No próximo dia 31 de outubro o Centro de Ciências, Letras e Artes (CCLA) chega aos 114 anos de atividades ininterruptas, pela cultura de Campinas e do Brasil, e justamente por isso merecendo maior atenção por parte dos poderes públicos e da sociedade em geral. Poucas instituições culturais no país têm tamanha longevidade e continuam atuantes como o CCLA.
A data será lembrada com solenidade a partir das 20 horas, no auditório do CCLA. Após a abertura, pelo presidente Marino Ziggiatti e com o Hino Nacional, haverá a conferência do orador da noite, o historiador Duílio Battistoni Filho, sobre “O Centro de Ciências, Letras e Artes na cultura campineira”.
Em seguida, haverá a apresentação dos vencedores do VIII Concurso Estímulo para Jovens Cantores Líricos, iniciativa do CCLA, com apoio da Secretaria Municipal de Cultura de Campinas. Os vencedores da edição deste ano foram:
– Melhor Voz Masculina – Matheus Pompeu – Tenor;
– Melhor Voz Feminina - Ana Beatriz Machado Lara – Soprano;
– Melhor Interprete de Carlos Gomes – Karolyne Liesenberg – Soprano Lírico Leggero;
– Melhor Intérprete de Canção de Câmara de C.Gomes – Érika Andrade Orlando – Soprano Coloratura; e
– Cantor Voz Lírica Revelação – Isabela Mestriner Abrahão Machado – Soprano Lírico.
Após a entrega do troféu aos vencedores, haverá o coquetel de confraternização.
114 anos pela cultura – O CCLA foi fundado a 31 de outubro de 1901, por um grupo de intelectuais liderado por Cesar Bueno Bierrenbach. Eram literatos, jornalistas e professores do Colégio Culto à Ciência, além de pesquisadores do Instituto Agronômico, que ainda estava sendo estruturado. Em 1903, o CCLA foi palco da primeira leitura crítica de Os Sertões, de Euclides da Cunha, fato que acabou gerando grande controvérsia pelos comentários que a obra recebeu.
No final da década de 1910, o CCLA sediou, ao lado de São Paulo, a primeira exposição futurista na América Latina, de Lasar Segall. Desde então o Centro de Ciências, Letras e Artes montou importante pinacoteca, além de estruturar o Museu Carlos Gomes e o Museu Campos Salles, dois personagens centrais da história campineira e do período de transição entre Monarquia e República.
Na década de 1950, por iniciativa de Marino Ziggiatti, o CCLA montou o primeiro cineclube da cidade. O Centro também recebeu, entre as décadas de 1970 e 80, um dos principais festivais de Super-8 do Brasil.
É incomensurável a contribuição do CCLA para a cultura e as artes em Campinas e no Brasil. A instituição merece um olhar mais atento e carinhoso da sua cidade e do seu país. (Por José Pedro Martins)