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Alckmin muda cúpula dos recursos hídricos para enfrentar a crise que pode ficar mais grave em 2015
Não é deserto, é um dos reservatórios do Cantareira seco (Foto Adriano Rosa)

Alckmin muda cúpula dos recursos hídricos para enfrentar a crise que pode ficar mais grave em 2015

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, mudou toda a cúpula da área de recursos hídricos e saneamento no estado. Um claro reconhecimento de que os dirigentes anteriores não estavam dando conta dos desafios suscitados pela crise hídrica, que pode se tornar ainda mais dramática em 2015. Nesta segunda-feira, 2 de janeiro, os reservatórios do Sistema Cantareira estão em 7,1%, um terço do que os 22% – já críticos na época – de janeiro de 2014. Sem fortes chuvas entre janeiro e fevereiro, para recompor os reservatórios, a crise na região mais populosa e rica do país pode se tornar um caos.

O novo secretário estadual de Saneamento e Recursos Hídricos é Benedito Braga, presidente do Conselho Mundial da Água e professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Outro especialista conceituado nomeado pelo governador é Jerson Kelman, novo presidente da Sabesp, a empresa estadual de saneamento que opera o Cantareira. Kelman foi o primeiro presidente da Agência Nacional de Águas (ANA). O novo presidente do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) é Ricardo Borsari, engenheiro especializado em hidráulica. O DAEE é quem dá as outorgas de uso da água em São Paulo.

Algumas medidas que devem ser tomadas pela nova cúpula de saneamento e recursos hídricos de São Paulo já foram indicadas. Benedito Braga já anunciou a possibilidade de tarifa progressiva para quem continuar desperdiçando água em São Paulo. Em encontro em dezembro na FIESP, Jerson Kelman indicou uma possível obra que deve ser realizada.

“Hoje, São Paulo tem uma pressão de urgência total. Por isso, o critério fundamental é qual a obra que pode ser feita de forma mais rápida. E a ligação do Jaguari ao Atibainha é a mais fácil de ser executada no momento”, afirmou Kelman, que defendeu então a execução desse projeto para evitar uma crise ainda maior. O Atibainha é um dos reservatórios do Cantareira.

Os desafios são enormes. Os reservatórios do Cantareira, que abastecem metade da Grande São Paulo, estão em 7,1% no início do ano, projetando uma situação dramática se não forem recompostos de modo adequado. Os demais sistemas que abastecem a Grande São Paulo também estão em situação preocupante, como o Alto Tietê, que está com 12% da capacidade – o sistema abastece 4,5 milhões de pessoas. O Guarapiranga, que abastece mais de 5 milhões, está com 40% da capacidade. Os reservatórios do Cantareira, formados por águas da bacia do rio Piracicaba, também têm influência direta no abastecimento de cidades da região de Campinas.

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