A pintura conversa com a música e as duas nobres artes anunciam o novo, o improvável, o surpreendente. Assim é a arte de Vicente Magalhães, o novo destaque na Galeria Virtual da Agência Social de Notícias. Um traço marcante e singular, uma visão de mundo espiritualizada, que conjuga os verbos amar e abraçar, inclusive o misterioso, o indecifrável. A curadoria é da produtora Ligia Testa.
Como muitos, milhares, moradores de Campinas, Vicente nasceu no Sul de Minas Gerais, mais precisamente em Guaxupé, terra de muito café. Seus primeiros contatos conscientes com o desenho ocorreram logo aos 2, 3 anos de idade. “Naquela época possuía uma imensa obsessão por aviões e bichos, e basicamente era isso o que eu desenhava”, conta o artista.
A principal influência para o desenho na época era de sua mãe, que era professora de educação artística e incentivava o filho e lhe apresentava novos e velhos artistas. Nesse mesmo período, começou a tomar melhor conhecimento a respeito da música, do som e dos instrumentos musicais, influenciado tanto pela mãe, mas principalmente pelo pai, musicista da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas.
Na adolescência, continua Vicente, o desenho ficou em segundo plano, embora tenha sido nessa época que descobriu Picasso, Braque, Cézanne, Kandinsky e Norman Rockwell. “Adorava fazer caricaturas e por algum tempo cheguei a realizar algumas aulas com Paulo Branco, uma das únicas vezes que sentei para estudar desenho numa escola. O foco era quase todo para a caricatura”, lembra.
Por volta dos 23 anos, Vicente teve uma crise de pânico que lhe fez repensar os caminhos que tomava. “Comecei a estudar seriamente astronomia, inclusive pensando em tentar vestibular para a área. Juntamente com a música, em especial o Jazz, me agarrava novamente aos mistérios da vida para sair do buraco gerado pelo pânico. As sementes plantadas na infância começavam a brotar e definir o meu caminho nos estudos, na pesquisa e nas artes”, descreve.
Em 2011 começou o curso de Biologia e retomou o desenho, dessa vez extremamente focado em sua relação com a música, com o inconsciente, com as várias dimensões do cérebro e o desenvolvimento intelectual. “Encontrei na linha e no desenho casual, praticamente intuitivo, sem rascunhos ou planejamento prévio as ferramentas ideais para expressar meus sentimentos e pensamentos a respeito dessas relações. Nesse mesmo ano, realizei alguns dos trabalhos que mais gosto e também a minha primeira exposição individual”, recorda.
“Nos anos seguintes comecei a expandir minha pesquisa pessoal para a filosofia, literatura, sociologia, psicologia e toda área que se mostrar presente e necessária para desenvolver meu trabalho. Descubro o artista David Stone Martin, que realizou inúmeros trabalhos no mundo jazzístico e a partir dele começo uma transição no estilo do desenho”, acrescenta.
Em 2013 Vicente Magalhães realizou uma exposição individual na Biblioteca Pública de Campinas, seguida de exposições coletivas no Tênis Clube de Campinas e Galeria SEDE. Em 2015, juntamente com outros grandes artistas de Campinas, participou da exposição coletiva “Da Linha ao Caos”, no espaço Casa do Lago, na UNICAMP.
Atualmente o artista estuda ilustração para o mercado editorial na Pandora Escola de Arte e segue “em frente com minha eterna pesquisa pessoal. Meu trabalho ramificou e, mesmo mantendo as linhas, ele varia do completo controle e limpeza, ao abstrato puro, riscado e manchado”, conclui, como um convite a conhecer e mergulhar em sua arte única, como acontece com os grandes artistas.
Sou muito fã! Trabalho espetacular. Parabéns Vicentão! Grande abraço.
Muito impolgante,visionário é misterioso excelente!