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A primeira bailarina do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Ana Botafogo, estará em Campinas no dia 2 de setembro. Dezoito anos após se apresentar na Sociedade Hípica de Campinas, a bailarina de fama internacional retorna ao local com outro propósito: receber uma homenagem (o Prêmio Dr. Lix da Cunha) em nome do avô paterno – o médico Ernani Fonseca – que idealizou a Casa da Criança Paralítica (CCP) na década de 1950.
Juntamente com o pai, Ernani Ernesto Fonseca, Ana estará no tradicional Jantar Dançante beneficente da Casa da Criança Paralítica, que comemora o aniversário de 62 anos da instituição.
A história do avô de Ana é marcada pela vocação para a filantropia, o que o tornou um nome respeitável da saúde pública paulista. O médico deixou um legado em várias cidades de São Paulo. “Meu pai sempre teve uma obsessão em auxiliar crianças e pessoas com deficiência e, por causa disso, ao longo de sua vida, principalmente no interior de São Paulo, ele construiu vários consultórios e estabelecimentos que pudessem prestar assistência às crianças com deficiência e pobres”, conta o pai de Ana, Dr. Ernani Ernesto Fonseca, hoje com 90 anos, também médico. Dr Ernani Fonseca faleceu em 1969.
Ana Botafogo com o pai e a foto do avô, o fundador da CCP (Foto Divulgação)
Além de ser a primeira bailarina do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Ana Botafogo também é diretora do Teatro. O ritmo da bailarina mudou um pouco, hoje ela faz pequenas apresentações em eventos esporádicos, exibindo solos feitos para ela ou dançando em dupla com Carlinhos de Jesus. Mas não participa mais de grandes espetáculos de ballet clássico, concentrando seu tempo em dar aulas e palestras.
Prêmio Dr. Lix da Cunha – Todos os anos, durante o jantar beneficente, a CCP premia personalidades que tenham prestado relevantes serviços voluntários à entidade. Este ano o homenageado será o médico Ernani Fonseca, que idealizou a Casa da Criança Paralítica na década de 1950.
Casa da Criança Paralítica de Campinas, pioneira – A reunião que marca a criação da Casa da Criança Paralítica de Campinas aconteceu a 17 de janeiro de 1954, por iniciativa do médico Ernani Fonseca, na casa de Teófilo Teixeira, na rua Barreto Leme, 2312. A assembleia teve como presidente Vicente Minieri Jr, presidente do Rotary Club Campinas. A motivação inicial era atender as vítimas da paralisia infantil, que vinha assustando em todo país. Uma epidemia de poliomielite ocorrida no Rio de Janeiro, em 1953, chamou ainda mais a atenção dos responsáveis pela saúde pública. Antes, outras epidemias já tinham sido registradas, em cidades como Porto Alegre (1935) e Santos (1937).
A Sociedade Campineira de Recuperação da Criança Paralítica, primeiro nome da instituição criada por inspiração de Ernani Fonseca, foi uma das primeiras no Brasil após a epidemia de 1953 no Rio de Janeiro. Ernani Fonseca foi delegado de saúde, responsável por várias cidades, e nessa condição tinha informações sobre as principais demandas da época.
O próprio Ernani Fonseca foi aclamado como o primeiro presidente da Sociedade. Entre outros, integravam a diretoria o jornalista Mário Erbolato e Sylvino de Godoy, industrial e proprietário do “Correio Popular”. A primeira sede foi na rua Barão de Jaguara, 1301, mesmo local do Rotary Club de Campinas. A primeira sede com a clínica já funcionando foi instalada na rua Luzitana, 369.
A 10 de agosto de 1965 foi assinado o termo de doação de terreno pela Prefeitura de Campinas, para a Sociedade construir um ambulatório em sede própria, mais adequada. Parte do terreno foi, depois, doada à APAE, para a construção de sua sede.
Com a doação do terreno, foi então iniciada uma grande campanha na comunidade, visando a instalação da sede da Casa da Criança Paralítica de Campinas. O engenheiro arquiteto responsável pela construção foi Lix da Cunha. O projeto previa um edifício em estilo georgiano, não muito comum em Campinas e região. Esposa do engenheiro-arquiteto, Dona Nair Valente da Cunha foi uma das grandes responsáveis pela campanha de arrecadação de recursos para a construção da sede, na rua Pedro Domingos Vitali, no Parque Itália.
A inauguração aconteceu no dia 12 de junho de 1971, com a presença, entre outros, do governador Laudo Natel. O presidente da Sociedade Campineira de Recuperação da Criança Paralítica era o médio Luiz de Tella, que permaneceu vários anos à frente da instituição.
E a Casa da Criança Paralítica (CCP), nome que consagrou a entidade, foi com o tempo se tornando uma referência em sua área. Ela hoje oferece atendimento especializado e gratuito a crianças, adolescentes e jovens com deficiência física e comprometimento neurológico nas áreas de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, médica, odontologia, psicologia, nutrição, serviço social e pedagogia, além de orientação à família. Atualmente, em sua sede no Parque Itália, são atendidos mais de 300 pacientes por mês, a maioria de baixa renda. Ao longo de 62 anos de atividades, cerca de 15 mil pessoas já passaram pela instituição. A homenagem no Jantar Dançante de 2 de setembro é histórica, pelos enormes serviços que o Dr.Ernani Fonseca prestou a essas milhares de crianças em seis décadas de história.
Milhares de crianças beneficiadas pela obra iniciada por Ernani Fonseca (Foto Divulgação)
Serviço:
Dia: 02 de Setembro
Horário: 20 horas
Local: Sociedade Hípica Campinas – Rua Buriti, s/n° (Estrada de Sousas) – Bairro das Palmeiras – Campinas – SP
Valor: R$ 150,00 por pessoa.
Convites podem ser adquiridos pelo telefone (19) 2127-7230 ou no www.ccp.org.br
