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Seminário debate contribuição da história para a preservação na APA de Campinas
Capa do primeiro livro da série que contribui com novas perspectivas sobre a história de Campinas

Seminário debate contribuição da história para a preservação na APA de Campinas

A contribuição da história para a preservação do patrimônio ambiental e cultural da Área de Proteção Ambiental (APA) de Campinas é o tema de seminário nestes dias 16 e 17 de novembro, no Salão Social da Sub-Prefeitura de Joaquim Egídio. A APA de Campinas é formada pelos distritos de Sousas e Joaquim Egídio e por bairros rurais como o Carlos Gomes e abrange um dos principais conjuntos do patrimônio ambiental e cultural do município, devendo portanto merecer atenção especial do poder público e da sociedade em geral.

Estão localizadas na APA, por exemplo, as principais áreas de mata nativa de Campinas. Além disso, está localizada no distrito de Sousas a estação de captação de água no rio Atibaia, principal manancial de abastecimento da cidade. Diversas fazendas e outros elementos da época do Ciclo do Café também estão presentes no território da APA.

Neste cenário, o seminário foi idealizado justamente com o propósito de “trazer novos olhares para questões relacionadas à formação da região, desde o início da colonização do território, a existência de Engenhos para produção açucareira, sua importância pioneira na introdução da cafeicultura no Oeste paulista e dialogar com questões do presente no sentido de contribuir para o debate do futuro da região”.

O seminário foi fundamentado no amplo levantamento feito por um conjunto de especialistas, para a construção da publicação “Sesmarias, Engenhos e Fazendas”. Como informou a Agência Social de Notícias (aqui), a publicação “Sesmarias, Engenhos e Fazendas – Arraial dos Souzas, Joaquim Egydio, Jaguary – 1792 – 1930″,   lançada em três volumes, propicia uma nova leitura da história da região que os autores batizaram de Entre Rios.

Ao mostrar por vários ângulos a evolução econômica, social e cultural da região Entre Rios, a série apresenta   elementos inovadores para a reinterpretação de muitos fatos e para o melhor conhecimento sobre personagens importantes da história campineira. Sob a coordenação da historiadora e fotógrafa Suzana Barretto Ribeiro, a série tem textos assinados por 13 autores, basicamente pesquisadores vinculados à Unicamp e USP e especialistas em suas áreas.

Exatamente a apresentação do território “Entre Rios” e do Inventário Arquitetônico utilizado para a publicação foi o foco da abertura do seminário, na manhã desta quarta-feira, dia 16. O Inventário promoveu o mapeamento e identificou, com plantas e desenhos, o conjunto das edificações de Engenhos e de 38 Fazendas de café e sua importância como instrumento para preservação do patrimônio edificado.

A sessão de abertura contou com a própria coordenadora do trabalho, a historiadora Suzana Barretto Ribeiro, que fez a apresentação do território “Entre Rios”. Em seguida o Inventário Arquitetônico das fazendas foi detalhado por Ana Paula Farah e Joaquim Caetano de Lima, e a Formação dos núcleos urbanos, por Marisa V. T. Carpintéro.
Na tarde deste dia 16, acontece mesa-redonda com a participação de Luís Antônio Jorge (FAU-USP); do secretário municipal de Planejamento de Campinas, Fernando Pupo; de Claudinei Rodrigues Carrasco, secretário municipal de cultura;  Augusto Santoro  – Departamento de Urbanismo; Susanna Ulson Cardoso – Fazenda Santa Maria; e Alan Cury, presidente da regional Campinas do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).
Nesta quinta-feira, dia 17, serão discutidos os “Desafios para a preservação do meio ambiente” na APA de Campinas.
A partir da realidade passada, o objetivo da discussão é “historicizar o desmatamento e o processo de extermínio da fauna, com o objetivo de recuperar a intensa mudança na paisagem rural e de como o esquecimento dos referenciais históricos e geográficos vêm refletindo em apagamentos contínuos, que pouco a pouco transformam e silenciam animais, matas, olhos d’água, rios, caminhos e lugares”.
Pela manhã, a partir das 9 horas, a rica Flora da APA de Campinas será comentada pela agrônoma Dionete Santin (pesquisadora do Nepam-Unicamp e cuja tese de doutorado fez um mapeamento do que resta de vegetação nativa no município) e a Fauna por Eleonore Zulnara F. Setz e Denise de Alemar Gaspar.
À tarde, desde as 14 horas, nova mesa-redonda, com Carlos Alfredo Joly, pesquisador da Uniicamp/Projeto Biota; Rogério Menezes, secretário municipal do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Rafael Moya, presidente do Conselho Gestor da APA (CONGEAPA); João Alexandre Silva, presidente do Conselho Municipal do Meio Ambiente (COMDEMA); e Rodolfo Schmidt, da Fazenda Santa Mônica.

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