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Campinas recebe rei nigeriano no Mês da Consciência Negra
Cartaz com programação do Festival Sou África em Todos os Sentidos, realizado no Mês da Consciência Negra em Campinas

Campinas recebe rei nigeriano no Mês da Consciência Negra

Muitos dos escravos que o Brasil recebeu no período colonial vieram da Nigéria. Pois nesta terça-feira, 18 de novembro, em pleno Mês da Consciência Negra, um rei nigeriano estará em Campinas, cidade onde foi grande o uso da mão-de-obra escrava no século 19. O rei Obaulufon Mababeolá (Olumoyero II), rei de Ifon, estado de Osun, na Nigéria, cumprirá agenda oficial e estará na Comunidade Jongo Dito Ribeiro, na Fazenda Roseira.

Considerado pela comunidade afro como “a presença de Oxalá na Terra”, o rei começará sua visita a Campinas com um encontro oficial com o presidente da Câmara Municipal, Campos Filho, a partir das 9 horas. Às 10 horas o Plenário da Câmara sedia um Seminário sobre a Lei 10.639/03, que estipula a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas redes públicas e particulares de ensino.

Às 12:30h, a Fazenda oferecerá um almoço ao rei nigeriano.  Às 16 horas, haverá um plantio de Baobá na Praça das Folhas Sagradas Kosi Ewé Kosi Orisa, localizada entre as ruas Carlos Bellucci, Roberto Alves Ribeiro e Maria Cândida Conceição, no Jardim Mirassol.

No último dia 8 de novembro, a inauguração do Centro de Referência Jongueiras e Jongueiros do Sudeste, na Fazenda Roseira, abriu o mês da cultura negra em Campinas, que está sendo marcado por exposições, rodas de conversas, homenagens, explanação de conteúdos sobre patrimônio material e imaterial com a presença de várias lideranças jongueiras de outros territórios e rodas de jongo entre as comunidades.

O Jongo é um patrimônio imaterial, registrado como forma de expressão afro-brasileira que integra percussão de tambores, dança coletiva e é considerado o avô do samba. É praticado nos quintais das periferias urbanas e em algumas comunidades rurais do sudeste brasileiro.

Em Campinas, a Comunidade Jongo Dito Ribeiro é divulgadora do Jongo, que é registrado como Patrimônio Cultural Imaterial brasileiro pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) desde 2005 e como patrimônio cultural imaterial em Campinas desde 2013. Em ambos os registros o Jongo se encontra no Livro de Registro das Formas de Expressão, que são atividades expressivas e comunicativas tradicionais enraizadas na vida social, no Brasil e em Campinas, respectivamente.

A Comunidade Jongo Dito Ribeiro está situada na Casa de Cultura Fazenda Roseira, na região Noroeste de Campinas. A partir de um edital promovido pelo IPHAN, a Comunidade Jongo Dito Ribeiro, em parceria com a NINA Grio, foi contemplada e receberá aportes financeiros do governo federal para ações de salvaguarda do Jongo. Entre as ações está prevista a criação do Centro de Referência Cultural Jongueiras e Jongueiros do Sudeste, para abrigar diversas ações voltadas para a preservação desse importante Patrimônio Cultural, viabilizando a produção, registro, memória e transmissão, para futuras gerações.

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