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Região Metropolitana de Campinas levará debate sobre melhor uso da água para escolas
Rio Atibaia: maior manancial de abastecimento da RMC teve momentos críticos em 2014 (Foto José Pedro Martins)

Região Metropolitana de Campinas levará debate sobre melhor uso da água para escolas

Com o agravamento da crise hídrica no estado de São Paulo, o conjunto de 20 municípios da Região Metropolitana de Campinas (RMC) ampliará as ações no sentido de envolver as escolas da rede pública na reflexão sobre a importância de melhor uso da água. Vários municípios da RMC ainda estão adotando medidas de rodízio ou contenção do uso da água, em função da crise hídrica de 2014, que tende a se agravar em 2015.

A Câmara Temática de Educação do Conselho de Desenvolvimento da RMC será o fórum de discussões sobre qual proposta pedagógica será encaminhada à rede escolar da região, situada na área das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (RMC). “A RMC está atenta e vai intensificar as ações sobre o melhor uso da água”, assinala a diretora executiva da Agência Metropolitana de Campinas (Agemcamp), Ester Viana.

Os 20 municípios da RMC já estão no momento mapeando as suas nascentes, como parte de uma iniciativa da Agemcamp relacionada à crise hídrica. O propósito é recuperar as nascentes da região, muito degradadas, o que contribui para o acirramento da crise hídrica. O mapeamento deve estar concluído até março. Em seguida, serão identificadas as medidas adequadas a cada caso, para proteger e/ou recuperar as nascentes. O projeto tem tido a consultoria técnica do Dr.Rinaldo de Oliveira Calheiros, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC).

Situação crítica – De fato, o desmatamento ciliar e o uso inadequado do solo, levando ao assoreamento e à devastação das nascentes, também contribuíram para a crítica situação dos mananciais ao longo de 2014. Isto ficou claro no estudo “APA de Campinas: Situação dos recursos hídricos da Bacia do Ribeirão das Cabras: Identificação, caracterização e georreferenciamento dos açudes, poços, represas e das nascentes da sub-bacia do Alto Ribeirão das Cabras”, realizado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Campinas e concluído em 2012.

O estudo verificou a situação de 145 nascentes principais e mais 12 associadas. O resultado mostrou que 77 nascentes estavam em condição Ruim, oito em condição Péssima, 15 em condição Regular e 57 em condição boa. Ou seja, cerca de 30% somente das nascentes estavam em boa situação, pelos critérios adotados pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Campinas.

É importante observar que o estudo abrangeu somente a sub-bacia do Alto Ribeirão das Cabras, que é muito maior. De qualquer modo, o estudo comprovou a urgência de um uso mais racional do solo e de medidas de recuperação das nascentes, visando a proteção dos recursos hídricos na região da APA de Campinas, na RMC e em toda bacia do rio Piracicaba. (Por José Pedro Martins)

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