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Enchentes na região de Campinas confirmam despreparo para eventos extremos
Enchente do rio Atibaia em Sousas, nesta sexta-feira, 11 de março (Foto Adriano Rosa)

Enchentes na região de Campinas confirmam despreparo para eventos extremos

A rápida elevação nas últimas horas do nível dos rios da Região Metropolitana de Campinas, localizada nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), resultou em vários pontos de enchentes e inundação. Dezenas de famílias estão desabrigadas. Trechos de rodovias e avenidas foram interrompidos. Os distritos de Sousas e Joaquim Egídio, em Campinas, sofreram impactos com o crescimento brusco da vazão do rio Atibaia e afluentes, como já informou a Agência Social de Notícias (ver aqui). O Cepagri/Unicamp prevê a diminuição das chuvas, mas as enchentes confirmaram que a região continua despreparada para eventos extremos, que tendem a ocorrer com maior frequência no contexto das mudanças climáticas.

Segundo o Cepagri, choveu em Campinas 53,8 milímetros nas últimas 24 horas, até as 7 horas desta sexta-feira, 11 de março. Entretanto, em outros pontos a chuva foi bem maior, como no Distrito de Sousas, onde chegou a 125 milímetros. A vazão do rio Atibaia, pouco antes da captação de água para Campinas, estava em 178,10 metros cúbicos por segundo às 11h30. Na Estação Desembargador Furtado, também no distrito de Sousas, a vazão era de 281,36 metros cúbicos por segundo no mesmo horário.

De acordo com o Cepagri, no fim de semana o céu estará parcialmente nublado e embora sejam pequenas as chances, poderão ocorrer chuvas localizadas e rápidas. A temperatura estará em suave declínio, com máxima de 27C à tarde e mínima de 19C na próxima madrugada.

Moradores de Sousas ainda conviviam com transtornos na manhã de hoje (Foto Adriano Rosa)

Moradores de Sousas ainda conviviam com transtornos na manhã de hoje (Foto Adriano Rosa)

A situação mais grave na RMC é a de Itatiba, mas outros municípios também sofreram com as fortes chuvas. Em Indaiatuba, a Defesa Civil de Indaiatuba informou no início da tarde desta sexta-feira, dia 11 de março, que estava monitorando o nível da água sob a ponte do rio Jundiaí, que liga a alameda Antonio Estanislau do Amaral à rodovia José Boldrini. A Defesa Civil alertou que poderia ser necessária a interdição do local para segurança dos motoristas caso o nível do rio continuasse a subir.

Ainda em Indaiatuba, a Defesa Civil estavá monitorando a região do Residencial Caminho da Luz para a remoção de moradores e móveis, que seriamo transferidos temporariamente para o Cras do bairro, se necessário. No Mosteiro de Itaici, a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros estavam fazendo a remoção de moradores, que tiveram suas casas alagadas e estão sendo alojadas em casas de vizinhos e parentes. A Prefeitura de Indaiatuba informou que havia sido solicitado à cidade de Salto para que fossem abertas as comportas do rio Jundiaí, medida que já havia sido tomada. Entretanto, como o volume de água era muito grande, as enchentes aconteceram após as fortes chuvas.

Mas estes não têm sido fatos isolados na RMC. No último dia 2 de março, após uma forte chuva, de cerca de 70 milímetros, cerca de 30 veículos em um bolsão de estacionamento no campus da Unicamp foram arrastados. São cada vez mais evidentes os sinais da necessidade de um importante aprimoramento do sistema de resposta na RMC a eventos extremos, que devem se propagar no contexto das mudanças climáticas.

Enchentes em Sousas confirmam que região de Campinas precisa aprimorar sistema de resposta a eventos extremos (Foto Adriano Rosa)

Enchentes em Sousas confirmam que região de Campinas precisa aprimorar sistema de resposta a eventos extremos (Foto Adriano Rosa)

 

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