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Atualidade de Alceste, a mulher que voltou da morte
Alceste, no Volume VI da Coleção Tragédia Grega, da Jorge Zahar Editor

Atualidade de Alceste, a mulher que voltou da morte

Imortalizada pela tragédia de Eurípedes, Alceste é uma das personagens mais emblemáticas e enigmáticas da cultura helênica. Compõe com Antígona e Electra, entre outras, o elenco de mulheres de ouro do teatro grego clássico.

Alceste ressuscitou porque havia se sacrificado pelo marido, Admeto. Comovido por seu ato heroico, Hércules, ou Heraclés, a resgatou do Hades após vencer a batalha contra Tânatos, o ícone da morte.

O episódio é mais um dentre tantos exemplos da sociedade sacrificial, a que louva a imolação, geralmente a favor de um deus, e que está na base da cultura e do mundo ocidental. E ainda hoje, século 21, milhões continuam sendo sacrificados pelas novas divindades, as do consumo e do dinheiro.

Mas Alceste é, sobretudo, paradigma de ressurreição, de resistência. E continua sendo referência. Alceste é a sigla de Analyse Lexicale par Contexte d´um Ensemble de Segments de Texte, um programa desenvolvido no Centro Nacional de Investigação Científica (CNRS), da França.

Alceste, o software, faz vários tipos de análise de texto, com larga utilização nas ciências sociais, mass media, sociologia e outros ramos do conhecimento e da tecnoeconomia.

Uma das principais utilidades de Alceste é identificar o que de mais importante há em um texto. As suas estruturas e as palavras principais. A essência, o que importa, assim como Hércules, ou Heraclés, em uma das falas mais relevantes de Alceste, o drama, acentua o que de mais importante há na vida, porque, afinal, a morte – autoritária e democrática – iguala a todos.

Ser ou não ser são coisas bem diferentes, diz Hércules, em uma frase que para muitos estudiosos inspirou Shakespeare no famoso monólogo de Hamlet.

Por tudo isso é fundamental ler os clássicos, e entre eles Alceste, que participa por exemplo (com Prometeu Acorrentado, de Ésquilo, e Ájax, de Sófocles) do Volume VI da coleção Tragédia Grega, da Jorge Zahar Editor, com tradução do grego e apresentação por Mário da Gama Kury. (Por José Pedro Martins)

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