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A nova ascensão do Universo Star Wars
Cena de The Mandalorian (Divulgação)

A nova ascensão do Universo Star Wars

Por Eduardo Gregori

Baby Yoda leva fãs da saga a loucura com The Mandalorian, série que estreou este mês no Brasil junto com o serviço de streaming Disney+

 

Sou fã de Star Wars. Assisti no cinema o primeiro, Uma Nova Esperança, lançado no final dos anos 70, vi todos os outros, torci o bigode para a retomada de uma nova trilogia em A Ameaça Fantasma (1999), gostei dos spin offs Rogue One (2016) e Han Solo: Uma História Star Wars (2018) e aprovei, mas com ressalvas, o ponto final da saga com A Ascensão de Skywalker (2019).

Mesmo para um fã as vezes é inevitável se perguntar se a história que acompanhou a sua vida ainda faz sentido. Obviamente nesta trajetória aconteceram altos e baixos, filmes bons e outros nem tanto. Costumo dizer que vilão mesmo era Darth Vader (David Prowse) porque Kylo Ren (Adam Driver), o malvado da última trilogia não passou de um menino mimado e problemático, tanto que tiveram de resgatar o Imperador Palpatine (Ian McDiarmid) para dar um pouco mais de peso no lado sombrio da Força.

Quando pensava qual o caminho Star Wars tomaria no futuro, ou se haveria algum futuro, um mês antes da estreia de A Ascensão de Skywalker eis que o serviço de streaming Disney + lança nos Estados Unidos The Mandalorian. Bastou uma figura aparecer para catapultar a série e o universo Star Wars entre os assuntos mais comentados das redes sociais em todo o mundo e causar furor entre fãs e entre quem nem mesmo acompanhava a saga. O responsável de tudo isso: Baby Yoda, uma criança de 50 anos da mesma espécie do mais respeitado dos Jedis: Mestre Yoda.

Na verdade, Baby Yoda foi o nome dado pelo público, uma vez que a Disney o chama apenas de A Criança, aliás, nome do episódio que marca o início da primeira temporada da série. The Mandalorian se passa aproximadamente cinco anos depois o terceiro filme da trilogia original: O Retorno de Jedi (1983), quando o império é destruído e uma nova república está sendo construída. E é neste cenário de transição político-social, fértil para caçadores de recompensas e poderes paralelos que a série se desenvolve mantendo-se fiel a referências e estética do universo Star Wars.

O personagem que dá nome a série, interpretado pelo ator chileno Pedro Pascal, percorre planetas trabalhando como caçador de recompensas. Conhecido e temido por sua eficácia profissional, o Mandaloriano se vê como caça ao trair os princípios dos caçadores de recompensa. Ele descobre que uma de suas missões é levar a criança para um experimento que provavelmente resultará na sua morte. O caçador então decide ficar com ela e protegê-la. É um contraponto interessante para a figura de um homem de métodos violentos que se afeiçoa por uma criança e desenvolve por ela uma espécie de instinto paterno.

O Mandaloriano passa então a percorrer mundos para escapar de outros caçadores que também querem o bebê. A jornada da improvável dupla muda de sentido quando a forjadora da armaduras usadas pelos mandalorianos diz ao protagonista que sua missão é encontrar a espécie do pequeno Yoda e entregá-lo são e salvo. Pelo caminho eles passam por muitos apuros, além de encontrar falsos e verdadeiros mandalorianos, povo do planeta Mandalore conhecido por seu código de honra de ajuda mútua e de nunca revelar o rosto a ninguém.

Cena de The Mandalorian (Foto Divulgação)

Cena de The Mandalorian (Foto Divulgação)

Apesar de utilizar novas tecnologias em cenários e estar muito bem estruturada na continuidade do universo Star Wars, o roteiro dos episódios parecem feitos para cativar uma nova onda de jovens e nem tanto os fãs que acompanham a saga desde o início e que nesta altura já passam dos 50 anos. Há ação o tempo todo, mas as tramas são muitas vezes um tanto quanto juvenis demais, sem dilemas e vilões do calibre de Vader. Talvez seja esse o futuro de Star Wars, agregar uma nova base de seguidores que não acompanharam os conflitos existências dos personagens principais dos filmes originais e dos mais recentes. Apesar dessa decepção um tanto quanto intelectual, é impossível não se apaixonar por Baby Yoda, tanto que eu já encomendei o meu! Não deixe de assistir.

The Mandalorian acaba de estrear sua segunda temporada e pelo sucesso que vem fazendo deverá ter sua continuidade garantida na plataforma Disney +

 

Sobre Eduardo Gregori

Eduardo Gregori é jornalista formado pela Pontifícia Católica de Campinas. Nasceu em Belo Horizonte e por 30 anos viveu em Campinas, onde trabalhou na Rede Anhanguera de Comunicação. Atualmente é editor do blog de viagens Eu Por Aí (www.euporai.com.br) e vive em Portugal