A dedicação à pesquisa das raízes culturais brasileiras está expressa no CD “Mar de Vento”, que a cantora Carol Ladeira lança no dia 11 de fevereiro, sábado, a partir das 20h30, na Cia Sarau, em Campinas. São canções, sambas, candombe e ijexás e arranjos criados coletivamente, fruto da sintonia de quem já toca junto há alguns anos. No caso, a parceria entre Carol Ladeira e os músicos Chico Santana (percussão), Edu Guimarães (sanfona, piano e percussão) e Gustavo de Medeiros (violão de 7, bandolim, guitarra e percussão). A gravação do CD aconteceu praticamente ao vivo, o que dá um novo sabor e calor ao “Mar de Vento”. A Cia Sarau fica na rua José Martins, 1899, Vila Santa Izabel, distrito de Barão Geraldo.
De fato, o CD tem a marca da força refinada da percussão de Chico, com seus variados tambores e delicada kalimba. Tem ainda a fertilidade de ideias de Edu Guimarães-sanfona, que se esparrama também ao piano. E a riqueza de possibilidades de Gustavo de Medeiros, transitando consonâncias e dissonâncias do bandolim à guitarra.
Carol, de sua parte, sobrevoa com leveza ou batendo a voz na terra com a crueza ou a delicadeza que o momento exige. Há sutilezas e há pancadas. E há vontade de falar sobre o nosso tempo de hoje, “com tudo que ele tem de primavera, de valente esperança e rebeldia”. A gravação teve o apoio do Fundo de Investimentos Culturais de Campinas (FICC 14/15).
A cantora lançou seu primeiro CD, “Quitanda”, em 2010, com direção musical de Kiko Dinucci e Marcelo Pretto. O CD deu origem a show com direção cênica de Ésio Magalhães.
Em 2013, Carol lançou dois CDs de projetos dos quais fez parte: “Mergulho”, com Quinteto Coloquial, pesquisando ritmos populares brasileiros e linguagens ligadas ao jazz, e “Esticador de Horizontes”, com CantaVento, música boa de brincar. Em 2014, lançou CD e DVD com o projeto Angudadá, que surgiu a partir da parceria com os músicos Duda Larson e Eduardo Klebis, junto com o cartunista e diretor de animação Thomate.
Carol Ladeira cursou Canto Popular na Unicamp, onde também fez mestrado em Artes da Cena, pesquisando sua prática e a de outras cantoras brasileiras como Juçara Marçal e Mônica Salmaso, sua relação com o público e a proximidade com obra do educador Paulo Freire. Desta experiência, prepara-se para lançar em 2017 o livro “Cantar como prática da Liberdade”.
A artista já se apresentou no programa Sr. Brasil, de Rolando Bondrin, na TV Cultura (2015). Com o Quinteto Coloquial, foi premiada pelo Ministério da Cultura com Residência Artística em Pernambuco. Esta experiência resultou na elaboração de show e documentário com o Grupo Bongar, da Casa de Candomblé Xambá, de Olinda (2011).
Em todos os trabalhos, ressalta a artista, em comum há a “busca por sonoridades originais e canções inéditas, liberdade para passear por diferentes ritmos da cultura brasileira, o desejo de se comunicar com as mais diferentes pessoas e por fazer uma música que amplie os horizontes de quem a faz e quem a escuta”.