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Índice Global mostra como Brasil aumenta expectativa de vida mas não tem política pública para idosos
Brasília é a capital com maior expectativa de vida no país, de 77,3 anos, mas o Congresso Nacional e o governo demoram em efetivar ampla política pública para idosos brasileiros (Foto Adriano Rosa)

Índice Global mostra como Brasil aumenta expectativa de vida mas não tem política pública para idosos

A expectativa de vida no Brasil aumentou de 71 anos para 74,6 anos entre 2002 e 2012, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 1980, a expectativa de vida era de 62,5 anos. Apesar dessa sensível melhoria, o país ainda não tem uma política pública definida para os idosos, o que representa um grande desafio, sobretudo considerando o incremento crescente da proporção de idosos na população em geral. Essa lacuna foi detectada no Índice Global de Envelhecimento – AgeWatch 2014, divulgado por ocasião do Dia Internacional do Idoso, lembrado neste dia 1º de outubro.

De acordo com o AgeWatch 2014, o Brasil aparece em 58º lugar no ranking de qualidade de vida para os idosos. A Noruega aparece em primeiro lugar no ranking de 96 países avaliados, seguida de Suécia, Suíça, Canadá e Alemanha. O AgeWatch é o único índice global que classifica os países de acordo com o bem estar social e econômico dos idosos. O índice é elaborado pela organização HelpAge International.

O AgeWatch 2014 dá pistas para explicar o péssimo desempenho do Brasil e de outros países em termos de atenção às pessoas da Terceira Idade, cada vez mais numerosas em todo mundo. O Índice mostra, por exemplo, que grande parte dos países situados nas primeiras posições do ranking teve a implantação de sistemas de pensões sociais até a década de 1950. A líder do ranking, Noruega, implantou seu sistema na década de 1930. Islândia (7º  lugar no ranking) e Dinamarca (12º) implantaram seus sistemas de pensões na última década do século 19.

O Brasil implantou seu sistema de pensões na década de 1960, muito antes de vários países situados à sua frente no Índice Global de Envelhecimento. Por este indicador, o Brasil seria o 14º  país do ranking do Índice. Entretanto, o Brasil aparece muito mal nos outros indicadores que compõem o Índice Global de Envelhecimento, e por isso aparece somente em 58º lugar. No indicador “Estado de saúde”, o Brasil aparece em 43º lugar no ranking. No indicador “Competências”, aparece em 66º lugar. E, no indicador “Entornos favoráveis”, o Brasil está em um inquietante 87º lugar.

O indicador Competências inclui dados sobre Emprego de idosos e Nível de educação dos idosos. O indicador Estado de saúde abrange dados sobre Expectativa de vida aos 60 anos, Expectativa de vida saudável aos 60 anos e Bem estar psicológico. O indicador Entorno favorável reúne dados sobre Vínculos sociais, Segurança física, Liberdade cívica e Acesso a transporte público.

O Brasil tem 26,3 milhões de idosos, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), representando 13% da população. Segundo dados do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (UNDESA), o contingente de idosos no Brasil será de 18,7% em 2030 e  de 28,9% da população total em 2050. São números que atestam a urgência de formulação de sólidas políticas públicas para idosos no país. (Por José Pedro Martins)         

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