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Moradores do distrito de Sousas, em Campinas, viveram momentos de terror após as chuvas intensas que caem desde a tarde de ontem na região. Choveu 125 milímetros no distrito somente nesta quinta-feira, dia 10 de março, levando a um rápido transbordamento do rio Atibaia, que acabou cobrindo a praça Beira Rio e a ponte central de acesso à rua Coronel Alfredo Augusto do Nascimento. Várias chácaras nas áreas ribeirinhas foram atingidas, assim como o chamado Beco do Mokarzel, o que motivou a transferência de 20 moradores para um abrigo no Jardim Santana. A retomada das chuvas no início da tarde desta sexta, dia 11, alimentou o temor no distrito.
Vazão no rio Atibaia era superior a 180 m3/s no início da tarde desta sexta-feira (Foto Adriano Rosa)
Foi a quarta vez em 2016 que o sensor eletrônico na Subprefeitura de Sousas tocou, sinalizando que era forte a possibilidade de uma enchente e ela acabou acontecendo. A vazão do rio Atibaia, pouco antes da captação de água para Campinas, ainda estava em 183 metros cúbicos por segundo às 13h30 desta sexta-feira, 11 de março. Durante a madrugada a vazão neste ponto era superior a 200 metros cúbicos por segundo. Na Estação Desembargador Furtado, após a captação, a vazão do rio Atibaia era de 246 metros cúbicos por segundo.
Walter Froldi disse que há muito tempo não via algo semelhante (Foto Adriano Rosa)
O Clube de Remo de Sousas foi quase todo tomado pelas águas, e com isso o casal que cuida do espaço perdeu muitos objetos pessoais. Os moradores do distrito estavam, de fato, surpreendidos com a violência das enchentes. Caso do sr.Walter Froldi, que acompanhava o movimento das águas do Atibaia de cima da ponte principal.
Casal que cuida do Clube de Remo perdeu muitos objetos com a enchente (Foto Adriano Rosa)
Uma equipe mobilizada pela Subprefeitura passou a manhã desta sexta limpando a praça Beira Rio. Depois de meses de convívio com a estiagem entre 2014 e 2015, os moradores de Sousas retomaram a angústia, desta vez com as chuvas acima da média neste período do ano. Mais um sinal de que Campinas e outras grandes cidades precisam aprimorar seus sistemas de resposta, diante da tendência de multiplicação dos eventos extremos.
