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Exposição desafia o mundo da imagem instantânea com novas luzes e cores em lugares esquecidos
O fotógrafo Paulo Altafin, de Piracicaba, é responsável pela série Alone in the Dark que compõe a mostra aberta até 17 de outubro, em Campinas; ele utilizou a técnica light paintings na foto do cacto, ao fundo, tirada no Arizona (EUA) (Fotos: Martinho Caires)

Exposição desafia o mundo da imagem instantânea com novas luzes e cores em lugares esquecidos

Por Adriana Menezes

Na era da banalização da imagem e do instantâneo, o que faz uma foto virar obra de arte?

A pergunta perturbadora é uma das possíveis questões que você vai fazer diante das 18 obras em fineart da exposição fotográfica Forgotten Places (& Alone in the Dark), todas em montagem diasec. Aberta ao público desde ontem, a mostra gratuita pode ser vista até o dia 17 de outubro na Base Casual, em Campinas.

As curadoras Ligia Testa e Livia Doblas fizeram o ‘casamento’ entre dois fotógrafos que nunca se encontraram, a alemã Gaby Ehringshausen e o piracicabano Paulo Altafin. O nome duplo da exposição define o trabalho de cada um. Da Gaby, os espaços inesquecíveis (Forgotten Places); do Paulo, as belezas inesperadas e solitárias na escuridão (Alone in the Dark).

As curadoras Lívia Doblas e Lígia Testa à frente de duas telas da alemã Gaby Ehringshausen , que utiliza a técnica HDR na sua série Forgotten Places   Foto: Martinho Caires

As curadoras Lívia Doblas e Lígia Testa à frente de duas telas da alemã Gaby Ehringshausen , que utiliza a técnica HDR na sua série Forgotten Places (Foto: Martinho Caires)

O que há em comum nos trabalhos dos dois fotógrafos é que ambos procuram lugares esquecidos ou pouco conhecidos para colocarem novas cores ou novas luzes sobre eles, utilizando diferentes técnicas e transformando o que poderia ser uma simples fotografia em um trabalho artístico.

Reflexão e sentimento

Paulo Altafin não atribui apenas à técnica o diferencial entre uma foto instantânea e uma foto artística. Ele vê na arte a capacidade de provocar reflexão e sentimento. Fotógrafo profissional há 12 anos, Altafin produz no dia a dia fotos industriais e corporativas. “Faço muitos tratores, usinas de cana-de-açúcar e empresas da região de Piracicaba”, exemplifica. Mas sua paixão pela fotografia o leva a lugares distantes e solitários.

Para a exposição ele escolheu seis de uma série que produziu sobre águas e outras cinco fotos da sua série ‘alone’, feitas em lugares distantes e distintos, como Tatuí (interior de São Paulo), Phoenix (Arizona, EUA), Veneza (Itália), Bolívia, entre outros lugares.

Lívia Doblas, Paulo Altafin e Lígia Testa em frente às fotos tiradas em Veneza por  Altafin para a sua série de águas (Foto: Martinho Caires)

Lívia Doblas, Paulo Altafin e Lígia Testa em frente às fotos tiradas em Veneza por Altafin para a sua série de águas (Foto: Martinho Caires)

Banalização da imagem

“Nós estamos no mundo da banalização da imagem. Eu busco fotos na natureza que são mais subjetivas, fotos de longa exposição, e faço uma iluminação sobre o destaque, pela técnica light paintings”, explica o fotógrafo. “Eu penso, estudo a foto, espero a hora certa, o sol certo, tudo isso com muita paciência, uma coisa que poucos têm hoje.” Na avaliação de Altafin, as fotos digitais são impacientes e sem reflexão. “As imagens ficam cada vez piores.”

Em sua série Forgotten Places, Gaby Ehringshausen buscou imagens de lugares na Alemanha que caíram no esquecimento, como antigos palácios, edifícios e quartéis que perderam sua função. Para Gaby, os “lugares esquecidos” ainda são maravilhosos e cheios de vida.

A fotógrafa alemã utiliza a técnica HDR, pela qual várias fotos digitais com exposições diferentes são colocadas umas sobre as outras e somadas no computador para produzir uma única imagem. As cores naturais se fortalecem e o cenário ganha uma aura idílica.

A visitação está aberta ao público até 17 de outubro, em horário comercial, na Base Casual, na Av. Dr. Jesuíno Marcondes Machado, 630, Nova Campinas, Campinas – SP.

 

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