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Cantareira cai três vezes em uma semana: vazões na região de Campinas são críticas
Cantareira operou com o uso do Volume Morto durante a crise hídrica (Foto Adriano Rosa)

Cantareira cai três vezes em uma semana: vazões na região de Campinas são críticas

Depois de elevações em fevereiro e março, o Sistema Cantareira já sente os reflexos da estiagem que pode ser mais severa em 2015 do que no ano passado. Neste sábado, 2 de maio, o Sistema que abastece mais de 6 milhões de moradores da Grande São Paulo caiu pela terceira vez em uma semana. As vazões dos rios da região de Campinas, nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), também estão cada vez mais críticas, como no caso do rio Atibaia. O Consórcio PCJ reúne-se na próxima semana para avaliar o cenário que tende a ser dramático para a região mais populosa e rica do país.

Neste sábado, o Cantareira registra um volume de 19,8%, contra 19,9% na sexta-feira; na segunda-feira, 27 de abril, o volume era de 20,1%. O Cantareira também tem repercussão direta  no abastecimento de água da região de Campinas. Mesmo com as chuvas de fevereiro e março, o Cantareira está em estado crítico, operando em volume 60% abaixo do que apresentava nesse mesmo período em 2014. A tendência é de uma crise hídrica ainda mais forte do que a de 2014, considerando que já está sendo utilizado o Volume Morto do Cantareira.

O Consórcio PCJ, que reúne municípios e empresas, já manifestou a sua preocupação com as vazões de meio metro cúbico por segundo que o Sistema Cantareira está enviando, atualmente, para as bacias da região de Campinas. Caso essa vazão seja mantida, ela será insuficiente para atender a região durante a estiagem de 2015. A crise hídrica continua, portanto, e novas medidas deverão ser anunciadas pelos gestores nos próximos dias.

Enquanto isso, está sendo retomada a discussão sobre a nova outorga para a Sabesp continuar operando o Sistema Cantareira. A nova outorga deveria acontecer em 2014, mas a discussão foi suspensa em função da crise hídrica.

Rio Atibaia – A vazão dos rios da região de Campinas também está caindo perigosamente nos últimos dias. Às 11h deste sábado, 2 de maio, a vazão do Atibaia estava em 1,78 metros cúbicos por segundo (m3/s) em Atibaia, em 4,46 m3/s na captação de Valinhos (pouco antes da captação da Sanasa para Campinas, no distrito de Sousas), em 2,21 m3/s na Estação de Desembargador Furtado e em 5,34 m3/s acima de Paulínia. Cada metro cúbico equivale a 1 mil litros de água.

O rio Jaguari, outro manancial da região de Campinas, situada nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), também está com baixas vazões. Era de apenas 4,58 m3/s em Jaguariúna. Em Cosmópolis, era de 4,02 m3/s, e em Limeira, de 7,08 m3/s.

Baixa vazão para esta época do ano também para o rio Piracicaba, formado pelos rios Atibaia e Jaguari. Era de 28.51 m3/s em Piracicaba às 11 horas de hoje. No dia 22 de março deste ano, a vazão do Piracicaba era de 267 m3/s. Os dados são da Rede Telemétrica do Rio Piracicaba, ligada ao Sistema de Alertas a Inundações de São Paulo (SAISP).

 

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