Em meio à repercussão internacional a respeito do crescimento do desmatamento na Amazônia, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, assina, nesta terça-feira, dia 25 de novembro, termo de compromisso para a nova agenda da moratória da soja. A nova agenda prevê a implementação do sistema de monitoramento da produção do grão no bioma Amazônia, prevenindo-se maiores impactos ambientais.
O acordo será firmado pelo governo federal com representantes da Associação Brasileira das Indústrias dos Óleos Vegetais (Abiove), da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) e da sociedade civil. Na ocasião, também serão apresentados os resultados do sétimo ano da moratória da soja (safra 2013-2014). O estudo se baseia em imagens de satélite para o mapeamento da soja em áreas de desmatamentos na Amazônia.
O governo federal tem feito vários gestos no sentido de garantir a continuidade da redução do desmatamento na Amazônia. No último dia 7 de novembro, foi anunciado, por exemplo, um acordo de cooperação entre o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), visando o aperfeiçoamento das ações de detecção de degradação da vegetação na Amazônia e que aumentará a efetividade das ações de combate ao desmatamento na região, através da integração entre os órgãos.
Na oportunidade foi anunciado o novo Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real, o Deter B, cujos dados serão disponibilizados trimestralmente, em fevereiro, maio, agosto e novembro de 2015. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o novo sistema fará com maior precisão o monitoramento da Amazônia. Com o Deter B, será possível enxergar áreas de até 6,25 hectares onde houve mudança de paisagem. Antes, o sistema identificava áreas de, no mínimo, 25 hectares.
No dia 17 de novembro, o IBGE divulgou o mapa de potencial de agressividade climática na Amazônia. As áreas de maior potencial de agressividade climática no Mato Grosso, Tocantins e Maranhão coincidem com os territórios destes estados incluídos no chamado Arco do Desmatamento.
A taxa de desmatamento na Amazônia vinha decrescendo de modo substantivo desde 2004, quando superou a faixa de 25 mil quilômetros quadrados por ano, o que já havia ocorrido em 1995. Mas desde 2005 as taxas anuais médias diminuíram, até atingir 4.571km² desmatados entre 2011 e 2012. Entre 2012 e 2013 voltou a subir, para 5.891km², ou 29% a mais do que a média do período anterior.