostas, de relatos, apontando para a urgência e a possibilidade do estabelecimento de pontes concretas, de ligações reais, reforçando o sentido do pertencer e de construir.
“Não é possível haver inclusão e Pertencimento em uma sociedade que anula as capacidades das pessoas, sobretudo aquelas que ainda sobrevivem em condições vulneráveis social e economicamente”, defende o autor. “Ao se romper com a lógica do assistencialismo e imprimir a lógica da justiça, essa ajuda não deve se restringir a um ação caridosa ou a um alívio da consciência por encontrar-se em situação privilegiada em relação ao outro, mas porque é justo e honesto, dando a essas pessoas condições de se desenvolver e se tornar de fato protagonistas de suas vidas”.
Fernando Moraes foi Consultor Social da Oficina de Ideiais, Coordenador Geral da Fundação Educar, Gerente Regional de Campinas da Funap, Secretário Municipal de Desenvolvimento Social de Hortolândia, Consultor Social da OIKOS Portugal (Lisboa) em Angola para o Projecto Jango nos anos de 2007 e 2008, Consultor Social da Adra Bahia, Amazonas e Pernambuco, atuando em missões sociais no Sertão da Bahia e do Piauí e Comunidades Ribeirinhas do Amazonas.
Também é membro na Confereny Societycivil do projeto que já tem 10 anos de existência (2004-2014), o projecto de Pesquisa-Acção sobre “Processos de Democratização e Desenvolvimento em Angola e na África Austral”, uma parceria académica entre a Universidade Católica de Angola e o Instituto Universitário de Lisboa – ISCTE. É membro da Comissão para Assuntos sobre África Austral do Parlamento Europeu – Bruxellas – Belgica e atualmente é Diretor de Atendimento e Promoção Humana(Funap -Fundação Dr. Manoel Pedro Pimentel) do Governo do Estado de São Paulo. E é professor universitário e palestrante.