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Pobreza diminui na Região de Campinas, mas governo estadual minimiza impacto do Bolsa Família
Lançamento do Atlas do Desenvolvimento Humano das Regiões Metropolitanas em Campinas (Fotos José Pedro Martins)

Pobreza diminui na Região de Campinas, mas governo estadual minimiza impacto do Bolsa Família

Houve uma importante redução da pobreza e da vulnerabilidade na Região Metropolitana de Campinas (RMC) e outras áreas metropolitanas de São Paulo entre 2000 e 2010, mas o governo estadual minimiza o impacto nesse processo do Bolsa Família, do governo federal. A posição foi expressa nesta quarta-feira, 01 de julho, em Campinas, pelo secretário estadual de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, no lançamento do Atlas do Desenvolvimento Humano das Regiões Metropolitanas Brasileiras, pelo PNUD.

Entre 2000 e 2010, a proporção de moradores em condição de pobreza caiu de 6,49% para 2,74% na RMC,  de 9,69% para 5,78% na Baixada Santista, de 12,03% para 5,67% no Vale do Paraíba e Litoral Norte (VPLN) e de 8,85% para 4,93% na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP).

A proporção da população vulnerável também caiu, de 20,18% para 10,90% na RMC, de 25,10% para 18,20% na Baixada Santista e de 30,44% para 18,63% no VPLN.

E a proporção de extremamente pobres declinou de 1,46% para 0,73% na RMC, de 2,75% para 1,61% na Baixada Santista, de 3,30% para 1,40% no VPLN e de 2,15% para 1,23% na Região Metropolitana de São Paulo.

Em todo estado de São Paulo, o número atual de beneficiários do Bolsa Família é de cerca de 1 milhão 360 mil famílias. Na Região Metropolitana de Campinas, são 60 mil famílias atendidas pelo Bolsa Família. No Brasil o programa tem mais de 13 milhões de famílias inscritas.

Secretário Floriano Pesaro cumprimenta o vice-prefeito Henrique Magalhães Teixeira e o diretor regional do CIESP, José Nunes Filho

Secretário Floriano Pesaro cumprimenta o vice-prefeito Henrique Magalhães Teixeira e o diretor regional do CIESP, José Nunes Filho

Para o secretário estadual de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, o Bolsa Família é um programa de transferência de renda, que contribui para a família satisfazer suas necessidades de alimentação, vestuário e material escolar, entre outras. Entretanto, na sua opinião, o programa “é insuficiente para combater a pobreza”, observando que a grande maioria dos beneficiários continua no Bolsa Família após dez anos. Se um grande número de famílias permanece no programa, é por que ele “falhou no seu principal objetivo” de combater a pobreza, destacou o secretário, para quem outros fatores, ligados ao desenvolvimento social, devem ser considerados para a efetiva redução da pobreza.

Floriano Pesaro lembrou no evento em Campinas que o município foi o primeiro a ter um programa de renda mínima, no governo do prefeito José Roberto Magalhães Teixeira. “Mas era um programa realmente de combate à pobreza”, observou, na presença do vice-prefeito de Campinas, atualmente no exercício do cargo, Henrique Magalhães Teixeira, filho do ex-prefeito. Henrique foi o único prefeito ou vice-prefeito da RMC presente no lançamento do Atlas do PNUD. O lançamento na Baixada Santista contou com nove prefeitos ou ex-prefeitos, destacou o secretário Pesaro.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social, mais de 3,1 milhões de famílias deixaram voluntariamente o Bolsa Família desde a sua criação, há onze anos. O programa, saudado pela ONU como exemplo de combate à pobreza, custa o equivalente a 0,5% do PIB. Existem condições para a família receber os benefícios. Uma delas é o compromisso de acompanhamento do cartão de vacinação e o crescimento e desenvolvimento das crianças menores de 7 anos. As mulheres também devem fazer o acompanhamento e, se gestantes ou nutrizes (lactantes), precisam realizar pré-natal e acompanhamento da sua saúde e do bebê.  Outra condição é que os beneficiários garantam que as crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos estejam devidamente matriculados e com frequência escolar mensal mínima de 85% da carga horária. (Por José Pedro Martins) 

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