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Médicos Sem Fronteiras deixa um muro de esperança para Campinas
Durante a semana, o trabalho do coletivo MK, no muro de esperança deixado por MSF (Foto José Pedro Martins)

Médicos Sem Fronteiras deixa um muro de esperança para Campinas

O muro às vezes é símbolo de divisão e preconceito, mas um deles se tornou motivo de esperança no coração de Campinas a partir deste domingo, 22 de maio. Pelas mãos dos artistas do Coletivo MK, um muro entre a rua Sebastião de Souza e avenidas Orosimbo Maia e Senador Saraiva transformou-se em um grande painel de apelo à solidariedade, como resultado da série Conexões MSF, que Médicos Sem Fronteiras realiza desde o dia 11 na cidade.

Nestes 12 dias, palestras, exposições e várias outras atividades, em diversos pontos de Campinas, foram promovidas com o propósito de ampliar a divulgação  do trabalho da MSF e aproximar ainda mais a organização do público. Uma dessas ações é o Diário da Arte, grafite produzido pelo Coletivo MK, inspirada em relatos de profissionais de Médicos Sem Fronteiras em sua atuação humanitária pelo mundo.

“É um presente e uma marca de agradecimento a essa abertura que Campinas sempre nos deu”, diz Alessandra Vilas Boas, diretora de comunicação de MSF Brasil. Feito o convite e aceito pelo coletivo MK, houve um mapeamento de possíveis muros na região central que poderiam receber o grafite. O muro escolhido tem localização privilegiada, sendo ponto de passagem obrigatório para milhares de campineiros diariamente.

O artista plástico Mirs Monstrengo, do Coletivo MK, fala do orgulho em ter recebido o convite, por indicação de profissionais da Unicamp e da Secretaria Municipal de Cultura. “Aceitamos logo, porque é uma causa na qual a gente acredita e sempre reconheceu”, diz Mirs, que trabalha com grafite na rua desde 1998.

Leandro Kranium, outro integrante do Coletivo MK, atua com grafite e arte-educação desde 1999 e afirma ser “um privilégio e uma responsabilidade” ter participado de um dos eventos de Conexões MSF. Convidado pelo Coletivo MK para participar do mural, Sergio Campelo destacou o planejamento da obra, com base nos três relatos recebidos de profissionais de Médicos Sem Fronteiras.

O muro, na prática um mural, foi esboçado como um mapa do planeta, evidenciando os valores que orientam o trabalho de MSF: Neutro, Independente e Imparcial. Um abraço forte, várias flores, a imagem de uma família africana e duas enormes borboletas emolduram o mapa, como um sinal da renovação e da transformação social possíveis.

Tudo isso a poucos metros do prédio da Academia Campinense de Letras, onde, no alto, se destaca a Fênix, a ave mitológica que ressurge das cinzas e que se tornou um ícone da Campinas que renasceu da febre amarela do final do século 19. Agora o mural oferecido por Médicos Sem Fronteiras representa a abertura da cidade para um olhar humanitário global. (Por José Pedro Martins)

Hoje de manhã, 22 de maio, o mural de grafite concluído, com o prédio da Academia Campinense de Letras ao fundo: Fênix e borboletas como ícone de esperança e renovação (Foto José Pedro Martins)

Hoje de manhã, 22 de maio, o mural de grafite concluído, com o prédio da Academia Campinense de Letras ao fundo: Fênix e borboletas como ícone de esperança e renovação (Foto José Pedro Martins)

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