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Sesc Campinas é um dos palcos do Feverestival (Sistema S e o Brasil – V)
Cena de "O incansável Dom Quixote" (Foto João Julio Mello/Divulgação)

Sesc Campinas é um dos palcos do Feverestival (Sistema S e o Brasil – V)

Por José Pedro S.Martins

Um festival de teatro de qualidade, que reúne em Campinas grupos de várias partes do Brasil e de outros países. Assim é o Feverestival – Festival Internacional de Teatro de Campinas, que acontece todo início do ano, com apresentações em diversos espaços e que tem no Sesc Campinas um de seus parceiros. Encenações ousadas, polêmicas, já passaram pelo teatro do Sesc Campinas em função do Feverestival.

Em 2017, na 13ª edição do Feverestival, foram encenadas no Sesc Campinas “Chiquita Bacana no Reino das Bananas”, por Folias d’Arte, de São Paulo/SP, e “O Incansável Dom Quixote”, pela Magnífica Trupe de Variedades, do Rio de Janeiro/RJ. “Chiquita Bacana no Reino das Bananas” é um texto escrito por Reinaldo Maia em 1977, que coloca em cena o absurdo de uma menina sendo acusada de ter comido uma banana no Reino das Bananas. Comandado pelo Rei Leonino e seu staff de girafas e gorilas, esse reino no qual os outros animais estão perdendo suas funções sociais é onde se passa a história.

Já “O Incansável Dom Quixote” é um espetáculo de histórias fantásticas, baseado no original de Miguel de Cervantes, do famoso cavaleiro errante que sai de casa com o desenfreado desejo de transformar o mundo num lugar melhor. Ao lado de seu fiel escudeiro, Sancho Pança, sua incrível jornada é recheada de humor, lirismo e provas de obstinação. Neste premiado solo narrativo, o ator tem que permanecer num constante estado de atenção e presença para criar uma relação de troca com os espectadores. Tudo se resume a uma mala, um ator, a plateia e o jogo.

Em 2018, na 14ª edição do Feverestival, o teatro do Sesc Campinas recebeu o espetáculo “Ogroleto”, do Grupo Pavilhão da Magnólia. Na peça, uma criança descobre que não é igual às outras e tem que aprender a aceitar e lidar com essa diferença, com a dificuldade de adaptação, o sentimento de inadequação e a frustração que envolvem esta descoberta. A obra dialoga com questões contemporâneas do mundo das crianças e adultos, possibilitando novas discussões acerca da cultura da infância, sua subjetividade, estética e poesia.

Na mesma edição, o teatro do Sesc Campinas recebeu “Salve, Malala!”, da Cia. La Leche. Livremente inspirado na história da garota paquistanesa Malala Yousafzai, o espetáculo se passa numa aldeia em algum lugar do mundo. Lá o rei declara guerra contra as escolas e proíbe as meninas de estudar. Duas crianças – Sofia e Yan – ocupam a escola em que estudam e, através de suas memórias, recontam histórias de professores e outros habitantes que resistiram às ordens do rei mandão. Os dois promovem uma campanha para que as meninas e os meninos da aldeia lutem e resistam. Por meio desse lugar imaginário, a peça quer refletir a importância do aprendizado e as maneiras de resistência e luta por um mundo mais igualitário e poético.

 

 

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