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Na Virada Sustentável, a mulher e a sua fala pelas lentes do Coletivo Carolinas
Foto de Cíntia Antunes, do Coletivo Carolinas, na exposição ReExistir

Na Virada Sustentável, a mulher e a sua fala pelas lentes do Coletivo Carolinas

Foi por mais um lugar de fala da mulher e por um espaço de representatividade feminina que o Coletivo Carolinas nasceu pela iniciativa de cinco fotógrafas: Fabiana Ribeiro, Cíntia Antunes, Sandra Lopes, Juliana Siqueira e Gabriela Zanardi. Com muitas ideias na cabeça e câmeras fotográficas nas mãos, elas participam da primeira Virada Sustentável de Campinas, de hoje a domingo (1, 2 e 3/12), com duas exposições: “ReExistir” (na Casa de Vidro do Lago do Café) e “Partiu Pra Onde? É o Mandela” (na Estação Cultura de Campinas).

Foto de Fabiana Ribeiro, do Coletivo Carolinas, na exposição ReExistir

Foto de Fabiana Ribeiro, do Coletivo Carolinas, na exposição ReExistir

“Queremos trazer a pauta feminina e nosso lugar de fala, e fazemos isso como fotógrafas e como mulheres, num momento muito difícil para as artes e a Cultura no País”, diz Cíntia. “Precisamos reaprender a trabalhar em conjunto, especialmente na arte, que jamais pode ser proibida”, propõe a fotógrafa, que já avisa: o Coletivo Carolinas projeta crescimento e quer dar mais espaço às profissionais da fotografia.

Na exposição ReExistir, que permaneceu por um mês no Museu da Imagem e do Som (MIS) de Campinas dentro da Mostra Luta, elas fazem proposições do existir e resistir no Brasil pós-golpe, como diz o texto de apresentação. A mostra foi feita para ocupar espaços públicos e discutir as questões identitárias, de classe e de gênero. “Fizemos uma narrativa”, explica Cíntia.

 

Foto de Cíntia Antunes, do Coletivo Carolinas, na exposição ReExistir

Foto de Cíntia Antunes, do Coletivo Carolinas, na exposição ReExistir

Empoderamento

Fabiana Ribeiro, Cíntia Antunes e Sandra Lopes mostram olhares diferentes em suas fotos sobre o ReExistir. Cíntia Antunes enfatiza o empoderamento. “É só através de muito amor próprio e empoderamento que mulheres se libertam e podem inspirar outras mulheres”, diz em sua apresentação. Nas fotos, adolescentes que participaram de projetos sociais onde ela ministrou oficinas, dentro do EmPodera. Publicitária, Cíntia trabalha com fotografia desde 2010, especialmente fotos de palco e de projetos culturais. É também arte-educadora.

Exposição ReExistir, na Casa de Vidro do Lago do Café, até domingo na Virada Sustentável

Exposição ReExistir, na Casa de Vidro do Lago do Café, até domingo na Virada Sustentável

Nu masculino

Sandra Lopes fotografa nu artístico desde 2000. Ao contrário do que é mais comum de se ver, nesta exposição é o homem que se despe para a lente de uma mulher. “O nu não precisa ser sexualizado”, diz Sandra, que é fotógrafa profissional há mais de 20 anos – no Brasil, Estados Unidos e Suíça – e mora em Campinas desde 2009, onde leciona e dá continuidade ao seu trabalho autoral, voltado para natureza, moda e retrato. Ao juntar resistência feminina e nu masculino, a exposição traz, portanto, a questão de gênero.

Foto de Sandra Lopes, do Coletivo Carolinas, na exposição ReExistir

Foto de Sandra Lopes, do Coletivo Carolinas, na exposição ReExistir

Resistência

A fotógrafa Fabiana Ribeiro mostra os vários momentos da reintegração de posse da Comunidade Nelson Mandela: a reintegração propriamente dita, o local provisório onde as famílias ficaram e o novo local de ocupação na região dos Dics. A jornalista atua no setor público e também realiza um trabalho de registros e documentação de imagens das ações culturais (desde 2013), com ênfase na produção local e regional principalmente voltado aos grupos de cultura popular e movimentos sociais. Atua em movimentos de midialivrismo e democratização da comunicação, sobre o qual faz palestras e oficinas. Fabiana também integra a equipe do coletivo Jornalistas Livres.

Foto de Fabiana Ribeiro, do Coletivo Carolinas, na exposição ReExistir

Foto de Fabiana Ribeiro, do Coletivo Carolinas, na exposição ReExistir

A forma como as mulheres da Comunidade Nelson Mandela resistem às condições que lhe são impostas e o quepor fim, representa a própria maneira de existir fez com que Fabiana voltasse suas lentes para elas. A resistência, portanto, resulta na reexistência destas mulheres e sua comunidade. A Comunidade Nelson Mandela é formada pela população que ocupava uma área no Jardim Capivari, em Campinas, e sofreu violenta reintegração de posse com ação da polícia em .março de 2017. No Mandela, conta, a liderança é feminina, e a maior parte das meninas desde pequenas já começa a se apropriar desta cultura de luta. “Há mulheres que sustentam filhos e netos.” (por Adriana Menezes)

Virada Sustentável Campinas

Mais de 40 artistas (artesãos e criadores nas áreas de moda, arte, perfumaria, design, decoração e gastronomia) participam a partir de hoje do Encontro de Criadores, na Estação Cultura de Campinas, dentro da programação da primeira edição da Virada Sustentável Campinas.

Outro evento que será realizado na Estação Cultura é o Bazar de Trocas “Seu, Meu, Nosso!”, onde o público poderá levar itens como livros, roupas e sapatos que estão sem uso para trocar com outros participantes do evento. O local também terá debates relacionados a questões de urbanidades, gênero e outros temas em pauta na atualidade.

Também na Estação Cultura, tem o show da banda As Bahias e a Cozinha Mineira, que possui fortes influências da cantora Gal Costa e do Clube da Esquina, e tem como mote na música identificar as formas de expressão das mulheres.

Haverá programação também na Casa de Vidro do Lago do Café, no Parque Taquaral e outros locais da cidade. Confira a programação no site www.viradasustentavel.org.br/campinas  e no facebook www.facebook.com/events/149010875823898 #VireCampinas.

Na Estação Cultura

Sexta, 01.12

18h – Roda de conversa | “Gênero e liberdade na arte em tempos de censura”

19h30 – Música | Marília Corrêa

20h15 – Intervenção | A_TRAVE

20h30 – Música | As Bahias e a Cozinha Mineira

 

Sábado, 02.12

10h – Palestra | Redução das desigualdades focando em Educação, Tecnologias e Empoderamento

11h – Oficina |Estudos sobre a música jamaicana

12h – Arte Na Rua |Rodrigo Eisenger Duo

14h – Vivência musical | BatucAjuntA

16h – Intervenção musical | Pequenos Contos Sonoros

17h – Arte Na Rua | Duo Weber Marely e Felipe Macedo

18h – Música | Fuluke e a Màfia Afrikana (rap)

19h – Música | OZ Guarani (rap)

20h – Arte Na Rua | Rafael Thomaz Quarteto – Mostra Jazz Campinas

21h – Música | Folhas Novas (roda de samba)

 

Domingo, 03.12

13h – Vivência | QUEER CAMPINAS

13h30 – Oficina | Descolonize-se

15h – Bazar de Trocas | Meu, Seu, Nosso!

17h30 – Desfile | Descolonize-se

18h – Teatro | Helena Vadia

19h30 – Música | Skafandros

 

Sexta, sábado e domingo

Exposição | Partiu. Aonde? É o Mandela

Exposição | Eu Existo

Exposição | Nome aos Bois

 

Sábado e domingo

Feira Criativa | Mercado de Criadores

Na Casa de Vidro

Sexta, sábado e domingo

Exposição | ReExistir

Site: www.viradasustentavel.org.br/campinas

Abertura: www.facebook.com/events/149010875823898

#VireCampinas

 

 

A Virada Sustentável é apresentada pelo Governo do Estado de SP, Secretaria de Cultura e WestRock por meio do ProAC e também conta com o patrocínio da MARS e Leo Madeiras e apoio da Pedigree, Instituto Leo e Prefeitura de Campinas, por meio das Secretarias de Cultura, Esportes e Lazer, Desenvolvimento Econômico, Social e de Turismo e dos Direitos da Pessoa Com Deficiência e Cidadania. O projeto é realizado por meio do ProAC com produção de 3 Apitos Cultura e Instituto Virada Sustentável.

 

Sobre Adriana Menezes

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