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CCLA promove exposição para marcar 180 anos de Carlos Gomes
Sala de exposições do Centro de Ciências, Letras e Artes (CCLA), que receberá grande exposição sobre Carlos Gomes (Foto Martinho Caires)

CCLA promove exposição para marcar 180 anos de Carlos Gomes

O Centro de Ciências, Letras e Artes (CCLA) abre nesta quinta-feira, dia 1º de setembro, às 10 horas, uma exposição em sua galeria de arte, para lembrar os 180 anos de nascimento do maestro campineiro Antônio Carlos Gomes, ocorrido a 11 de julho de 1836. O CCLA, que mantém há décadas o Museu Carlos Gomes, reúne fotos, ilustrações e partituras, como um recorte da biografia do compositor famoso em todo mundo. Mais uma vez a instituição faz a sua parte, enquanto Campinas ainda deve uma atenção maior em relação ao seu filho ilustre.

Na oportunidade também será exposta a gravura emoldurada do quadro “Últimos momentos de Carlos Gomes”, que a professora Rosa Arraes, do Museu de Belas Artes de Belém, Pará, ofereceu recentemente ao Museu Carlos Gomes. A exposição é destinada ao público em geral e poderá ser visitada ao longo de setembro, como um tributo ao “Tonico de Campinas” pelos seus 180 anos de nascimento e 120 anos de morte, acontecida a 16 de setembro de 1896.

O Museu Carlos Gomes, que está abrigado no CCLA, na rua Bernardino de Campos, 989, guarda muitos objetos do maestro nascido em Campinas e falecido em Belém, no Pará. Em 1904 Cesar Bierrenbach, um dos criadores do CCLA três anos antes, começou a reunir objetos para proteger a memória do maestro, seu amigo pessoal.

Foi a origem do Arquivo Carlos Gomes, composto ainda por objetos pessoais do pai, Manuel José Gomes, e do irmão, José Pedro Sant´Anna Gomes, do maestro e compositor, maior nome da história cultural de Campinas. Manuel José Gomes (1792-1868) era mestre-de-capela desde sua chegada a Campinas em 1815, vindo de Santana do Parnaíba, até seu falecimento. Sant’Anna Gomes (Campinas, 1834-1908) atuou como compositor e maestro até o início do século 20.

Os dois produziram um vasto material como compositores e copistas, juntando um acervo de música sacra e de banda que guarda algumas raridades como as únicas cópias encontradas até hoje de obras do Pe. José Maurício Nunes Garcia, André da Silva Gomes, Jesuíno do Monte Carmelo, alguns compositores portugueses e italianos, composições do ciclo do ouro mineiro, entre outras. No total, o acervo de música erudita e popular, dos séculos 19 e 20, é composto por mais de 3.000 obras.

Em 1927, o CCLA recebeu o piano de Carlos Gomes, que recebeu do governo do Pará e também integra o acervo do Museu. Também estão no Museu Carlos Gomes as partituras originais de suas grandes obras, como “O Guarani”, “O Escravo” e “Maria Tudor”. O Museu foi oficializado em 1956, com apoio e grande participação do historiador José de Castro Mendes.

O Museu é visitado regularmente por estudantes, pesquisadores e cidadãos em geral, interessados em conhecer um pouco mais deste grande nome da cultura campineira, brasileira e universal, além do importante acervo de outras referências musicais nacionais.

O monumento-túmulo de Carlos Gomes, na Praça Antônio Pompeu, a poucos metros da sede do Centro de Ciências, Letras e Artes, é de autoria de Rodolfo Bernardelli (1852-1931), escultor nascido no México e naturalizado brasileiro, com importantes obras no país. A obra teve a sua pedra fundamental lançada no dia 18 de setembro de 1903, com a presença de Alberto Santos Dumont (1873-1932), que estava no auge da fama mundial por suas experiências pioneiras com avião. Santos Dumont estudou em Campinas, no Colégio Culto à Ciência. Grandes personagens, à busca de um projeto de preservação à sua altura.

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