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No Dia da Fotografia, a denúncia do descaso à memória de um dos seus criadores em Campinas

No Dia da Fotografia, a denúncia do descaso à memória de um dos seus criadores em Campinas

Por Nelson Chinalia

A placa de bronze foi roubada. O busto ainda está no local.

No dia 19 de agosto de 1839, numa sessão pública da Academia de Ciências de Paris, Luis-Jacques M. Daguerre apresentou ao mundo o processo fotográfico que batizou de “Daguerreótipo”. Uma hora depois todas as lojas de óptica de Paris estavam lotadas de interessados em encomendas de objetivas para as pesadas câmeras de madeira.

Nos anos de 1970, o pesquisador da Universidade de São Paulo (USP0 professor Boris Kossoy, em suas pesquisas, consegue descobrir que outro francês trabalhava na então Vila de São Carlos, hoje Campinas, com xilogravura e outros processos de impressão que envolviam prata, e que dava o nome a este processo de “Photographie” no ano de 1833, portanto, seis anos antes de Daguerre!

A tese de doutorado do professor Kossoy foi defendida em Paris com o nome de “Uma descoberta da Fotografia isolada no Brasil”. O ilustre campineiro tem hoje seu busto no Largo São Benedito, no centro de Campinas.

Em protesto ao descaso com nosso patrimônio, não mencionei o nome quando escrevi o mesmo texto nas redes sociais!

O francês que vivia em Campinas no século XIX desenvolvendo o processo de “Photographie” era Hércule Florence, figura histórica que não recebe da cidade o reconhecimento merecido.

Nelson Chinalia é fotógrafo, professor de Fotografia e Fotojornalismo na Puc-Campinas e vencedor do prêmio Prêmio Vladimir Herzog de 1995.

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