Capa » Direitos Humanos » Desigualdades permanecem na Região Metropolitana de Campinas (DDHH Já – Dia 60, Art.1)
Desigualdades permanecem na Região Metropolitana de Campinas (DDHH Já – Dia 60, Art.1)
Foto Martinho Caires

Desigualdades permanecem na Região Metropolitana de Campinas (DDHH Já – Dia 60, Art.1)

POR JOSÉ PEDRO SOARES MARTINS

Composta por 20 municípios, e com mais de 3,5 milhões de moradores, a Região Metropolitana de Campinas (RMC) é um dos principais parques industriais e polos científicos e tecnológicos do Brasil e de logística da América Latina. Sedia, por exemplo, o maior e mais caro projeto científico em curso no país, o acelerador de partículas Sirius, e também o Aeroporto Internacional de Viracopos, ambos em Campinas. Entretanto, a RMC continua sendo palco de extremas desigualdades econômicas e sociais.

É o que demonstrou o Atlas do Desenvolvimento Humano das Regiões Metropolitanas Brasileiras, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Os dados ainda são do último Censo Demográfico, de 2019. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do PNUD considera os fatores Renda, Longevidade e Educação.

De acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano, a RMC tem um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,792, estando atrás da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), com 0,794, e ao lado do DF e entorno, também com 0,792. O IDH é tanto maior quanto se aproxima de 1. O Atlas resulta de parceria entre o PNUD, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro (FJP).

O Atlas confirmou que há grandes disparidades de desenvolvimento no interior das regiões metropolitanas, e na de Campinas não é diferente.  A esperança de vida ao nascer, por exemplo, varia de 69,79 a 81,71 anos na RMC, dependendo do bairro/região, denominado no Atlas como Unidade de Desenvolvimento Humano (UDH).

Do mesmo modo, o percentual de pessoas de 18 anos ou mais com ensino fundamental completa varia de 37,91% a 95,73%, dependendo do bairro/região, ou UDH, dentro da RMC. Da mesma forma, a renda per capita média varia de R$ 401,13 a R$ 4.536,72, nos dois extremos de desenvolvimento dentro da RMC.

Bairros – O Atlas mostrou que há uma expressiva desigualdade entre os bairros e regiões da RMC. Em termos do IDHM geral, somando-se as três dimensões, de Longevidade, Educação e Renda, os bairros com maior Índice de Desenvolvimento Humano em Campinas e em toda RMC são  Alphaville Campinas,  Barão do Café/Parque Rio das Pedras, Condomínio Plaza Tower, Paineiras, Estância Paraíso, APA/Campinas/Jardim Botânico/Colinas do Ermitage/Jardim Atibaia, Vila Verde/Madalena/Anhumas/Alphaville D.Pedro, Bairro das Palmeiras/Gramado/Alto da Nova Campinas/Notre Dame e Parque Prado. Todos esses bairros/regiões, denominados Unidades de Desenvolvimento Humano (UDHs) no Atlas, apresentam IDHM de 0,954, um dos mais altos do Brasil.

Por outro lado, as UDHs com menor IDHM na Região Metropolitana de Campinas são  Residencial São Luis, Núcleo Residencial Parque Campinas I, Conjunto Habitacional Olímpia, Núcleo Residencial Jardim Eulina, Núcleo Residencial Chico Amaral, Parque Oziel/Monte Cristo, Núcleo Jardim Boa Esperança, Núcleo Satélite Iris, Núcleo Jardim Maracanã, Jardim São Sebastião, Cidade Satélite Íris, Núcleo Cristo Redentor, Jardim Paulicéia e Núcleo Residencial Jardim Santa Lúcia.  Todas essas UDHs têm IDHM de 0,636.

(60º artigo da série DDHH Já, sobre os 30 artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos no cenário brasileiro. No 1º dia do mês de março de 2019, o artigo corresponde ao Artigo 1: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos.)

 

 

Sobre ASN

Organização sediada em Campinas (SP) de notícias, interpretação e reflexão sobre temas contemporâneos, com foco na defesa dos direitos de cidadania e valorização da qualidade de vida.

Deixe uma resposta