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Campinas tem recorde histórico de dengue, com 59.150 casos confirmados em 2015
Grande parte da população em situação de rua de Campinas fica na região central da cidade (Foto Adriano Rosa)

Campinas tem recorde histórico de dengue, com 59.150 casos confirmados em 2015

O Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) de Secretaria de Saúde de Campinas informou nesta quinta-feira, 6 de agosto, que em 2015 a cidade registrou 59.150 casos confirmados de dengue. Foram registrados 1.458 casos em janeiro, 6.930 em fevereiro, 24.257 em março, 18.976 em abril, 6.399 em maio, 1.074 em junho, 56 em julho e, até o momento, nenhum em agosto. É um recorde histórico. O recorde anterior era de 2014, quando a cidade registrou 42.109 casos.

Os números dos últimos meses, segundo a Devisa, confirmam que neste ano o pico da epidemia foi antecipado para março. Há 219 casos em investigação e 2.056 foram descartados. Mais quatro mortes foram confirmadas, uma continua em investigação e duas foram descartadas. No total, a cidade registrou 11 mortes.

Historicamente, notam os técnicos da Devisa, o período de janeiro a maio é o de maior incidência de dengue, por conta das condições climáticas que favorecem a proliferação do mosquito transmissor. Neste ano, o Brasil registrou mais que o dobro nas notificações de casos de dengue até o final de maio, comparado ao mesmo período do ano passado.

As autoridades sanitárias ressaltam que a situação climática deve ser levada em consideração, já que fez mais calor nos últimos meses do que a média histórica registrada no mesmo período nas décadas anteriores. Também contribuiu, segundo a Devisa, a escassez de água, situação que levou as pessoas a estocar o produto em reservatórios domésticos sem a devida proteção, se constituindo em criadouros para o mosquito Aedes aegypti.

A adaptação do vetor ao meio ambiente urbano, especialmente ao comportamento contemporâneo do intenso consumo de materiais descartáveis e destinação inadequada destes, é um dos determinantes do aumento do número de criadouros e proliferação do mosquito. O Aedes aegypti utiliza, principalmente, criadouros artificiais, como recipientes de plástico, pneus, latas (com destaque para as calhas e caixas d’água de difícil acesso) e outros produtos descartados e armazenados incorretamente pelas pessoas.

De acordo com informações do trabalho de campo realizado pela Secretaria de Saúde, pelo menos 80% dos criadouros do mosquito estão nas casas e quintais das pessoas.

 A Prefeitura de Campinas, de acordo com a sua assessoria de Imprensa, promoveu várias ações contra a dengue e Febre Chikungunya na cidade, como remoção desde 2013 de 480 mil toneladas de entulhos, pela Secretaria de Serviços Públicos; ação para telar 30 mil caixas d’água desde 2013; remoção de mais de 500 toneladas de criadouros (potes, latas, garrafas, etc)  pelas equipes de saúde; intimação de 4.870 proprietários a fazer a limpeza de seus terrenos desde 2013; notificação de 2.791 proprietários a manter suas calçadas em ordem, desde 2013; e, entre outras, visita a  250 mil imóveis pelas equipes de saúde desde 2014 para remoção de criadouros e para ações de educação e mobilização social.

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