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Queda recorde de árvores em 2014 indica impacto de mudanças climáticas em Campinas
Uma das árvores que caíram no Centro de Convivência Cultural, no Cambuí, no final de 2014 (Fotos José Pedro Martins)

Queda recorde de árvores em 2014 indica impacto de mudanças climáticas em Campinas

Campinas teve uma queda recorde de árvores em 2014, ano em que houve uma importante redução no volume de chuvas, mas com momentos de precipitação e ventos mais intensos. Um claro indicador do impacto das mudanças climáticas na cidade. As condições de seca extrema vêm sendo identificadas pelo Instituto Agronômico (IAC), que monitora as condições climáticas na cidade desde 1890.

Em 2014 foram identificadas pela Defesa Civil 495 quedas de árvores em Campinas, um recorde na história recente na cidade. Foi quase três vezes o total de 2013, de 172 quedas de árvores, e quase o dobro de 2012, quando foram verificadas 255  quedas.

A Região Leste, compreendendo bairros arborizados como Taquaral e Cambuí e distritos de Sousas e Joaquim Egídio, teve o maior número de quedas de árvores em 2014: foram 162. Em segundo lugar ficou a Região Norte (Distritos de Barão Geraldo e Nova Aparecida e Região Amarais), com 140 quedas.

O número excepcional de quedas de árvores em Campinas em 2014 aconteceu mesmo considerando o baixo volume de chuvas no ano. Choveu pouco mais de 700 mm na cidade no ano passado, aproximadamente a metade da média anual, de 1479 milímetros.

Entretanto, houve “episódios climáticos severos”, como nota o Diretor da Defesa Civil, Sidnei Furtado Fernandes, como as chuvas concentradas em poucos dias no final do ano, além de ventos intensos em alguns momentos. Segundo o Cepagri, o total de chuva registrado entre 23 e 24 de dezembro na estação meteorológica da Unicamp está entre os cinco maiores volumes diários já registrados: 18 de fevereiro de 2003, 104,8 milímetros (mm); 02 de outubro de 2001, 110,4 mm; 11 de março de 1999 = 107,6mm e 25 de dezembro de 1997 = 126,5 mm. Choveu 91 milímetros em um só dia e 172 mm em um período de três dias.

Na opinião do dirigente da Defesa Civil, pode ser um sintoma das mudanças climáticas, para as quais os municípios devem se preparar cada vez mais. Desenvolvimento sustentável, mudanças climáticas e resiliência são, de fato, o grande tema mundial da Agência das Nações Unidas para Redução de Riscos de Desastres nos próximos anos, nota Sidnei Fernandes, promotor no Brasil da Campanha Mundial para Redução de Desastres.

Monitoramento do IAC –  Desde 1890 o Instituto Agronômico (IAC) monitora as condições climáticas em Campinas, mantendo, por isso, um dos arquivos mais completos do setor no Brasil. Foram vários episódios climáticos extremos registrados em 2014 pelo IAC.

Já no dia 1º de fevereiro os termômetros registraram uma temperatura máxima de 35,3ºC, a mais alta desde fevereiro de 1956, quando foi apurada uma máxima de 35,2ºC.

Ainda segundo o IAC, o período de outubro de 2013 a março de 2014 foi o mais seco em 123 anos de estudos pelo Instituto. Do mesmo modo, o período de janeiro a março de 2014 foi o segundo mais seco apurado pelo IAC desde 1890. Os dados completos de 2014 estão sendo processados.

A rede meteorológica do Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas (CIIAGO), do IAC, monitora as condições hidrometeorológicas em mais de 150 pontos no Estado de São Paulo.  Essa estrutura fornece dados atualizados a cada 20 minutos, a cada hora e totais diários dos diversos elementos meteorológicos, em especial: chuva, temperatura do ar e umidade relativa.

Remoção de árvore mobilizou várias equipes e recursos da Prefeitura

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