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Começa o Feverestival em Campinas: é o tributo ao teatro e à diversidade
Esperando Godot, um dos clássicos contemporâneos, no dia 24, 19 horas, no Teatro Castro Mendes (Foto Bob Sousa/Divulgação)

Começa o Feverestival em Campinas: é o tributo ao teatro e à diversidade

Começa neste sábado, dia 17, e vai até 25 de fevereiro a 14ª edição do Feverestival – Festival Internacional de Teatro de Campinas, movimentando a cidade de forma intensa, em termos artísticos e econômicos. É o tributo ao teatro, em todas as suas formas e em diferentes espaços e vertentes. Mais uma vez o Feverestival oferece uma ampla programação de qualidade, com atrações nacionais e internacionais. E propõe uma reflexão, sobre a censura, as ameaças à diversidade. Serão vários momentos para a conversa, o diálogo, a troca de olhares, a comunhão de afetos e também residências artísticas.

Nesta edição o tema é justamente “Território do Encontro”. Nos nove dias de Festival os artistas vão habitar espaços culturais de diversos territórios da cidade, como a Vila Industrial, Guanabara, centro e região Noroeste, além do distrito Barão Geraldo, onde há anos acontece uma forte e efervescente cena teatral. Nas 13 edições anteriores, mais de 400 mil pessoas participaram de mais de 200 produções inéditas. 

Como afirmam as organizadoras, um dos fatores determinantes para a sustentabilidade do Feverestival há tantos anos é a união de forças, as parcerias que se somam e se renovam todo ano, formando poderosas redes. São parte desta possibilidade de continuidade: a Caixa Cultural, que patrocinou a edição de 2018 através do Programa de Apoio a Festivais de Teatro e Dança; a parceria do British Council para seguir com o trabalho de valorização do intercâmbio e de circulação de produções internacionais; o apoio do Sesc Campinas, fortalecendo a difusão de produções nacionais, o apoio institucional da Prefeitura Municipal de Campinas, além dos espaços culturais da cidade de Campinas que receberão a programação do Festival, os estabelecimentos parceiros e todas as pessoas que integram a equipe do Feverestival.

Além das parcerias institucionais, as campanhas de colaboração para alimentação, hospedagem solidária e caronas são formas de chamar moradoras e moradores da cidade para que se apropriem do evento e o construam junto à equipe. As redes construídas ao redor do festival são tão importantes quanto cada detalhe necessário para que ele aconteça, ressaltam as organizadoras. Ao longo do Festival ainda é possível colaborar com a campanha “Alimente quem tem fome de arte”, doando alimentos não perecíveis e semiperecíveis que serão transformados em refeições para equipe e artistas.

ESCAMBO FEVERESTIVAL – Para fortalecer os laços e fomentar o encontro entre o Feverestival e as pessoas ao seu redor, a equipe organizadora propôs para esse ano um modelo de permutas que irá estimular a troca direta entre aquelas e aqueles que acompanham o Festival e os estabelecimentos apoiadores.

É necessário fazer o download da imagem que pode ser encontrada via código QR nos locais onde há programação do Festival e no folder distribuído gratuitamente em pontos de ampla circulação. Apresentando esta imagem nos locais participantes é possível realizar o escambo. Mais informações sobre a campanha de alimentação e o Escambo Feverestival  em www.feverestival.com.br

Helena Vadia, no dia 18, 16 horas, na Sala dos Toninhos da Estação Cultura (Foto Alex Mariano/Divulgação)

Helena Vadia, no dia 18, 16 horas, na Sala dos Toninhos da Estação Cultura (Foto Alex Mariano/Divulgação)

CURADORIA – Para este ano foram recebidas 547 inscrições nacionais e internacionais e 39 inscrições de grupos locais, via edital específico para coletivos e artistas da região. Foram inscritos espetáculos de 22 estados diferentes do Brasil, das 5 regiões, e de mais 7 países. A curadoria nacional foi composta por um time de profissionais do festival e convidados: Cynthia Margareth (Coordenadora Geral do Feverestival), Dane de Jade (Coordenadora do FIMC – Festival Internacional de Máscaras do Cariri), Erika Cunha (Atriz), Felipe de Assis (Coordenador Geral do FIAC – Bahia), Flávia Marques (Sesc Campinas) e Valmir Santos (Jornalista e Crítico de Teatro). A curadoria de espetáculos e ações locais foi realizada por representantes da Equipe do Feverestival.

Para nortear a construção desta edição, a Equipe lançou um Manifesto junto à convocatória de inscrições, convidando os grupos e artistas interessados no Festival a dialogarem com temas, anseios e urgências pertinentes ao momento em que vivemos. Abaixo o Manifesto, assinado pela Equipe, e o texto que representa o pensamento curatorial desta edição.

MANIFESTO

O que nos liberta?

Nós temos medo de que?

EstimuladAs a debater o “Território do Encontro”, o 14º Feverestival – Festival Internacional de Teatro de Campinas, busca provocar o próprio ato de estar junto.

Em tempos de censuras devemos pensar em quem, não apenas no quê está sendo censurado.

Quem tem medo de corpos desnudos? Corpos trans. Corpos negros. Corpos-índios. Corpos deficientes. Corpos desviados.

Subversivos? Corpos libertados – ou em libertação.

Quem teme a nossa emancipação? O diferente só o é pela padronização.

Em tempos de polarizações, precisamos de posição. Decidimos pelo lado que não só tolera e respeita – mas celebra a diversidade.

Que ama o diferente e olha para o que está nos cantos, nas margens, nas sombras. Buscamos a contra-cultura, a contra-censura e nos colocamos em contra-ataque celebrativo.

Nenhuma violência será tolerada. Revidemos, pois. O que levamos em nossos kits diários de sobrevivência? Não precisamos de salvação. Não somos respostas, desejamos ser afetação.

Como afetar ainda mais? Alcançar ainda mais? Novos espaços, novos territórios, novas margens, centros, corpos… Sentindo em nós a quantidade inimaginável de ataques – virtuais, verbais e porrada – ouvimos as forças de quem se une para resistir.

Acreditamos o festival como possibilidade de união, encontro, comunhão, apoio, expressão e escuta. E principalmente, a desestruturação – a provocação de um novo olhar.

O que é estar em grupo hoje? Em coletivo. Característica dos primeiros trabalhos apresentados no Feverestival. O que é a criação em grupo hoje? Provocadas por estas questões, convidamos todas, todos e todes a acompanhar a programação do 14º Feverestival, que será realizado de 17 a 25 de fevereiro de 2018.

Equipe Feverestival

 

CURADORIA

Sentidos livres

Escuta o canto do ser. Ele tem mais de mil vozes.

Olha a dança do ser. Ela tem mais de mil passos

Luiz Carlos Maciel (1938-2017)

No terceiro e derradeiro dia de trabalho da Curadoria fomos surpreendidos pela notícia da morte do pensador Luiz Carlos Maciel, ocorrida na véspera, dia 9 de dezembro, aos 79 anos. O jornalista, diretor de teatro e roteirista de cinema foi um dos pensadores-chave da Contracultura, cofundador do revolucionário jornal O Pasquim, onde assinava a coluna Underground (1969-1972), da qual extraímos a epígrafe acima.

Os ideais e as ideias desse ensaísta radicam a liberdade. Sincronicamente, buscamos na bússola Maciel uma possibilidade de leitura para o trabalho e o pensamento que nos moveram na definição dos espetáculos nacionais programados para a 14ª edição do Feverestival – Festival Internacional de Teatro de Campinas.

As noções de sujeito e de coletividade surgem problematizadas, ou mesmo matizadas. Perguntemos. O que se desenhou do país depois das multitudes/multidões de junho de 2013? Cidadania tem a ver com individuação?

Dentre as centenas de inscritos nos deparamos com significativa quantidade de processos artísticos que adotam procedimentos narrativos nos quais a corporeidade fala alto diante das tentativas ou efetivações de silenciamentos nos campos das expressões da arte, da cultura e do comportamento.

A gravidade ética do momento brasileiro – e o recrudescimento das formas nada subliminares de censura sob falsa moral – ecoam violências da ditadura civil-militar (1965-1985). Em resistência a tais atrocidades mulheres e homens empenharam sua juventude para lutar pela democracia, esse regime imperfeito e permanentemente carente de ajustes, como uma obra em progresso.

Pois são justamente os jovens atuantes nas artes cênicas que conformam os grupos escalados para ocupar praças, espaços multiusos, não teatrais ou convencionais na relação da plateia frontal ao palco. As novas gerações ousam modos e temas para se manifestar em níveis social, político e econômico sem abdicar do experimento e da expansão formal nos planos da encenação, da dramaturgia e da atuação. As barreiras que cercam as liberdades de pensamento, de raça, de gênero e de crença são esteticamente derrubadas assim como as fronteiras de linguagens com a força performativa do corpo, da palavra, da imagem e da musicalidade.

Em contraponto às indelicadezas e rumores de toda ordem, o Feverestival há de pontuar na paisagem campineira a utopia humanista das potencialidades de convívio com a diversidade e a acessibilidade em todos os quadrantes. A prática e a poética da escuta hão de produzir autoconhecimento para ampliar a noção do outro em gênero, número e grau.

A Curadoria

ATIVIDADES REFLEXIVAS – Nesta edição, a Equipe Feverestival provoca grupos que integram a programação do festival a trazerem, além de seus espetáculos, reflexões e vivências a serem compartilhadas com o público, criando espaços de encontro, diálogo e prática sobre temas que movem e movimentam esses artistas e seus trabalhos. Todas as atividades reflexivas são gratuitas.

Dentro das ações de formação que o Festival se propõe a realizar, nos dias 21 e 22/02, das 14h30 às 18h, acontece o III FÓRUM DE FESTIVAIS DE TEATRO NO BRASIL – “Curadoria e Internacionalização”, no CIS Guanabara. Em sua terceira edição, o Fórum lança o olhar para estes dois temas que pulsam no presente momento e abre espaço para reflexão, debate e troca entre público, artistas, curadores, diretoras e diretores de Festivais, além de representantes de instituições parceiras.

No dia 21/02 o encontro será focado nas questões de Curadoria. A partir das complexidades do grande e diverso território brasileiro, o que seria um recorte na produção nacional para compor um festival sendo que as obras são fruto de tantos contextos diferentes com modos distintos de existir, resistir, lutar, pensar e de fazer teatro? Existem novas formas de se pensar essa curadoria?

Dia 22/02 o foco passa a questões de Internacionalização. Qual o papel dos festivais e instituições parceiras na internacionalização do teatro e na continuidade do intercâmbio cultural resultante do encontro com um outro que se constitui enquanto adverso vindo de outros lugares do mundo?

E dos dias 20 a 23/02, em parceria com o LUME Teatro – Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais da UNICAMP, acontece o VII SIMPÓSIO INTERNACIONAL REFLEXÕES CÊNICAS CONTEMPORÂNEAS. (mais informações: www.lumeteatro.com.br)

Dentro das atividades reflexivas, destaca-se o workshop “A criação da cena a partir de material autobiográfico”, ministrado por Rhum and Clay Theatre Company e Kit Redstone, que também integram a programação internacional com o espetáculo TESTOSTERONE. Durante dois dias o objetivo será de trabalhar em conjunto para escrever, conceber e encenar uma pequena montagem pessoal a partir da abordagem do teatro físico e de narrativas autobiográficas. O workshop acontece dias 21 e 22/02 das 14h às 17h no Centro Cultural Casarão. Para participar, os interessados devem se inscrever através do site www.feverestival.com.br a partir de 08/02.

RESIDÊNCIAS ARTÍSTICAS E DE PRODUÇÃO – Em 2018 o Feverestival propõe três residências. O fotógrafo Maycon Soldan será o artista residente desta edição, com o trabalho “O TEATRO FORA DO EIXO”, intervenção que une fotografia e lambe-lambe.

A residência de Práticas em Produção Cultural teve início em janeiro e trouxe à equipe do Feverestival estudantes interessadas no aprendizado prático de produção de um festival de teatro.

A residência de Criação Artística, com a diretora carioca Christina Streva, trabalhará com atrizes de diversos estados brasileiros, distintas gerações e formações artísticas sobre movimentos de re-existência feminista sob a perspectiva da performance de cabaré. A partir do dia 08/02 também podem se inscrever, através do site do festival, mulheres que tenham habilidades em música e dança interessadas em participar da criação. No dia 23/02, ao final de 6 dias de trabalho, as atrizes irão compartilhar com o público a performance intitulada “Cabaré Phoenix”.

INGRESSOS

Os ingressos para espetáculos no Teatro Castro Mendes, Sesc Campinas e Teatro de Arte e Ofício são:

R$ 20,00 [inteira]

R$ 10,00 [meia]

R$ 6,00 [trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc e dependentes (Credencial Plena]

**Os ingressos para Castro Mendes e TAO estarão à venda nas respectivas bilheterias e para o Sesc nas unidades e no portal.

Castro Mendes com venda a partir de 15.02 e TAO, nos dias dos espetáculos. Para o Sesc os ingressos já estão à venda.

**Correntistas da Caixa tem direito à meia entrada, apresentando o cartão.

Outros locais e espetáculos de rua têm entrada gratuita com contribuição no chapéu (contribuição espontânea e consciente) e retirada de senhas no local do espetáculo, 1h antes.

Todas as Atividades Reflexivas são gratuitas.

Segue abaixo a programação completa, densa, intensa, do 14º Feverestival :

 

PROGRAMAÇÃO 14º FEVERESTIVAL – TERRITÓRIO DO ENCONTRO

SÁBADO 17.02

19h – ABERTURA FEVERESTIVAL 2018  – Divinas Divas | (Teatro Castro Mendes) – 16 anos

SINOPSE: Divinas Divas é um show musical com muito humor. Conta no seu elenco com travestis que enfrentaram a ditadura e fizeram história a partir dos anos 60, tornando-se referência para as novas gerações. O show inspirou a diretora Leandra Leal a realizar o filme homônimo, lançado em 2017.

21h – PONTO DE ENCONTRO – Echos Studio Bar

DOMINGO 18.02

16h – ADULTO –  Helena Vadia | Coletivo Passarinha (Sala dos Toninhos) – 18 anos

SINOPSE: Trata-se da exploração cênica do mito de Helena, a mulher vadia, erótica, sexualmente ativa. No corpo da atriz são experimentados marcadores de feminilidade e de masculinidade, justamente questionando a dualidade. Passando pelos dispositivos Drag (Queen, King e Faux) e por algumas simbologias ligadas a feminino e masculino, apresenta-se HELENA VADIA: um formato híbrido entre conhecimento do teatro e conhecimento acadêmico (cuidando para não cair na dualidade mais uma vez).

16h – INFANTIL – Ogroleto | Grupo Pavilhão da Magnólia (Sesc Campinas) – 8 anos

SINOPSE: Uma criança descobre que não é igual às outras e tem que aprender a aceitar e lidar com essa diferença, com a dificuldade de adaptação, o sentimento de inadequação e a frustração que envolvem esta descoberta. A obra dialoga com questões contemporâneas do mundo das crianças e adultos, possibilitando novas discussões acerca da cultura da infância, sua subjetividade, estética e poesia.

18h – ADULTO – Eu é outro: ensaio sobre fronteiras | COATO Coletivo (Teatro Castro Mendes) – 14 anos

SINOPSE: Eu é Outro deseja refletir sobre a percepção do corpo como coletivo/organismo/integrado dentro de um todo. É um manifesto sobre as distâncias e a necessidade de estar perto, (se) atravessar, (se) conectar. Uma tentativa de aproximação entre as partes interessadas. Esse organismo que atravessa algumas questões fronteiriças geradas pelas relações com outros organismos e repensa sobre as possibilidades de se estar juntxs. Eu é um Outro, já nos revelava Sartre. Sou? Eu é uma ficção possível a ser reconfigurada, pois esse eu revela-se parte experimentada do OUTRO. Uma tentativa de aproximação entre o EU OUTRO EU NÓS. Assim, será necessário respirarmos juntos.

19h30 às 22h – PONTO DE ENCONTRO – Sala dos Toninhos

Cinza, no dia 19, 14 horas, no TAO (Foto Lucas Rodrigues/Divulgação)

Cinza, no dia 19, 14 horas, no TAO (Foto Lucas Rodrigues/Divulgação)

 

SEGUNDA 19.02

14h – ADULTO – Cinza | Cia. Fios de Sombra (TAO) – 14 anos

SINOPSE: “Cinza” revela de maneira poética os conflitos de uma moradora de rua cuja forma física se confunde com o ambiente onde vive: um amontoado de jornais velhos. À procura de alguma explicação, um motivo que justifique sua trágica história, entre caixas de papelão cuidadosamente preparadas e mediante a manipulação de um boneco encontrado, ela irá mergulhando em seu passado até chegar a um confronto de seus próprios medos e conflitos que nunca se acabam. A montagem foi desenvolvida através da técnica japonesa Kuruma Ningyo, variante em que o títere é manipulado por uma pessoa sobre pequeno banco com rodas. Em uma mistura de dura realidade e bela fantasia, o espetáculo, que tem em sua trajetória participações em grandes festivais nacionais e internacionais de teatro, emociona ao abordar conflitos que estão presentes por toda parte.

14h - REFLEXIVA  – A pesquisa em continuidade – Ateliê de Pesquisa do Ator | Sesc Paraty –  Coord. Artísticos Carlos Simioni  (LUME Teatro), Stephane Brodt  (Amok Teatro) e Maira Jeannyse (Sesc Paraty) – (LUME Teatro)

18h – REFLEXIVA – Gestão de coletivos – Coletivo Casarão (Centro Cultural Casarão)

19h – ADULTO –  PRA FRENTE O PIOR | Inquieta Cia. (Centro Cultural Casarão) – 16 anos

SINOPSE: Pessoas cavando seu próprio fim serão como pessoas cavando o fim. Passo a passo, um coletivo arranha um percurso adiante. Sempre adiante, desorientam pactos de convivência e, ainda assim, permanecem como grupo, comunidade, tribo, sociedade… Criar, lutar, adiante, sem esperança. Adiante sem acreditar. Adiante como imperativo ético. Um corpo que já não aguenta mais e se mantém, enfim. Adiante. Em fim.

21h – ADULTO- Entrelinhas | Coletivo Ponto Art (Centro Cultural Casarão) – 16 anos

SINOPSE: O espetáculo ENTRELINHAS traz como temática a violência psicológica, emocional e sexual contra a mulher, estabelecendo um diálogo entre o passado e o presente. A montagem retrata como a voz feminina é silenciada diante da força física, da mentalidade escravocrata e do comportamento machista dominador, mesmo com os avanços políticos atuais.

22h – PONTO DE ENCONTRO – Battataria Suíça

TERÇA 20.02

11h – REFLEXIVA - PerformAtivismo | Inquieta Cia.+ Coletivo Ponto Art + Coletivo Passarinha (Praça do Coco)

14h – INFANTIL- Ogroleto | Grupo Pavilhão da Magnólia (Sesc Campinas) – 8 anos

16h - REFLEXIVA – Quem somos outro? | Pavilhão da Magnólia e COATO Coletivo (Sesc Campinas)

19h – ADULTO –  PRA FRENTE O PIOR | Inquieta Cia. (Centro Cultural Casarão) – 16 anos

20h30 – ADULTO – Eu é outro: ensaio sobre fronteiras |  COATO Coletivo (Teatro Castro Mendes) – 14 anos

21h – ADULTO – ÍCARO | LM Produções (Centro Cultural Casarão) – 16 anos

SINOPSE: Em cena, um artista desdobra-se em seis depoimentos ficcionais de pessoas cadeirantes. Luciano Mallmann, autor e ator do espetáculo, traz à luz uma reflexão acerca da fragilidade humana a qual todos estão expostos. Inspirado em suas próprias experiências e também de pessoas que conheceu após sofrer lesão medular em 2004, o monólogo mistura realidade e ficção, num mosaico sobre a diversidade humana, partindo de temáticas universais, como relacionamentos interpessoais, abandono, maternidade e preconceito. Com direção de Liane Venturella, a montagem é marcada pela valorização do trabalho do ator, que dialoga diretamente com a plateia.

22h – PONTO DE ENCONTRO –  Nova Casa São Jorge

VII SIMPÓSIO REFLEXÕES CÊNICAS – PISTAS PARA UMA PESQUISA DE CAMPO NO CAMPO DAS ARTES DA CENA

 

QUARTA 21.02

11h- REFLEXIVA – Função pública da arte | Rogério Tarifa (Teatro do Osso) e Cassiane Tomilhero (Conselheira de Cultura de Campinas) – (Praça do Coco)

14h – INFANTIL – Fiu Fiu – Um encontro entre pássaros | Grupo Tibanaré (TAO) – 7 anos

SINOPSE: Depois de tanto voar sozinho, dois passarinhos foram surpreendidos pelo destino brincalhão: Um encontro. Foi gorjeio a primeira vista. Unindo teatro, palhaçaria e dança, Fiu Fiu – Um encontro entre pássaros é um voar leve sobre um campo de possibilidades. Uma dança de verão em tempos de amor entre Passarinhar e Passarinhou. Traz para o público formas poéticas dos cortejos à moda antiga, numa linguagem simples que produz risos sinceros e suspiros sensíveis. Uma história que reanima o charme da conquista e que reacende os corações que já estavam desacreditados. Acompanhar os dois passarinhos neste jogo da conquista é um remédio para um coração quebrado.

14h-17h - REFLEXIVA – A criação da cena a partir de material autobiográfico |  Rhum and Clay Theatre Company e Kit Redstone (Centro Cultural Casarão)

14h30 – 18h  –  III FÓRUM DE FESTIVAIS DE TEATRO NO BRASIL – “Curadoria e Internacionalização” (CIS Guanabara)16h30 – REFLEXIVA (dentro da programação do Fórum de Festivais) – Difusão CulturalReflexão sobre modos de produção e circulação fora dos grandes centros com Rafael Barros (RO) e Grupo Tibanaré (MT).

16h - REFLEXIVA – Vivência de malabares (CIS Guanabara)

19h – ADULTO – Canto Para Rinocerontes e Homens | Teatro do Osso (Centro Cultural Casarão) – 16 anos

SINOPSE: Livremente inspirada na obra “O Rinoceronte”, de Eugène Ionesco, a peça é um ato-espetáculo musical que narra a trajetória de Bérenger, um homem simples, que acompanha a transformação de toda raça humana em rinocerontes. A nossa montagem é dividida em prólogo, primeiro, segundo, terceiro e quarto atos e epílogo. Se nos atos contamos a história da peça “O Rinoceronte”, é nos intervalos que convidamos o público a dialogar, por meio de cenas, depoimentos pessoais e vídeos, sobre o quanto de humanidade ainda nos resta e os motivos que nos levam a agir como verdadeiros animais irracionais e violentos, como verdadeiros rinocerontes urbanos dentro das grandes metrópoles.

20h30 – INTERNACIONAL – The Nature of Forgetting | Theatre Re (Teatro Castro Mendes)

SINOPSE: Theatre Re apresenta uma peça poderosa, explosiva e alegre sobre o que resta quando a memória se esvai. Tom completa 55 anos. Na medida em que se veste para sua festa de aniversário um emaranhado de memórias perdidas se tornam vivas e se desenrolam em um conto de amizade, amor e culpa.

Fundada em 2009, o Theatre Re é um coletivo internacional sediado em Londres que cria um trabalho provocativo, tangível e pungente que explora a fragilidade da condição humana expandindo os limites da mímica e do teatro.

A Natureza do Esquecimento (The Nature of Forgetting) estreou em 2017 no London International Mime Festival e nesse mesmo ano foi um dos destaques da programação do Edinburgh Fringe.

23h – PONTO DE ENCONTRO  – Alma Coliving

VII SIMPÓSIO REFLEXÕES CÊNICAS – Metodologias e Procedimentos para a Criação e Pesquisa em Arte


QUINTA 22.02

10h – REFLEXIVA – O que nos resta quando a memória se esvai? | Theatre Re e LUME Teatro (Praça do Coco)

12h - RUA – (IN)visibilidade | Rafael Barros (Barão Geraldo)

SINOPSE: Proposta performativa com intuito de engendrar reflexão sobre o tema das trans-identidades e (pré)conceitos em vias públicas em uma combinação de vários elementos durante seu ato.

14h – INFANTIL – Fiu Fiu – Um encontro entre pássaros | Grupo Tibanaré (TAO) – 7 anos

14h-17h - REFLEXIVA – A criação da cena a partir de material autobiográfico |  Rhum and Clay Theatre Company e Kit Redstone (Centro Cultural Casarão)

14h30 – 18h  –  III FÓRUM DE FESTIVAIS DE TEATRO NO BRASIL – “Curadoria e Internacionalização” (Estação Cultura)

19h – ADULTO – Canto Para Rinocerontes e Homens | Teatro do Osso (Centro Cultural Casarão) – 16 anos

19h – RUA – As Inigualáveis Descendo do Salto | As Inigualáveis Irmãs Cola (Coreto Castro Mendes) – Livre

SINOPSE: Duas mulheres malabaristas no topo de seus saltos agulha armam a lona em

que são criadoras e protagonistas dos números. Pés firmes no chão, As Inigualáveis Irmãs Cola seguem em busca do número de suas vidas. Mas quais serão as surpresas quando os pés escorregarem pelo salto e revelarem as angústias e alentos de ser uma mulher? Aliviar os calcanhares e refletir suas imagens. Dedos, braços, olhos e tornozelos ávidos a romper a agulha que lhes fere o calcanhar, são “As Inigualáveis Descendo do Salto”.

20h30- INTERNACIONAL – The Nature of Forgetting | Theatre Re (Teatro Castro Mendes)

22h – PONTO DE ENCONTRO – Bambu Barão

VII SIMPÓSIO REFLEXÕES CÊNICAS – Dramaturgias (Im)possíveis, (In)viáveis


SEXTA 23.02

11h - INFANTIL – A Gruta da Garganta | La Casa Incierta (CIS Guanabara) – 0 a 4 anos

SINOPSE: Às vezes o bebê parece um estranho aos olhos dos adultos. Mas o que é que as mães, pais e filhos compartilham? No passado, a humanidade rendia culto a diversas formas de nascimento a partir de uma cosmovisão cíclica: o crescimento, a plenitude, o envelhecimento e a morte-renovação. No altar das deusas, a primeira infância e a maternidade eram os mistérios mais valiosos, os tesouros a serem protegidos no centro do labirinto. Guardamos no fundo da gruta da garganta, a partir dos nossos pulmões de recém-nascidos, o ar da primeira inspiração, que permanece aí durante toda a vida, durante cada uma das nossas respirações até a última expiração. A obra A Gruta da Garganta é um canto poético sobre os laços invisíveis entre os seres humanos, o cordão umbilical que nos guia nos caminhos escuros da vida, como um misterioso fio de Ariadne. Somos indivíduos porque somos indivisíveis, inseparáveis uns dos outros. Existimos no espelho dos olhos alheios e a partir da garganta, rimos, choramos, gritamos e cantamos. É na gruta da garganta onde bebês e adultos compartilham o ar… a cada respiração.

12h - REFLEXIVA – Arte na primeira infância | La Casa Incierta (CIS Guanabara)

12h - RUA – (IN)visibilidade | Rafael Barros (Camelódromo)

14h – INFANTIL- Salve, Malala! | Cia. La Leche (Sesc Campinas) – 7 anos

SINOPSE: Livremente inspirado na história da garota paquistanesa Malala Yousafzai, o espetáculo se passa numa aldeia em algum lugar do mundo. Lá o rei declara guerra contra as escolas e proíbe as meninas de estudar. Duas crianças – Sofia e Yan – ocupam a escola em que estudam e, através de suas memórias, recontam histórias de professores e outros habitantes que resistiram às ordens do rei mandão. Os dois promovem uma campanha para que as meninas e os meninos da aldeia lutem e resistam. Por meio desse lugar imaginário, SALVE, MALALA! quer refletir a importância do aprendizado e as maneiras de resistência e luta por um mundo mais igualitário e poético.

18h –  RUA – BLITZ – O Império que Nunca Dorme | Trupe Olho da Rua  (Largo do Rosário)  – 10 anos

SINOPSE: BLITZ (do alemão blitzkrieg, “guerra-relâmpago”, ou ataque repentino). Quando o estado de exceção vira a regra, quando o abuso vira prática, quando o senso crítico é substituído pelo status quo. Diante da barbárie dos dias atuais, BLITZ- O Império que Nunca Dorme traz à cena a discussão da militarização da vida e o Império da Violência praticada pelo Estado, legitimada pelos meios de comunicação de massa, seja suscitando a discussão sobre a desmilitarização e o exacerbado militarismo como resquício do período ditatorial ou como diria Brecht “um grande divertimento quanto aos tempos de barbárie.”

20h - RUA – As Inigualáveis Descendo do Salto | As Inigualáveis Irmãs Cola (Praça Bento Quirino)- Livre

20h – ADULTO – Internacional – TESTOSTERONE (Centro Cultural Casarão) – 16 anos

SINOPSE: Um ano após a sua primeira injeção de testosterona, o transexual Kit é percebido completamente como homem. No entanto, junto com este triunfo, vem uma crise de masculinidade: que tipo de homem ele é?

Valendo-se de experiências autobiográficas, TESTOSTERONA é a história real da primeira entrada de Kit Redstone em um vestiário masculino aos 33 anos de idade. O que primeiro aparece como um ritual cotidiano de quatro homens trocando de roupa depois de um treino, se converte em uma épica busca madura por uma identidade masculina em um ambiente que deixa pouco espaço para se esconder.

22h – PONTO DE ENCONTRO – MIS (Museu da Imagem e do Som) – Cabaré Phoenix

VII SIMPÓSIO REFLEXÕES CÊNICAS – O Corpo da Palavra ou a Palavra do Corpo: A escrita como criação


SÁBADO 24.02

10h - RUA – (IN)visibilidade | Rafael Barros (13 de Maio)

11h - INFANTIL – A Gruta da Garganta | La Casa Incierta (CIS Guanabara) – 0 a 4 anos

11h – REFLEXIVA – Encontros DiGestão: A produção cultural no Brasil atual | Guga Costa (Redário Cultural), Cynthia Margareth (Núcleo Feverestival) e Dane de Jade (FIMC – Festival Internacional de Máscaras do Cariri) –  (Livraria Pontes)

11h – INFANTIL- Salve, Malala! | Cia. La Leche (Sesc Campinas) – 7 anos

12h30 - REFLEXIVA – Ocupar e Resistir | Cia. La Leche (Sesc Campinas)

15h - REFLEXIVA – Café com Carolina: Repressão da arte | Trupe Olho da Rua + Coletivo de Educação Popular Maloca (Maloca Arte e Cultura)

17hRUA – Kapu’era | Guga Cacilhas (Maloca Arte e Cultura)

SINOPSE: Era uma vez um menino que viveu em mil novecentos e bolinha que morava numa casa que ficava dentro de uma fazenda e que gostava de andar no mato até chegar numa kapu’era. Kapu’era é como os índios Tupi chamam uma clareira na mata, um lugar bonzinho pra esconder uma brincadeira…

19h – ADULTO – Esperando Godot | Garagem 21 (Teatro Castro Mendes) -12 anos

 

19h – Pré lançamento “A Mulher da Casa do Arco-Íris” | Laboratório Cisco (CPFL Cultura)

SINOPSE: “A mulher da casa do arco-íris” é o mais novo curta da Cisco! Dirigido por Gilberto Alexandre Sobrinho, o documentário conta a história de Mãe Dango, sacerdotisa do Candomblé Angola, cuja vida é marcada pela ancestralidade herdada de seu pai, que lhe passou os ensinamentos da cultura banto. Na Casa do Arco-Íris, terreiro que comanda em Hortolândia (SP), se cultuam os inquices; definida por ela como um quilombo, ali se constrói mais um capítulo da história da resistência negra no Brasil.

Para completar a programação da noite – e dando início às comemorações de 15 anos da Cisco – serão apresentados mais dois curtas, em clima de retrospectiva: “Saudade, vídeo- cartas para Cuba”, de Coraci Ruiz e Julio Matos, de 2005 e “Acontecências”, de Hidalgo Romero e Alice Vilella, de 2009.

20h – ADULTO – Internacional – TESTOSTERONE (Centro Cultural Casarão) – 16 anos

22h – PONTO DE ENCONTRO – Barracão Teatro

 

DOMINGO 25.02

9h - Visita na Roseira (Casa de Cultura Fazenda Roseira)

9h30 – Plantio afro (Casa de Cultura Fazenda Roseira)

11h30 – Pisa na Tradição – Jongo | Jongo Dito Ribeiro (Casa de Cultura Fazenda Roseira)

13h – Almoço (Casa de Cultura Fazenda Roseira)

15h - RUA  – As Pelejas de Severino em Busca do Boi Suvaco | Canoa Encantada Teatro de Animação (Casa de Cultura Fazenda Roseira)

SINOPSE: O espetáculo narra, em tom de cordel, as aventuras do vaqueiro Severino, que adentra as terras do temido Capitão João Redondo em busca de um boi perdido. Mas, mal sabe nosso herói que aquelas terras são assombradas pelo terrível Fantasma do Jaraguá Encantado.

Explorando o universo da cultura popular, o espetáculo mistura a narrativa de cordel, os arquétipos do mamulengo e dos folguedos populares, além de ritmos típicos como o xaxado e a embolada.

16h - REFLEXIVA – Conversa com o grupo Canoa Encantada (Casa de Cultura Fazenda Roseira)

19h –  RUA – BLITZ – O Império que Nunca Dorme | Trupe Olho da Rua   (Casa de Cultura Tainã)

22h – PONTO DE ENCONTRO – Vila Bar – Festa de Encerramento

Sobre ASN

Organização sediada em Campinas (SP) de notícias, interpretação e reflexão sobre temas contemporâneos, com foco na defesa dos direitos de cidadania e valorização da qualidade de vida.

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