“Arte Bruta” mostra o mundo que Newton Florentino constrói com sucata

Uma crítica à sociedade do descartável e do consumismo desenfreado é uma das vertentes da obra de Newton Florentino, que produz esculturas a partir do encontra em ferro-velho, na rua, em restos de construção. Agora o escultor nascido em Campinas apresenta o seu trabalho em “Arte Bruta”, sua primeira exposição individual. A vernissage será dia 25 de julho, a partir das 19h30, no Ateliê Lisa França, no distrito de Sousas.

O artista conta que, desde criança, adorava ir ao ferro-velho e ficar mexendo nas latarias, nos objetos que são basicamente expurgados pela sociedade industrial. Assim, a partir de “uma brincadeira de montar parafusos”, nasceu a sua arte, que depois evoluiu para peças muito complexas.

Um impulso foi dado quando a família foi morar no Cambuí, em frente a uma galeria de arte onde o pai foi funcionário. O próprio Newton, com o tempo, virou funcionário na galeria. “Aí veio o conhecimento de gravura, de montagem de molduras, de telas. Enfim, estava aprendendo a cada dia”, conta o artista, que também enfatiza o apoio da atual esposa ao seu trabalho. Hoje com 3 filhos, investe cada vez mais em sua arte.

Mais uma peça de Newton Florentino (Foto Robinson José da Silva)

Newton Florentino confessa que deseja ampliar cada vez mais seu trabalho e apresentá-lo em outros locais. “Procuro reaproveitar tudo. Eu gosto mesmo é disso e não de materiais novos”, conta o artista, que como carpinteiro e serralheiro participou da construção da caravela do Parque Portugal (Lagoa do Taquaral).

Esta será sua primeira exposição individual. A estreia em exposição coletiva aconteceu no mesmo Ateliê Lisa França, um espaço que tem se destacado na divulgação de novos talentos da arte campineira.

Novos olhares, novas perspectivas estéticas, estão sempre em cartaz no Ateliê Lisa França, como agora com a “arte bruta” de Newton Florentino. O Ateliê fica na rua Dr.Emilio José Salim, 118, em Sousas, bem perto da Praça Beira Rio. (Por José Pedro Martins)