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Encontro em Campinas fortalece educação social na América Latina
I Encontro Latino Americano de Educadoras e Educadores Sociais debateu desafios e perspectivas (Fotos José Pedro Martins)

Encontro em Campinas fortalece educação social na América Latina

Uma animada roda no jardim do Centro de Convenções da Unicamp, com canções da cultura popular de vários países do continente, marcou o encerramento na tarde desta sexta-feira, 26 de junho, do I Encontro Latino Americano de Educadoras e Educadores Sociais. Representantes de oito países, reunidos em Campinas, celebravam o fortalecimento da educação social, um campo de ação voltado para a defesa de direitos e a busca de uma sociedade mais justa.

“Educação social no contexto latino-americano: perspectivas e desafios”. Este foi o tema geral do Encontro, promovido  Associação dos Educadores Sociais e Educadoras Sociais do Estado de São Paulo (AEESSP), em conjunto com o Escritório Latino Americano da International Association of Social Educators (AIEJI).

Após a abertura oficial na quinta-feira, com várias mesas, o evento prosseguiu hoje com rodas de conversa sobre os diferentes setores de atuação dos educadores e educadoras sociais: Comunidades tradicionais, Trabalhos manuais e artes plásticas, Tecnologias de Informação e comunicação, Práticas corporais, Movimentos Sociais, Ambiente, Estado e Políticas Públicas. Neste sábado acontecem as atividades práticas, com visitas a espaços e organizações de Campinas onde atuam educadores sociais.

Ney Moraes Filho: educação social como busca da justiça e equidade

Ney Moraes Filho: educação social como busca da justiça e equidade

O coordenador geral do I Encontro Latino-Americano de Educadoras e Educadores Sociais foi Ney Moraes Filho, da AEESSP e membro da direção internacional da AIEJI. Ney atua há vários anos como educador social em Campinas. Ele explica que a atuação direção da AIEJI tem a missão de preparar o próximo Encontro Mundial de Educadoras e Educadores Sociais, que será realizado no Brasil, em 2017, na Região Metropolitana de Campinas (RMC) ou Região Metropolitana de São Paulo (RMSP).

O I Encontro Latino-Americano foi convocado, então, como uma preparação para o Encontro Mundial e, também, como momento de avanço para a organização e articulação da educação social no continente. “Este Encontro foi muito importante para o fortalecimento da identidade dos educadores e educadoras sociais e para a articulação em rede”, diz Ney.

Relato de uma das rodas de conversa durante o Encontro

Relato de uma das rodas de conversa durante o Encontro

O coordenador do Encontro em Campinas nota que na América Latina a educação social, ou comunitária, como mais conhecida em alguns países, é um processo em construção, ao contrário da Europa, onde existe um cenário mais consolidado, em função de fatores como a unificação do mercado de trabalho.  No Peru, por exemplo, o I Encontro de Educação Comunitária aconteceu nos dias 1 e 2 de outubro de 2014, em Cusco. Ney Moraes Filho foi um dos participantes, representando a direção da AIEJI.

No Brasil, a organização e articulação dos educadores e educadoras sociais é recente. Existem associações em cinco estados. A AEESSP é a segunda do país.

Participaram do Encontro em Campinas representantes de oito países: Brasil, Argentina, Colômbia, Bolívia, Peru, Chile, Uruguai e Dinamarca. O país nórdico foi representado pela presença de Benny Andersen, presidente mundial da AIEJI.

Ney Moraes Filho reconhece que existe “um campo de disputa” entre concepções distintas da educação social no plano internacional. De um lado, a visão do educador social como agente do Estado, que atua junto aos serviços oferecidos para a população mais vulnerável. Outro olhar, destaca Ney, é o do educador que “atua buscando relações sociais mais justas e igualitárias” e, portanto, tem uma postura mais crítica. “Aceitamos o desafio de realizar esse debate, no qual nós temos um lado”, observa.

O I Encontro Latino Americano de Educadoras e Educadores Sociais representou, portanto, mais um passo, significativo, para a organização desses trabalhadores no continente. São os profissionais que, segundo Ney Moraes Filho, atuam no sentido de “buscar estratégias de sobrevivência junto aos setores mais vulneráveis, diante de uma sociedade hostil”. Os educadores e educadoras sociais, acrescenta, procuram articular redes visando construir “a justiça social e a equidade”. (Por José Pedro Martins)      

A celebração do fortalecimento da rede de educadoras e educadores sociais no continente

A celebração do fortalecimento da rede de educadoras e educadores sociais no continente

 

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