Não só de graça vive o palhaço, mas também de acordes musicais. Atire a primeira nota “sol” quem nunca apreciou algum desses fanfarrões a entoar melodias em instrumentos imaginários ou estapafúrdios. Aliás, a musicalidade em tom de palhaçaria se tornou o ponto de partida para a quarta edição do reconhecido Encontro Geral do Riso. Em cartaz em diversos espaços de Campinas, entre 19 e 27 de novembro, o evento dedicado à graça do nariz vermelho oferece nove espetáculos gratuitos para todas as idades. O convidado especial deste ano é o palhaço e diretor italiano Leris Colombaioni.
À frente do encontro está o Coletivo Geral do Riso, formado pelos heroicos palhaços da Família Burg (Ivens Cacilhas, Joana Piza e Guga Cacilhas), da Dupla Companhia (Aline Olmos e Fernanda Jannuzzelli), do Barracão Teatro (Esio Magalhães), da Cia. Suno (Helena Figueira e Duba Becker) e do Circo Caramba (Thiago Sales). Além do palhaço Leris Colombaioni, que assinará a direção de um espetáculo preparado durante os dias do festival, a edição de 2016 traz à cena outros convidados de estimado gracejo: Ricardo Puccetti (Lume Teatro), o Palhaço Teotônio; e Mauro Braga, o Palhaço Azevedo.
Atenção: quem participar do Encontro conferirá os espetáculos La Scarpetta (Ricardo Puccetti/Lume Teatro), Crássicos (Família Burg), De Partida (Cia. Suno), Atenção, respeitável público! (Dupla Cia), WWW Para Freedom (Barracão Teatro), Azevedo pão e leite, uma canção inteligente (Mauro Braga) e Jerônimo Show (Circo Caramba), além do Cabaré Geral de Abertura e do inédito Charanga Fanfarrona. Ao mesmo tempo em que são construídas a partir da graça do palhaço, as montagens em cartaz revisitam outras virtuoses circenses, entre elas a acrobacia, a magia, os malabares, o equilibrismo e o contorcionismo.
A musicalidade
Após ter trafegado pelo circo-teatro e pela palhaçaria de rua em edições anteriores, o Coletivo Geral do Riso aposta na Banda de Palhaços em 2016. Aliás, de acordo com o ator Thiago Sales, o intérprete do Palhaço Jerônimo, a musicalidade em tom de graça vem sendo amadurecida pelos palhaços desde a primeira edição do encontro. “A música tem uma capacidade muito grande de comunicação com o público, tal como é a linguagem do palhaço. Por isso, juntar essas duas potências proporcionará um resultado bastante interessante com relação à empatia do público”, justifica Thiago.
Para reger e colocar na partitura essa desajustada Banda de Palhaços, que já conta com repertório composto de músicas do universo clássico dos picadeiros e paródias de canções de sucessos da atualidade, o Coletivo traz um maestro para lá de irreverente: Leris Colombaioni, o popular palhaço Ercolino. Ao lado do mestre italiano, o grupo musical, recheado pela presença de diversos instrumentos (saxofone, trombone, clarinete, escaleta, sanfona, violão, bombardino e percussão), produzirá durante o encontro uma montagem inédita batizada de Charanga Fanfarrona.
“O trabalho será baseado na criação de um show itinerante em que os personagens serão músicos de uma banda que toca nas ruas e praças da cidade. Nesse caso, o palhaço é musical. Para rechear o caminho da Banda de Palhaços, será necessário criar cenas e piadas, já que usaremos os instrumentos para fazer música engraçada. Basicamente, a montagem envolverá o uso do corpo do palhaço e a dramaturgia em ação. Com isso, continuaremos a fazer muitas pessoas se apaixonarem por esse personagem engraçado e mais sincero do mundo, que é chamado de palhaço”, destaca Leris.
O diretor – Nasceu em berço de ouro. Não no sentido de riqueza monetária, mas de tradição artística: sua nonna, como gosta de lembrar Catarina Delacqua, descende de artistas de Commedia Dell’Arte. Já seu pai, Nani Colombaioni, falecido em 1999, é considerado um dos grandes palhaços de todos os tempos. Prova disso, tornou-se assessor de Federico Fellini (1920-1993) quando a dúvida do cineasta residia no campo da palhaçaria. Aliás, foi ao lado de Nani que Leris aterrissou no Brasil pela primeira vez, em 1998, a fim de apresentar o espetáculo Um pouco de tudo, praticamente nada no evento Anjos do Picadeiro. De lá para cá, não parou de visitar mais o país. Por meio de cursos e oficinas ministrados anualmente, Leris tem atuado como mestre na preparação de novos e experientes palhaços pelo País. Atualmente, está à frente do Circo Ercolino, na Itália.
Programação Completa
19/11 (Sábado), às 12h
Cabaré Geral (Coletivo Geral do Riso)
Protagonizado pelos integrantes do Coletivo Geral do Riso, o espetáculo oferecerá à plateia números clássicos de palhaçaria, bem como a apresentação musical da Banda de Palhaços, composta por músicas circenses e paródias de sucessos da atualidade.
Local: Praça do Coco (Rua José Martins, 738, em Barão Geraldo)
20/11 (Domingo), às 11h30
La Scarpetta (Ricardo Puccetti/Lume Teatro)
Atrapalhado como ele só, o Palhaço Teotônio reúne nesse solo, que tem a direção do palhaço italiano Nani Colombaioni (pai de Leris), números de magia, equilibrismo, contorcionismo, música e acrobacia com ovos. Com passagem por diversas regiões do Brasil e por distintos países, o solo estreou em 1997.
Local: Centro de Convivência Cultural (Praça Imprensa Fluminense, s/n, Cambuí)
21/11 (Segunda-feira), às 20h
Crássicos (Família Burg)
O trio de palhaços da Família Burg propõe aos olhos do público uma coletânea bem-humorada de clássicos: de o Bolero de Ravel aos musicais dançantes da Broadway. A cena ainda é povoada por quadros cômicos de habilidades desastrosas, paródias esportivas e dança excêntrica.
Local: Centro Cultural Casarão (Rua Maria Ribeiro Sampaio Reginato, s/n, Terras do Barão, em Barão Geraldo)
22/11 (Terça-feira), às 20h
De Partida (Cia. Suno)
Tal como ciganos itinerantes em viagem pelo mundo, os palhaços Sanduba e Fiorella trazem à cena, entre uma atrapalhada e outra, esquetes de contorcionismo, mágica, equilibrismo e acrobacia. Destaque ao número de rola-bola, realizado com cilindros e uma mala no lugar da prancha original do aparelho.
Local: Centro Cultural Casarão (Rua Maria Ribeiro Sampaio Reginato, s/n, Terras do Barão, em Barão Geraldo)
23/11 (Quarta-feira), às 20h
Atenção, respeitável público! (Dupla Cia)
Na cena, Madame Poatrine e Begônia revivem a consagrada dupla cômica da lona: Branco e Augusto. Para tanto, envolvem o respeitável público com esquetes cômicos baseados na tradição brasileira de picadeiro.
Local: Centro Cultural Casarão (Rua Maria Ribeiro Sampaio Reginato, s/n, Terras do Barão, em Barão Geraldo)
24/11 (Quinta-feira), às 20h
WWW Para Freedom (Barracão Teatro)
Nesse espetáculo, o Palhaço Zabobrim trava uma guerra pela liberdade. Soldados são enviados para libertar um povo de um terrível ditador. Até que, ao questionar os reais motivos daquela missão de bombardeio, o palhaço se engaja em outra operação: a de batalhar pelo sentimento de ser livre.
Local: Centro Cultural Casarão (Rua Maria Ribeiro Sampaio Reginato, s/n, Terras do Barão, em Barão Geraldo)
25/11 (Sexta-feira), às 20h
Charanga Fanfarrona (Coletivo Geral do Riso)
Sob a direção de Leris Colombaioni, esse espetáculo reúne os palhaços do Coletivo Geral do Riso, bem como os convidados da edição 2016 do Encontro: Ricardo Puccetti (Lume Teatro) e Mauro Braga. Em cena, esses narizes vermelhos dão vida à sonoridade que brota da essência de uma Banda de Palhaços.
Local: Sesc Campinas (Rua Dom José I, 270/333, Bonfim)
26/11 (Sábado), às 18h
Azevedo pão e leite, uma canção inteligente (Mauro Braga)
Azevedo busca alimentar um enorme desejo: compartilhar os seus acordes. A fim de atrair o respeitável público, o palhaço lança mão de seus instrumentos para entoar músicas de Beethoven a Luiz Gonzaga. A cena é dividida com Carmem, a Boneca Maluca, o Rei Roberto e, claro, os espectadores.
Local: Centro Cultural Casarão (Rua Maria Ribeiro Sampaio Reginato, s/n, Terras do Barão, em Barão Geraldo)
27/11 (Domingo), às 18h
Jerônimo Show (Circo Caramba)
Ao vestir a casaca de showman, o palhaço Jerônimo cativa a plateia com números de palhaçaria envolvendo a música (executados com instrumentos convencionais e inusitados) e outras modalidades circenses (malabarismo e equilíbrio de objetos). Destaque às cenas O Homem Banda e Serrote Musical.
Local: Centro Cultural Casarão (Rua Maria Ribeiro Sampaio Reginato, s/n, Terras do Barão, em Barão Geraldo)