Nos últimos cinco anos Campinas registrou em média 260 novos casos de AIDS por ano, o que significa pouco mais de dois casos novos a cada três dias. Prevenção é a palavra-chave da série de ações que serão desenvolvidas na cidade na segunda-feira, dia 1º de dezembro, quando é lembrado o Dia Mundial de Combate à AIDS. Neste ano está havendo uma forte mobilização nas paróquias católicas brasileiras, em função de campanha da CNBB. Campinas tem importantes organizações de prevenção e atendimento a vítimas da AIDS.
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde de Campinas, foram registrados 7.199 casos de AIDS no município entre 1981 e 2013. “Atualmente, os registros da doença são em pessoas com idade entre 20 e 50 anos”, afirmou a infectologista Dra.Cláudia Barros, coordenadora do Programa de DST/AIDS da Secretaria.
Muitas atividades serão desenvolvidas entre 9 e 17 horas de segunda-feira, 1º de dezembro, na praça Rui Barbosa, atrás da Catedral Metropolitana. Eventos culturais e distribuição de camisinhas e material informativo sobre a doença serão promovidos. Também serão oferecidos testes rápidos de AIDS, pelas equipes médicas nos dois Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs), no Centro e Hospital Ouro Verde. A Dra.Cláudia Barros lembra que na mesma data no ano passado foram realizados 80 testes, o mesmo volume observado a cada 15 dias. Ela informa que os interessados serão encaminhados aos CTAs para os testes. A mobilização continuará durante toda a semana.
Todas as 11 mil paróquias do Brasil, inclusive as da Arquidiocese de Campinas, estão mobilizadas até segunda-feira, em função de campanha lançada pela CNBB a respeito do Dia Mundial de Combate à AIDS. “Cuide bem de você e de todos os que você ama. Faça o teste de HIV” é o tema da campanha da Pastoral da Aids e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançada nesta quinta-feira, 27 de novembro, com assessoria técnica do Ministério da Saúde.
A campanha, que tem o padre Fábio de Melo como protagonista, inclui cartazes e flyers que mostram as razões para a realização do teste e que serão distribuídos nas igrejas, além de peças para rádio, tv e internet. “O Dia Mundial de Luta Contra a AIDS serve exatamente para fazermos essa reflexão importante sobre os rumos da enfermidade, da infecção por HIV no Brasil, mas acima de tudo para mobilizar a sociedade no sentido de que a gente continue avançando nas conquistas que tivemos contra o HIV e contra a AIDS, que entretanto não colocam a situação como resolvida”, afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro. por ocasião do lançamento da campanha. A campanha se estenderá por todo ano de 2015.
O Centro Corsini, de Campinas, que durante anos foi dirigido pela Dra.Silvia Bellucci, é uma das referências nacionais em prevenção e tratamento de vítimas da AIDS, inclusive crianças. Outra instituição importante na cidade é a Associação de Apoio Esperança e Vida.
No Brasil – Desde o início da epidemia, em 1980, até junho de 2012, o Brasil teve 656.701 casos registrados de AIDS (condição em que a doença já se manifestou), de acordo com o Ministério da Saúde. Em 2011, foram notificados 38.776 casos da doença e a taxa de incidência de aids no Brasil foi de 20,2 casos por 100 mil habitantes.
Observando-se a epidemia por região em um período de 10 anos, 2001 a 2011, a taxa de incidência caiu no Sudeste de 22,9 para 21,0 casos por 100 mil habitantes. Nas outras regiões, cresceu: 27,1 para 30,9 no Sul; 9,1 para 20,8 no Norte; 14,3 para 17,5 no Centro-Oeste; e 7,5 para 13,9 no Nordeste. O maior número de casos acumulados ainda está concentrado na região Sudeste (56%).
A faixa etária em que a AIDS é mais incidente no Brasil, em ambos os sexos, é a de 25 a 49 anos de idade, mais ou menos repetindo o que acontece em Campinas. A faixa de jovens de 13 a 19 anos é a única em que o número de casos de AIDS é maior entre as mulheres. A inversão apresenta-se desde 1998. Em relação aos jovens, os dados apontam que, embora eles tenham elevado conhecimento sobre prevenção da AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis, há tendência de crescimento do HIV.
No mundo – As estimativas são de que 35 milhões vivam com o HIV em todo mundo, segundo a UNAIDS, agência das Nações Unidas para a AIDS. Apenas no ano passado 2,1 milhões de pessoas foram infectadas com HIV e 1,5 milhão morreram por doenças relacionadas à AIDS.
Um Relatório recente informou que cerca de 28 milhões de novas infecções pelo HIV e 21 milhões de mortes relacionadas à AIDS poderão ser evitadas nos próximos 15 anos caso o mundo se comprometa em adotar a abordagem do UNAIDS de Aceleração da Resposta ao vírus HIV. O mundo ainda luta muito contra a doença.