O Brasil tem mais de 55 milhões de mulheres negras, com maior proporção nas regiões Norte e Nordeste. Nos últimos anos, a participação das mulheres negras avançou em vários setores da vida nacional, como em vagas no ensino superior. Entretanto, ainda permanecem muitos desafios para a real justiça social e respeito integral com esse contingente populacional, e ressaltar a relevância dessa luta é um dos propósitos da 1ª Marcha Nacional de Mulheres Negras no Brasil, Contra o Racismo, a Violência e Pelo Bem Viver, que terá lançamento na noite desta terça-feira, 15 de setembro, na Câmara Municipal de Campinas.
Com início às 19 horas, o ato é promovido pela Frente Regional de Luta Contra o Racismo e Formas Conexas de Intolerância de Campinas, com apoio do mandato do vereador Carlão do PT, que preside a Comissão Permanente de Direitos Humanos da Câmara Municipal. A Marcha das Mulheres Negras é uma iniciativa de articulação das mulheres negras brasileiras para denunciar as opressões seculares e visibilizar a luta dessas mulheres no Brasil por justiça social, econômica, cultural, ambiental e política.
Pautar as conquistas e manter a luta contra o racismo, o sexismo e a violência são objetivos da Marcha. Segundo os organizadores, a proposta do ato em Campinas é contribuir com a formação de espaços comunitários que sirvam de referência para impulsionar esse processo e também socializar informações sobre a mobilização para o ato em Brasília (DF), dia 18 de novembro, no lançamento nacional da Marcha.
O evento em Campinas é aberto ao público e será no Plenarinho da Câmara, com entrada pela avenida Engenheiro Roberto Mange, nº 66, bairro Ponte Preta. “Temos que dar visibilidade a essa luta! Assim, esperamos contribuir com o combate à discriminação das mulheres, especialmente das negras, que são ainda mais atingidas”, considera o vereador Carlão. Além dele, mais de vinte grupos e coletivos da cidade apoiam o evento.
São eles: Casa Laudelina de Campos Mello – Organização de Mulheres Negras; Grupo Força da Raça; UNEGRO; MNU – Movimento Negro Unificado de Lutas, Autônomo e Independente; Casa de Cultura Fazenda Roseira; Comunidade Jongo Dito Ribeiro; Coletivo de Combate ao Racismo da CUT; Coletivo SARAVAXÉ; Associação das Comunidades Tradicionais de Matriz Africana; Secretaria de Combate ao Racismo da Macro Campinas; Pastoral Afro – Paróquia São Joaquim e Santana; Núcleo de Consciência Negra da UNICAMP; Coletivo de Mulheres Negras Claudia da Silva; APN’s Mocambo Campinas; Movimento Negro Unificado Campinas; Instituto Baobá de Cultura e Arte; Grupo de Mulheres Nzinga Mbandi; Agbara Produções e Eventos; Grupo Identidade; Grupo Aos Brados; Coletivo de Ekedjes; Grupo de São Jorge; Grupo de Teatro e Dança Savuru; SINERGIA CUT Campinas; Mandato do Vereador Carlão; Comunidade da Tradição e Culto Afro IlesinOgun Lakaye Osinmolé; Instituto Cultural Babá Toloji.
Mulheres Negras no Brasil
São mais de 55 milhões de mulheres negras no país
Elas somam 50% das mulheres brasileiras, sendo 74,7% da população feminina no Norte, 69,6% no Nordeste, 56,7% no Centro-Oeste, 41,3% no Sudeste e 20% no Sul
51,1% das famílias chefiadas por mulheres são chefiadas por mulheres negras
Entre 2003 e 2009, as mulheres negras aumentaram de 14 para 21% sua participação no total de matriculados no ensino superior
Entre 1999 e 2009, a proporção de mulheres negras extremamente pobres caiu de 16,0 para 7,4%, enquanto a proporção de mulheres brancas nessa condição social declinou de 5,7 para 3,1%
Fonte: Dossiê Mulheres Negras – IPEA – 2013