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Diogo Nazareth lança Cultura de Existência no mês da Consciência Negra
Diogo Nazareth (foto_ Pedro Henrique Gava)

Diogo Nazareth lança Cultura de Existência no mês da Consciência Negra

O músico campineiro Diogo Nazareth apresenta o seu projeto de música afro-brasileira com uma série de shows de lançamento do seu álbum de estreia Cultura de Existência. Em Campinas, ele se apresenta em dois shows gratuitos, o primeiro no Sesi Amoreiras dia 8/8, às 20h; e o segundo na Estação Cultura dia 15/11, às 17h, dentro da programação oficial da Prefeitura no mês da Consciência Negra. A turnê inclui ainda Cosmópolis, Jundiaí e Jacareí (confira abaixo a agenda).

O músico campineiro faz a junção de ritmos afro-brasileiros com o choro, o samba e o hip-hop. “Na prática, fundimos o sotaque do Aguerê, o Alujá, o Ijexá, o Ilú de Inhansã, com a formação típica do regional de Choro: violão de sete cordas, violão de seis cordas, cavaco e/ou bandolim. Ou seja, instrumentos harmônico-melódicos que abrem as possibilidades do emprego de técnicas eruditas de composição para o tratamento desses ritmos desconhecidos do grande público”, explica Nazareth.

Formado em Piano Popular pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em 2014, o músico de 30 anos apresenta um trabalho autoral composto por 12 faixas, unindo toques do ritual da nação Ketu, que envolvem atabaques e agogôs, com as técnicas de composição europeias.

“Esses ritmos (da linguagem percussiva afro) têm potencial de criação tão rico quanto o Samba, mas são sistematicamente ignorados por grande parte dos arranjadores. Então a nossa aposta é que esse é um reservatório com imensas possibilidades sonoras praticamente inexplorado, e Cultura de Existência pretende ser uma contribuição, ainda que modesta, nesse sentido. É um projeto de música afro-brasileira”, define o músico.

A produção é parceria de Nazareth com Eduardo Balbino, o Dj Duh (que também trabalha com Emicida, Vanessa da Matta e Gabi Amarantos), que deu o tratamento comercial ao álbum e contribuiu para a levada urbana que o autor quis imprimir com a batida eletrônica do Hip-hop. Como produtor, Nazareth também incluiu toques sagrados das casas de Candomblé, ressaltando a religiosidade que permeia não apenas seu trabalho, mas sua trajetória acadêmica e sua vida pessoal.

Grupo

A banda Cultura de Existência é formada por nove músicos, além de Nazareth

“Sendo Ogã de Umbanda (coordenador dos tambores rituais), e possuindo uma família de santo em Juazeiro, na Bahia, tive acesso e permissão pra trazer esses ritmos à música popular ’profana’”, comenta Nazareth. Além disso, o álbum é baseado em sua pesquisa de mestrado sobre toques e ritmos afro-religiosos. Essa mescla de fé e musicalidade vinda dos terreiros é encarada pelo campineiro como “militância musical contra o preconceito dentro das academias, das mídias e das massas”.

Do ponto de vista formal, as faixas de Cultura de Existência seguem o formato tradicional das cantigas, das ladainhas, dos pontos de Umbanda e Jongo, dos jogos de roda, de pergunta e resposta, em que o “puxador” canta o verso e o coro retorna em uníssono. “Esse formato anda lado a lado com manifestações populares de matriz africana, então esse joguete é o que procuramos emular”, afirma Nazareth.

Cultura de Existência foi selecionado e beneficiado pelo ProAC do Governo do Estado de SP (edital no. 21/2017), que prevê a dedução de ICMS para empresas patrocinadoras de projetos culturais. Também conta com o apoio da Prefeitura de Campinas, por meio do Fundo de Investimentos Culturais de Campinas (FICC) da Secretaria da Cultura.

A banda

A banda de Cultura de Existência é formada por nove músicos, além de Nazareth.  A concepção do arranjo do disco é a divisão em naipes, seguindo técnicas orquestrais de composição. No naipe de cordas dedilhadas estão Eduardo Pereira no cavaco, violão e bandolim; Matheus Crippa no violão de sete cordas e viola caipira e o próprio Nazareth no violão de sete cordas. O grupo é formado ainda por Cris Monteiro, Adriel Job e Bruno Sotil, no naipe das percussões; Edmar Pereira e Fernando Goldenberg, no naipe dos metais, e Graciela Soares e Yandara Pimentel, nos backing

Em Campinas serão duas apresentações: uma no dia 8, no Sesi Amoreiras, e outra no dia 15 na Estação Cultura, que integra a agenda oficial da Prefeitura de Campinas no mês da Consciência Negra. A turnê passa ainda por Cosmópolis, Jundiaí e Jacareí.

Agenda

8/11 – Campinas – Teatro do Sesi Amoreiras, 20h (gratuito, entrada sujeita à lotação de 360 lugares)

15/11 – Campinas – Estação Cultura, 17h (gratuito)

17/11 – Cosmópolis – Auditório XV de Outubro, 19h (gratuito, ingressos no local)

18/11 – Jacareí – Pátio dos Trilhos, 19h (gratuito)

23/11 – Jundiaí – Programação Sexta no Centro, Praça Marechal Floriano Peixoto, 18h (gratuito)

Sobre Adriana Menezes

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