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Bosque tem importância ambiental, cultural e histórica para Campinas
Bosque dos Jequitibás: "ilha" cercada de asfalto e concreto por todos os lados (Foto Martinho Caires)

Bosque tem importância ambiental, cultural e histórica para Campinas

O Bosque dos Jequitibás, que receberá uma série de obras no ano de seu centenário, tem grande importância ambiental e histórica para Campinas. Começando por ser uma das últimas áreas remanescentes de Mata Atlântica no perímetro urbano, com aproximadamente 100 mil metros quadrados.

A área do Bosque pertencia originalmente a Francisco Bueno de Miranda, conhecido como Bueninho. Ele passou a ser um dos locais preferidos de visitação da elite local na década de 1870, período de ouro do café para Campinas.

No início dos anos 1980, o espaço recebeu a visita da Princesa Isabel e do Conde D´Eu, seu marido. Em 1881, foram inaugurados um restaurante e sanitários, projetados por Francisco de Paula Ramos de Azevedo (1851-1928), que depois seria consagrado um dos maiores arquitetos do país.

Na virada dos séculos 19 e 20, o Bosque foi palco de uma das experiências do aeronauta Magalhães Costa com seu aeróstato. Em 1915 o prefeito Heitor Penteado promoveu a compra da área, por 100 contos de réis, por meio da Resolução 472, de 4 de maio.

Depois de receber obras de urbanização, o Bosque foi aberto ao público, agora para todos, sem cobrança de entrada. Uma interrupção do acesso livre aconteceu no início da década de 1930, quando o lugar serve de abrigo às tropas federais do general João Franco, fieis a Getúlio Vargas.

Até 5 de novembro de 1972, data da inauguração do Parque Taquaral, o Bosque dos Jequitibás era a maior área urbanizada à disposição da população de Campinas. Neste mesmo período, mais precisamente entre 1971 e 1977, o Bosque recebeu o impacto da construção da avenida Aquidabã, que também mudou a trajetória de muitos moradores da região.

Por pouco o Bosque não foi destruído. O trajeto original da avenida previa uma linha reta, até a avenida Princesa D´Oeste. Houve um forte movimento de protesto da população em geral e de ambientalistas em particular, e a avenida acabou recebendo um desvio, para não atingir a área do Bosque, que é assim, também, um símbolo de resistência.

Depois o Bosque receberia o Museu Nove de Julho, Museu de História Natural e Museu do Índio, idealizado pelo antropólogo Desiderio Aytai. Também recebeu o Teatro Infantil “Carlito Maia”. A vocação para o meio ambiente, a arte e a cultura é típica do Bosque dos Jequitibás, que agora receberá um Centro de Educação Ambiental.

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