Várias das 11 escolas estaduais que foram ocupadas por estudantes em Campinas, como reação ao projeto de reorganização escolar do governo paulista, têm desempenho muito maior do que as médias nacional e estadual, de acordo com a Prova Brasil. A melhoria do desempenho das escolas era um dos argumentos usados pelo governo para justificar a reorganização, suspensa no início da tarde desta sexta-feira, 4 de dezembro, pelo governador Geraldo Alckmin, após uma onda de protestos (com o registro de atitudes violentas da polícia contra estudantes) e ações por parte do Ministério Público e Defensoria Pública.
Na Prova Brasil 2013, na Escola Estadual “Carlos Gomes”, uma das ocupadas em Campinas, 77% dos alunos do 5º ano do Ensino Fundamental tiveram desempenho avançado ou proficiente em Língua Portuguesa, contra a média nacional de 47%, a estadual de 50% e a de Campinas de 49%. Entre os alunos de 5º ano, foram 65% com desempenho avançado ou proficiente em Matemática, em relação à média nacional de 42%, a estadual de 47% e a de Campinas de 45%. Não dá dados disponíveis no portal QEdu sobre o desempenho dos alunos do 9º ano em Português e em Matemática.
A EE “Carlos Gomes” tem 296 alunos dos anos iniciais (1º a 5º anos), 113 nos anos finais (6º ao 9º) do Ensino Fundamental e 1009 no Ensino Médio, além de 151 em Educação de Jovens e Adultos (EJA). Os dados são do Censo Escolar de 2014, que indica não haver biblioteca na escola.
Na EE “Francisco Glicério”, na Prova Brasil 2013, 37% dos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental tiveram desempenho avançado ou proficiente em Língua Portuguesa, contra a média nacional de 25%, a estadual de 27% e a de Campinas de 28%. Entre os alunos de 9º ano, foram 24% com desempenho avançado ou proficiente em Matemática, em relação à média nacional de 12%, a estadual de 12% e a de Campinas de 13%.
A EE “Francisco Glicério” tem 446 alunos nos anos finais (6º ao 9º) do Ensino Fundamental. Os dados são do Censo Escolar de 2014, que também indica não haver biblioteca nem laboratório de ciências na escola.
Na EE “Prof.Antonio Vilela Júnior”, na Prova Brasil 2013, 71% dos alunos do 5º ano do Ensino Fundamental tiveram desempenho avançado ou proficiente em Língua Portuguesa, contra a média nacional de 47%, a estadual de 50% e a de Campinas de 49%. Entre os alunos de 5º ano, foram 67% com desempenho avançado ou proficiente em Matemática, em relação à média nacional de 42%, a estadual de 47% e a de Campinas de 45%.
A mesma escola registrou 41% dos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental tiveram desempenho avançado ou proficiente em Língua Portuguesa, contra a média nacional de 25%, a estadual de 27% e a de Campinas de 28%. Entre os alunos de 9º ano, foram 16% com desempenho avançado ou proficiente em Matemática, em relação à média nacional de 12%, a estadual de 12% e a de Campinas de 13%. A EE “Prof.Antonio Vilela Júnior” tem 233 alunos nos anos iniciais (1º a 5º anos), 235 nos anos finais (6º ao 9º) do Ensino Fundamental e 237 no Ensino Médio. Os dados são do Censo Escolar de 2014, que também indica não haver biblioteca na escola.
Na EE “Dom Barreto”, na Prova Brasil 2013, 55% dos alunos do 5º ano do Ensino Fundamental tiveram desempenho avançado ou proficiente em Matemática, contra a média nacional de 42%, a estadual de 47% e a de Campinas de 45%. Entre os alunos de 9º ano, foram 37% com desempenho avançado ou proficiente em Língua Portuguesa, em relação à média nacional de 25%, a estadual de 27% e a de Campinas de 28%.
A EE “Dom Barreto” tem 237 alunos nos anos iniciais (1º a 5º anos), 308 nos anos finais (6º ao 9º) do Ensino Fundamental e 1039 no Ensino Médio. Os dados são de novo do Censo Escolar de 2014, que também indica não haver biblioteca nem laboratório de ciências em uma das maiores escolas da rede estadual em Campinas.
Outras das 11 escolas ocupadas também manifestaram desempenho superior às médias nacional, estadual e de Campinas, conforme a Prova Brasil 2013. Estes são os dados existentes, divulgados pelo portal QEdu, não significando que não haja necessidade de substancial melhora na qualidade do ensino em todas as escolas públicas de Campinas e do Brasil.