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Acordo de Paris será assinado nesta sexta-feira sob incertezas
COP-21 continua em Paris, onde países vão tentar acordo histórico, ainda sob muita desconfiança de cientistas e ambientalistas (Foto Adriana Menezes)

Acordo de Paris será assinado nesta sexta-feira sob incertezas

(Acordo aprovado em Paris deve ser assinado por mais de 150 países no Dia da Mãe Terra. Foto Adriana Menezes)

O Acordo de Paris, aprovado na Conferência do Clima (COP-21) na capital francesa no final de 2015, será assinado nesta sexta-feira, 22 de abril, em Nova York. Mais de 150 países, inclusive o Brasil, já manifestaram interesse em assinar o Acordo nesta data, em que é celebrado o Dia da Mãe Terra. Será um momento positivo de reafirmação da preocupação global com as mudanças climáticas, mas ainda permanecem muitas incertezas sobre como o Acordo será efetivamente levado à prática.

O objetivo do Acordo, aprovado na COP-21 no cenário de Paris ainda sob o impacto dos atentados de 13 de novembro, é o de redução planetária das emissões atmosféricas, visando um aumento da temperatura média em até 2 graus até o final do século 21. Muitos cientistas e organizações entendem que essa meta dificilmente será alcançada, em função do ritmo atual das emissões e das medidas que estão sendo tomadas.

Ainda permanecem os subsídios aos combustíveis fósseis (em torno de US$ 5,3 trilhões anuais, segundo estudo do FMI), com a China na liderança, com mais de US$ 2 trilhões anuais. A China é a maior emissora de gases-estufa de origem antrópica, seguida dos Estados Unidos, que destinam quase US$ 1 trilhão para fósseis segundo o estudo do FMI. O presidente Obama tem reiterado seu apoio aos cortes substanciais nas emissões, mas continuam as resistências no Congresso de maioria conservadora.

Até no Brasil as incertezas são grandes. A presidente Dilma também tem reafirmado o compromisso com os cortes nas emissões, mas incentivos a renováveis foram cortados no último Plano Plurianual sancionado. O Plano Pontes para o Futuro, do vice Michel Temer, inclui a flexibilização do licenciamento ambiental, o que gera inquietação entre os ecologistas.

A pergunta principal é se haverá tempo para deter a escalada das emissões, enquanto os efeitos das mudanças climáticas continuam muito preocupantes. 2015 foi de novo o ano mais quente desde que começaram as emissões, a camada de gelo do Ártico tem derretido em rápida velocidade.

Amanhã será um dia histórico. Tomara que as boas intenções se tornem ações práticas urgentes. (Por José Pedro Martins)

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