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Vocação republicana de Campinas inspira livro de jornalistas da ASN que será lançado na quinta
Os caminhos distintos do jornalista José Pedro Soares Martins e do fotógrafo Martinho Caires se encontram na História de Campinas e resulta no livro “República de Campinas – Cenas da memória afetiva e política da cidade”, que será lançado dia 17 de setembro; foto de Martinho Caires na Estação Ferroviária de Campinas (atual Estação Cultura) está nas páginas da publicação

Vocação republicana de Campinas inspira livro de jornalistas da ASN que será lançado na quinta

Dois caminhos diferentes, que seguiam como trilhos paralelos, se encontraram em um mesmo propósito: evocar a memória afetiva e política de Campinas, trazendo à tona a vocação republicana da cidade. O encontro entre o texto do jornalista José Pedro Soares Martins e as fotos de Martinho Caires, ambos da Agência Social de Notícias (ASN), resultou no livro “República de Campinas – Cenas da memória afetiva e política da cidade”, que será lançado no dia 17 de setembro, quinta-feira, no A Cabrita Café, distrito de Joaquim Egídio. No mesmo evento acontecem outros encontros de diferentes caminhos no Sarau Multissensorial, entre eles a exposição “Caminhos de Joaquim”, da artista plástica Lygia Eluf (leia ainda hoje aqui na Agência Social de Notícias).

“Campinas foi um dos berços da República, em um movimento iluminista que, com todas as contradições, propunha o direito do ser humano à liberdade, à felicidade e à beleza depois de tanto tempo de opressão e iniquidade, como no caso da escravatura”, diz o jornalista José Pedro Soares Martins. “Agora, no início do século 21, nós estamos precisando de um novo iluminismo, pois as trevas da intolerância e do horror continuam se manifestando”, contextualiza.

Estímulo ao novo

“Que a Campinas republicana, aquela que ousa e cria, seja um estímulo a pensar e a lutar por um novo tempo. Esta é um pouco a minha inspiração para este novo livro”, diz José Pedro, que chega agora ao 70º livro publicado, de autoria própria ou em parceria. De acordo com os autores, a intenção do livro não é apenas a lembrança do passado, mas também destacar a vocação republicana como inspiração para as demandas da sociedade contemporânea.

“Afinal, a República ainda não foi conquistada na integridade. Campinas é uma cidade com vocação republicana, República esta que contém suas contradições, configurada como território de busca do bem comum, dos direitos fundamentais do ser humano e, ao mesmo tempo, pontilhada por ilhas de privilégio e manchas de arbítrio e exclusão”, afirmam os autores, logo na introdução do livro.

(Foto: Martinho Caires)

O Largo do Rosário, no Centro; as palmeiras imperiais plantadas na Praça Carlos Gomes e as janelas da antiga fábrica Lindenwood (Fotos: Martinho Caires)

Olhar poético

A ideia do livro surgiu em fevereiro de 2014, a partir da exposição fotográfica de Martinho Caires, “Campinas, Província e/ou Metrópole”, no Museu de Arte Contemporânea de Campinas (MACC). “Eu já tinha um texto por trás destas fotos, que era o do contraponto entre as duas Campinas, a província e a metrópole, mas sob um olhar mais poético. Eu buscava lugares que eu gostava de fotografar, usando o critério do encantamento”, lembra Martinho sobre a exposição.

“Cheguei a pensar em fazer um livro com as fotos da exposição, mas o José Pedro (Soares Martins) propôs este novo ângulo e passei a procurar em uma mesma imagem este contraponto de ontem e hoje, mostrando a exuberância econômica de dois momentos da cidade; a dos casarões, das fazendas de café, das palmeiras, e a Campinas dos prédios modernos. Fomos agregando as imagens que representavam a transformação”, descreve o fotógrafo. Entre os prédios fotografados estão o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e o Colégio Culto à Ciência – “O próprio nome do colégio, construído por vlta de 1870, já mostra o quanto a cidade era revolucionária para a época e nós não dos damos conta disso hoje”, diz Martinho.

Projeto do FICC

O livro “República de Campinas”, de José Pedro Martins e Martinho Caires foi editado pela PCN Comunicação, como um projeto aprovado em 2014 pelo Fundo de Investimentos Culturais de Campinas (FICC), ligado à Secretaria Municipal de Cultura. A publicação reúne 16 espaços e joias arquitetônicas que lembram a vocação republicana de Campinas. A cidade é um dos berços do movimento republicano, cuja vitória em 1889 representou o início de uma nova era para a política, a economia, a sociedade e a cultura no Brasil.

José Pedro Martins é jornalista e escritor. Tem 70 livros publicados em história, meio ambiente, cultura e cidadania. Martinho Caires é fotógrafo, fotojornalista, artista de imagens, produtor cultural e profissional de marketing. Participou em mais de 60 exposições individuais e coletivas. Venceu os concursos Fotografe Campinas e Painel Fotográfico Hércules Florence.

Um flagrante no teatro de arena do Centro de Convivência Cultural, construção moderna da cidade; um outro ângulo da Estação Ferroviária e a Catedral Metropolitana de Campinas (Fotos: Martinho Caires)

Um flagrante no teatro de arena do Centro de Convivência Cultural, construção moderna da cidade; um outro ângulo da Estação Ferroviária e a Catedral Metropolitana de Campinas (Fotos: Martinho Caires)

Para o livro “República de Campinas”, Martinho fotografou edifícios, espaços públicos e episódios que estabelecem uma relação de pertencimento com quem nasceu na cidade ou optou por viver nela. “Uma comunhão de sonhos e afetos”, como definem os autores.

Sarau Multissensorial

Além lançamento do livro “República de Campinas”, o Sarau Multissensorial terá outras atrações como a vernissage “Caminhos de Joaquim”, a leitura de poemas de Manoel de Barros, a apresentação do duo Katia Kato no oboé e Zuza Rodrigues no violão. Katia Kato é doutora em Música na pós da Unicamp, onde concluiu mestrado e bacharelado em Música. Foi oboísta da Orquestra Sinfônica da Unicamp por 16 anos. É docente do curso de licenciatura em música da Faculdade Nazarena do Brasil e desenvolve atividade camerística como oboísta. Zuza Rodrigues é violonista com uma longa trajetória. O duo apresentará obras populares e eruditas, de jazz a bossa nova. O evento foi organizado pelas curadoras Ligia Testa, Flávia Pupo Nogueira e Heloisa Cavaleri. (Por Adriana Menezes)

Lançamento do livro “República de Campinas – Cenas da memória afetiva e política da cidade”; vernissage de “Caminhos de Joaquim” (de Lygia Eluf) e Sarau Multissensorial

Data: 17/09/2015 – quinta-feira

Horas : das 17h às 23h

Local: A Cabrita Café – Rua Heitor Penteado, 1085 – Joaquim Egídio – Campinas – SP

 

Sobre Adriana Menezes

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