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Fortes chuvas não aumentam Cantareira e Campinas tem pior ano desde 1989
Sistema Cantareira no auge da crise hídrica de 2014-2015: abastecimento em risco na região mais rica e populosa do Brasil (Foto Adriano Rosa)

Fortes chuvas não aumentam Cantareira e Campinas tem pior ano desde 1989

As fortes chuvas que caíram nos últimos dias nas regiões metropolitanas de São Paulo e Campinas não foram suficientes para amenizar a crise hídrica. Campinas, aliás, tem em 2014 o menor volume de chuvas desde 1989, segundo o Cepagri – Unicamp. Em todo o país o nível dos reservatórios continua caindo, o que prenuncia o agravamento da crise hídrica em 2015, a menos que ocorram chuvas intensas entre o final de dezembro e fevereiro. A possibilidade de apagão de energia também não está descartada, se não foram registradas precipitações suficientes para o funcionamento normal dos reservatórios das hidrelétricas.

A Região Metropolitana de São Paulo teve chuvas intensas nos últimos dias, com o registro dos tradicionais alagamentos da época. Entretanto, não choveu na mesma intensidade na área dos reservatórios do Sistema Cantareira, que abastece metade da Grande São Paulo. Neste sábado os reservatórios estavam com 6,7% da capacidade, o mesmo volume do dia anterior. Foi, então, interrompida a sequencia de quedas no volume, mas não houve recomposição significativa.

As chuvas sobre o Cantareira estão muito abaixo da média histórica, de 1.581 milímetros anuais. Em 2012 e 2013 já forem registrados volumes de chuvas abaixo da média histórica, de 1.447 mm e 1.088 mm, respectivamente. Até o momento, choveu menos de 800 mm sobre o Cantareira em 2014.

A queda no volume dos reservatórios está acontecendo em todo país. O conjunto de reservatórios que integra o Sistema Interligado Nacional, gerenciado pela ONS – Operadora Nacional do Sistema, estava com 24,93% de sua capacidade na sexta-feira, 19 de dezembro.  Os reservatórios de Ilha Solteira e Três Irmãos já tinham 0,0% da capacidade. Os reservatórios de Paraibuna e Santa Branca, na bacia do Paraíba do Sul, tinham 0,49% e 0,98%, respectivamente. Em vários locais, como pontos do Nordeste, já existem regras de restrição de uso da água, determinada pela Agência Nacional de Águas (ANA). Restrições também passarão a vigorar na bacia do rio Piracicaba a partir de janeiro, nos trechos paulista e mineiro.

Campinas –  Nas últimas 72 horas choveu 22,3 mm em Campinas, mas o índice de precipitações continua muito abaixo da média histórica de dezembro, de 203,9 mm, segundo o Cepagri-Unicamp. Aliás, de acordo com o Cepagri, o total de chuva registrado em 2014 na estação meteorológica da Unicamp até sexta-feira tinha sido de 645 milímetros (equivalente a 645 litros de água por metro quadrado).

Este volume de chuvas, segundo o Cepagri, representa cerca de 45% da média anual de chuvas nessa estação meteorológica, que é de 1479 milímetros. Este é o menor volume anual de chuvas desde a instalação da estação na Unicamp em 1989, completa o Cepagri. As chuvas de dezembro estão em pouco mais de 10% da média histórica.

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