O poder de mobilização e realização, através da ação de redes comunitárias, está sendo confirmado em um encontro interestadual de projetos sociais, nestes dias 21 e 22 de junho, em Pedro Leopoldo (MG). Estão reunidos nesta cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte representantes de onze projetos sociais implementados no âmbito do Fundo Comunidade em Rede, ligado ao Bloco Brasil da RedEAmérica.
Vários bairros mobilizados na própria Pedro Leopoldo (MG) pela coleta seletiva de resíduos, apicultores do Vale do Jequitinhonha organizados para incrementar sua produção, mulheres em Jacareí (SP) que não sabiam ler sendo alfabetizadas, comunidades de Bragança Paulista e Ubatuba (SP) formando redes locais de articulação. Estes são alguns dos resultados de projetos que participam do encontro, no Hotel Tupyguá.
O Bloco Brasil da RedEAmérica reúne institutos e fundações empresariais, que praticam o investimento social privado. O Bloco Brasil estabeleceu uma parceria com a Fundação Interamericana (IAF), do governo dos Estados Unidos, para compor o Fundo Comunidade em Rede, voltado a financiar projetos comunitários em quatro estados brasileiros: Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo e São Paulo. Cada projeto é apoiado por um instituto ou fundação membro da RedEAmérica.
É o caso por exemplo do Projeto “Rede Comunitária de Aprendizagem (RECOA)”, que tem o Instituto Holcim como signatário e é desenvolvido na própria Pedro Leopoldo, com 12 parceiras. Um dos objetivos do projeto é mobilizar diversos bairros pelo incremento da coletiva seletiva de resíduos, através de ações como a educação ambiental em escolas.
Em seis escolas municipais e na unidade da APAE foram implantados os Muros Inteligentes, que são muros pintados pelos próprios alunos, convidando a população a depositar os recicláveis em aberturas específicas para o descarte de plástico, papel, vidro e metal. Os resíduos são encaminhados para a Associação dos Catadores de Papeis de Pedro Leopoldo (ASCAPEL). “Conseguimos mobilizar vários bairros, mas pretendemos ampliar a coleta seletiva com muita participação dos alunos e comunidade em geral”, afirma Márcia Adriane Lopes, coordenadora do Projeto RECOA.
Também em Minas Gerais, no Vale do Jequitinhonha, nos municípios de Veredinha e Itamarandiba, é desenvolvido o Projeto “Apicultura em rede no Vale”, que tem a Fundação Aperam Acesita como signatária junto ao Fundo Comunidade em Rede. O projeto resultou no fortalecimento dos apicultores reunidos nas associações dos dois municípios.
Ainda em território mineiro, foi desenvolvido o Projeto “Um Novo Tempo”, em Timóteo, com a mesma Fundação Aperam Acesita como signatária. O projeto levou à mobilização dos moradores do bairro Novo Tempo por várias melhorias na comunidade. E também em Minas Gerais, foi implementado o Projeto “Três Marias em rede: capacitação e cidadania em foco”, tendo o Instituto Votorantim como signatário. O projeto resultou na revitalização e resgate de um clube esportivo localizado no centro da cidade, para uso de toda a população.
Quatro projetos foram realizados em São Paulo. Em Bragança Paulista são dois projetos, ambos tendo o Instituto Arcor Brasil como signatário. O projeto “Fala Comunidade” levou várias melhorias para os bairros rurais do Agudo e Estiva do Agudo, como um espaço multiuso comunitário. Já o projeto “Teia: Ações Comunitárias Articuladas” levou à capacitação de lideranças e na criação da Bragança Articulada em Rede, uma rede de alcance municipal. O Projeto “Maré Alta”, em Ubatuba, também com apoio do Instituto Arcor Brasil, fortaleceu e mobilizou organizações das comunidades de Cambury e Picinguaba e resultou em um projeto de geração de renda através de confecção.
Em Jacareí, no Vale do Paraíba, foi desenvolvido o Projeto “Conquistar Espaços”, com suporte do Instituto Camargo Corrêa. O projeto resultou no empoderamento de mulheres do bairro Veraneio Ijal. Mulheres que antes não sabiam ler foram alfabetizadas, pela instalação de uma sala de Educação de Jovens e Adultos na comunidade, como um dos resultados do projeto.
No Espírito Santo são dois projetos, no município de Vila Velha, ambos tendo a Fundação Otacilio Coser como signatários. Os dois projetos, “Práticas de cidadania: faça a diferença” e “Transformando e compartilhando saberes”, têm os mesmos parceiros e visam a mobilização e atuação ambiental na bacia do rio Aribiri. Na Bahia, nos municípios de Cachoeira e São Félix, foi executado o Projeto “Ponte Saberes e Fazeres”, com o apoio do Instituto Votorantim. O projeto resultou em muitas melhorias para a comunidade quilombola de Kaonge.
Diversos perfis, portanto, dos onze projetos apoiados no Fundo Comunidade em Rede. O olhar de consultores que atuaram junto a esses onze projetos será o tema da atividade final do encontro em Pedro Leopoldo, nesta quarta-feira, dia 22 de junho, pela manhã.